quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Ruas com Memória

(foto da CCC)

As ruas da zona histórica desertificam-se.

Alguns comércio local vai sobrevivendo à concorrência desleal das grandes superfícies que proliferaram como praga por todo o lado, bem como à crise financeira que empobrece os portugueses e lhes retira poder de compra.

Mesmo assim, alguns resistem e procuram animar o Centro Histórico: algum pequeno comércio que vai resistindo; alguns raros habitantes  melhorando as poucas habitações que não estão abandonadas; alguns bares animando as  noites; algumas obras nas ruas que disfarçam a decadência.

Por sua vez, várias associações locais têm escolhiso o Cento Histórico de Torres Vedras para a sua sede, dando uma nova esperança de animação para o local, como é o caso da Cooperativa de Comunicação e Cultura que promoveu uma iniciativa de louvar, a de preencher alguns espaços vazios, montras de lojas comerciais que encerraram, com fotografias em grande formato que recordam Torres Vedras e torrienses de outras épocas.

Intitula-se  "Memórias da Cidade" e integra um conjunto de 23 fotografias de grande formato, cedidas pelo fotógrafo Ezequiel Santos, que adquiriu o espólio do antigo Foto Estúdio, uma casa fotográfica que existiu entre os anos 50 e 70, fundada por Domingos Pinheiro Grão, na Rua Serpa Pinto (nºs 31 a 36) e que foi desenvolvida por Francisco Duarte Mateus, um fotógrafo torriense, que aprendeu e trabalhou com o histórico Raúl Rocha, e que se tornou proprietário da Foto Estúdio quando Domingos Grão deixou Torres Vedras para abrir uma casa de fotografia em Setúbal.

A maior parte das fotografias expostas são assim da autoria de Francisco Mateus, outras são da coleção de fotografias e postais antigos do fotógrafo Ezequiel Santos, responsável também pela preservação e tratamento dos negativos que deram origem a esta exposição.

Uma forma de reanimar o centro histórico pode ser percorrer as suas ruas à descoberta dessa grande exposição a céu aberto  e das memórias guardadas nessas fotografias.

Foi o que nós fizemos há uns dias atrás:























terça-feira, 4 de novembro de 2014

Cassiano Branco em Torres Vedras


Cassiano Branco (1897-1970) foi um dos mais importantes arquitectos portugueses da primeira metade do século XX, ligado ao chamado "Modernismo Português".

Foi autor dos projectos de Cinema Éden, nos restauradores (o original e não o mamarracho actual), do Hotel Vitória (sede do PCP), do Cinema Império ou de vários edifícios na Praça de Londres, tudo em Lisboa, para além do Portugal dos Pequeninos em Coimbra, do grande Hotel do Luso ou do Coliseu do Porto, entre tantos outros projectos.

Facto talvez menos conhecido foi a sua autoria em projectos em Torres Vedras, alguns de caracteristicas discutíveis, como a do edifício "Reinaldo" junto ao Chafariz dos Canos.

O seu edificio mais importante em Torres Vedras foi o do Grémio de Torres Vedras.

A sua colaboração para marcar o urbanismo torriense da década de 60 do século passado concentrou-se no ano de 1963, resultado num conjunto de documentos existentes no Arquivo Municipal da Câmara de Lisboa e disponíveis na internet, bem como algumas fotografias da sua autoria da Igreja de S. Pedro ou uma foto do largo da Graça.

Estas fotografias, apesar de estarem classificadas junto de documentos de Cassiano Branco, datam, contudo, de anos anteriores. A do Largo da Graça é anterior ao do inauguração do Obelisco (que teve lugar em 1954) e as da Igreja de S. Pedro devem ser ainda mais antigas.

Pelo seu interesse documental, aqui deixamos alguns desses documentos: