quinta-feira, 18 de junho de 2009

18 de Junho de 1792 - inicio das obras do Hospital de Runa - o local de Runa

O nome do topónimo Runa ainda está por esclarecer. Pode ter o significado de “barranco” ou “vala” , relacionando-o com a situação topográfica. Talvez tenha origem no latim ruina, que quer dizer “queda” ou “ruína” ou no gótico runa, que tem o significado de “segredo” , “escrita secreta” ou mesmo de “pedras mágicas”.
Existe ocupação humana, arqueologicamente documentada, desde o calcolítico (cerca do IIIº milénio antes de Cristo), na povoação do Penedo.
Junto aos actuais limites da freguesia de Runa existem vários vestígios da época romana : foram descobertas moedas dessa época no Figueiredo, em Runa, em Marvila, na Quinta da Granja e na Qtª da Pederneira. O Penedo era então um importante povoado e no Casal Bucículos foi descoberta um necrópole . A vizinha Qtª da Portucheira era uma importante “vila” (exploração agrícola).
Por Runa passava então uma das mais importantes vias romanas da região que bifurcava em Dois Portos para Lisboa e para o Tejo, sendo esta a via comercial mais importante de Torres Vedras até ao século XIX.
No documento mais antigo onde se referem os lugares existentes no concelho de T. Vedras, datado de 1309, prova-se a existência, já então, de Runa, do Penedo, da Almagreira, de Tamugem, de Monte Rei, bem como das quintas de Casa Boa e de Cascavelos.
A velha ermida de Runa era administrada pela matriz de S. Pedro de Torres Vedras até meados do século XVI.
Segundo Madeira Torres , a antiga ermida de S. João Baptista foi elevada a curato em 10 de Agosto de 1523, embora só em 1553 exista uma Bula elevando-a à categoria de Paróquia .
O pároco era cura apresentado anualmente pelo prior de S. Pedro de Torres Vedras, até ao século XIX.
Do ponto de vista administrativo, desde o século XVI que Runa tinha Juíz de Vintena . A fundação da freguesia, tal como hoje é conhecida, resultou da implantação do liberalismo em 1833.
Duas outras obras marcaram fortemente a vida desta freguesia: a fundação do actual Centro de Apoio Social de Runa, inaugurado em 1827 como Hospital Real dos Inválidos Militares, obra iniciada em 1792, por iniciativa da Princesa Maria Francisca Benedita, filha de D. José e irmã de D. Maria I; e a inauguração da estação de caminho-de-ferro em 1887.

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