quinta-feira, 25 de junho de 2015

Começa Hoje a Feira de S. Pedro

Vejam AQUI vários posts que já dedicámos a esse popular e histórico evento de Torres Vedras (clicando no fim em "Mensagens Antigas")

terça-feira, 16 de junho de 2015

o avião de Sanjurjo em Santa Cruz: Novas informações

Reconstituição do "Puss Moth" conduzido por Ansaldo 
O Meu avô junto do Avião de Sanjurjo em Santa Cruz

O General Sanjurjo prepara-se para embarcar no fatídico vôo
O Estado em que ficou o avião depois do acidente

Num post editado em 20 de Julho de 20111 AQUI, referia-me à história da passagem por Santa Cruz do avião que se destinava a transportar o general Sanjurjo para Burgos e do desfecho trágico do mesmo.

Na altura questionava se a fotografia de família que era referida como sendo a do meu avô junto do avião do general Sanjurjo, em Santa Cruz, era mesmo o histórico avião.

Com base nalguns poucos factos e na análise das fotografias arrisquei avançar pela confirmação dessa história, embora necessitando de uma investigação mais aprofundada.

Recentemente, ao descobrir o site  Aeropinakes / La máquina de la civilización, dedicado à história da aviação na Guerra Civil de Espanha encontrei a confirmação da minha história: a  matrícula EC-VAA era do mesmo avião que veio a Portugal para transportar o General Sanjurjo e que era reconstituido na primeira imagem em cima.

Por outro lado, ao rever o que tinha escrito sobre o tema, encontrei um comentário de Vitor Rodrigues, datado de 4 de Abril último, onde, por outra via, também confirmava a minha história, através de um registo oficial desse avião, com essa matrícula, e da sua presença em Cascais na data do acidente:

"Boas,
"No "Registro de aviones comerciales en Espana" - http://www.sbhac.net/Republica/Fuerzas/FARE/Materiales/Registro.htm - pode encontrar o EC-VAA, com o seguinte registo:
"EC-VAA DH.80A Puss Moth 2246 G-ACBL EC-W18 EC-VAA Teodoro Martel Olivares > Francisco Moreno 27.01.34 Written off Cascais 20.07.36 Canc 12.11.40
EC-VAV -
"Ou seja, parece confirmar-se a sua tese.
"Vitor Rodrigues
"4 de abril de 2015 às 23:38"

Fica assim confirmado que  a fotografia do meu avô foi realmente tirada junto do avião de Sanjurjo, em Santa Cruz, na véspera ou no próprio dia do acidente.

Outro assunto relacionado com o tema era esclarecer um rumor que sempre correu por Torres Vedras que referia a possível sabotagem do "avião de Sanjurjo" em Santa Cruz.

Sobre este tema também encontrei alguns dados novos, para além dos referidos no post publicado aqui há 4 anos:

Em primeiro lugar, nunca percebi muito bem o que fazia o meu avô naquele sítio, ao mesmo tempo de outras personagens torrienses que lá estiveram nessa altura, nomeadamente a pessoa que confessou aos seus familiares que tinha lá estado para sabotar o avião, e que, daqui para a frente, designarei por "Sr.T".

Sabia da amizade entre o meu avô e o "Sr.T", mas recentemente descobri mais uma coisa que os unia e que eu até  há dois anos desconhecia (eu e a minha família): a ligação à maçonaria e à mesma loja torriense, aí pelos anos 20 ou 30, informação que me foi facultada pelo filho do líder  dessa loja, Luís Perdigão (pai), que tinha na sua posse várias fichas (que tenho fotocopiadas) com os nomes dos membros da mesma: lá estão o meu avô e o"sr. T".

Entretanto também consegui adquirir o livro de memórias de Ansaldo, na sua edição francesa : ANSALDO, Juan Antonio, Mémoires d'un Monarchiste Esoagnol , 1931-1952 (tradução de Jean Viet), Mónaco, Éditions du Rocher, 1953.

Trata-se da tradução do seu primeiro livro de memórias publicado originalmente em espanhol em Buenos Aires, pela editora Vasca Ekin.

Nesse livro as paginas 50 a 57 são dedicadas à sua malograda viagem a Portugal, falando da sua passagem por Santa Cruz.

Partindo de Pamplona, às ordens do General Mola, para vir a Portugal buscar o General Sanjurjo, exilado em Portugal, para que este se pusesse à frente da sublevação militar então iniciada contra a República, Ansaldo chega em 19 de Julho desse ano de 1936 ao "campo de aviação auxiliar de Santa Cruz, no limite ocidental da Europa", que "acolhe docemente o avião", um "Pass Moth".

Ao aterrar no campo de aviação de Santa Cruz é aguardado por dois automóveis, onde encontra um seu velho amigo "Tavares" onde recebe a notícia, que se confirma ser falsa, segundo a qual o general Sanjurjo já tinha partido para "Burgos a bordo de um avião francês".

Quem seria esse Tavares? Uma das figuras gradas da Legião Portuguesa em Torres Vedras era o "Tavares da maçaneta", também agente local da Polícia Política. Será aquele Tavares referido por Ansaldo a conhecida figura torriense, falecido já depois do 25 de Abril, e que era uma das figuras mais temíveis da PIDE (então PVDE) local?

Continuando a acompanhar a narração de Ansaldo, este, tomando todas as precauções para abrigar o avião porque "não existia nesse aeródromo nenhum serviço de sobrevivência [apoio]" (pág.51), partiu de seguida para Lisboa, a caminho do Estoril, numa das viaturas que o aguardavam, confirmando, á sua chegada ao Estoril, que o general continuava nessa localidade.

No Estoril teve de negociar com as autoridades portuguesas o melhor modo de cumprir a sua missão sem comprometer as relações entre o Estado português e a ainda reconhecida República Espanhola.

Foi aí que se negociou uma saída airosa que não comprometesse o regime português face a um desfecho ainda imprevisível da situação em Espanhola: "eu iria no dia seguinte de manhã [20 de Julho] buscar o avião a Santa Cruz, a 60 kilómetros de Lisboa" (pág. 52), de onde levantava voo para o aeródromo de Alverca, onde procederia a todas as formalidade aduaneiras, de onde voaria oficialmente daí directamente para Espanha. Na realidade, e secretamente, em vez de partir directamente para o seu país, faria um desvio  para um terreno improvisado, o hipódromo da Marinha, junto de Cascais, onde recolheria Sanjurjo,e só então voaria para Burgos .

Nessa noite Ansaldo recebeu um telefonema que o inquietou: era uma chamada de Santa Cruz que o informavam que "elementos comunistas andavam à volta do avião", apelando para que tomasse todas as providências para se evitar qualquer "sabotagem". Ansaldo ficou indignado com o facto de "tais elementos" serem deixados em liberdade pela ditadura portuguesa e mandou que guardassem o avião. Depois de vários telefonemas, Ansaldo recebeu finalmente a confirmação de que tudo tinha sido feito de acordo com as suas ordens para resguardar o aparelho (pág.53).

É neste ponto que a referência de Ansaldo à presença de gente da oposição (que ele designa como "comunistas", mas que podiam ser outros oposicionistas, como era o caso do "sr.T", ou até membros da maçonaria, como era o caso do meu avô e do mesmo "sr.T"), se cruza com a constatação, que já haviamos referido, de gente da oposição ter estado em Santa Cruz a tentar sabotar o avião.

A aplicação da classificação de "comunistas" às pessoas da oposição ou desafectas ao regime era uma designação normal na propaganda da época, e que englobaria todos aqueles que se opunham ao regime. 

Curiosamente o próprio Ansaldo, que mais tarde, tendo entrado em dissidência como regime franquista, foi obrigado a exilar-se, sendo no exilio que escreveu e editou as suas memórias , no prefácio da segunda edição da sua obra, se queixava do "regime franquista com a sua táctica, infelizmente hoje copiada por outros países, de chamar comunista a quem se recuse a ser seu escravo", tentando assim,  "caluniar o autor "(pág.9).

Já nos tinhamos referido a este facto ou rumor no post anterior, mas também aqui recolhemos novas informações, de tradição oral, junto de um dos filhos do "sr.T".

Um dia, já depois do 25 de Abril, num momento de descontracção familiar, regado com vinho, o "sr. T" contou ao filho uma história que ele sempre tinha guardado para si. Ele e vários elementos da oposição republicana local tinham estado em Santa Cruz a tentar sabotar o avião de Ansaldo. Para isso tentaram desviar as atenções dos elementos da GNR que guardavam o avião.

Uns levaram os elementos da GNR a "tomar um copo", enquanto outros, à volta do avião, momentânea mente sem vigilância, tentavam danificar o avião, pulando sobre ele ou tentando danificar partes do avião.

Recorde-se que a GNR local, pelo menos nas primeiras décadas da ditadura, era conhecida pelas relações de amizade entre alguns dos seus membros e elementos da oposição, sendo até coniventes com estes nalgumas situações, com aconteceu mais tarde com o meu pai que, depois de dois anos de prisão em Peniche, tinha de se apresentar regularmente no posto local da GNR, onde recebeu sempre compreensão e até conselhos para escapar à vigilância policial...mas isto é outra história. Apenas o refiro aqui para demonstrar que na GNR de Torres Vedras muitos dos seus elementos não eram apoiantes incondicionais do regime e, no caso de Santa Cruz, tinham relações de amizade pessoal como os elementos da oposição que procuravam sabotar o avião de Sanjurjo.

Contudo, para grande surpresa dos "sabotadores" de Santa Cruz o avião acabaria por levantar voo, sem qualquer problema. Recorde-se aqui que a intenção manifestada pelos sabotadores, como o referiu o "sr.T", não era matar ninguém, mas apenas atrasar o voo e a saida de Sanjurjo do país.

Por isso terão ficado aterrorizados quando, horas mais tarde, souberam do acidente que matou o general Sanjurjo e guardaram segredo da sua actuação. Apenas o "sr.T" confirmou a tentativa de sabotagem, mesmo assim no regato da família, recusando-se mais tarde a aprofundar a história, revelando sempre um grande receio que a história se viesse a saber , mesmo muito tempo depois do 25 de Abril.

Entretanto continuamos a narração de Ansaldo.

Saindo do Estoril a caminho de Santa Cruz, refere que o"pior inimigo da navegação aérea apareceu nessa manhã de um 20 de Julho, meridional e quente: o nevoeiro. À medida que nos aproximávamos de Santa Cruz, ele tornava-se mais denso, escondendo o sol, tornando mesmo difícil avançar pela estrada. Das 10 horas da manhã à duas horas da tarde eu esperei furioso. De tempos a tempos, um pálido reflexo de sol brilhava no terreno e eu punha os motores em marcha; logo de seguida a neblina espalhava-se tão baixo que não nos conseguíamos ver uns aos outros.Telefonei várias vezes para o Estoril para explicar o que se passava; respondiam-me que o general me esperava com alguns amigos(...)".

Finalmente, por volta da uma hora e meia da tarde "como as condições atmosféricas íam de mal a pior, eu decidi adiar o voo" . Estando a almoçar, uma hora mais tarde "o nevoeiro dissipou-se. Com toda a pressa corri para o avião, pus o motor em marcha e descolei para Alverca". Acompanhou-o no voo um elemento da PVDE. Em Alverca tratou das formalidades e partiu, a meio da tarde para "a Marinha", o campo improvisado onde iria embarcar Sanjurjo.

O resto da história é sobejamente conhecida e pode ser lida, não só no nosso post anterior como AQUI, uma interessante tese de mestrado da autoria do brasileiro Gabriel de Senna Pondé, intitulada "A Morte do General Sanjurjo - Análise do tratamento da imprensa escrita portuguesa da época relativa ao acontecimento público", defendida na Universidade Lusófona de Lisboa em 2012.

A tese de atentado, que chegou a ser ventilada à época, foi descartada pelo próprio piloto, apontando outras razões para o mesmo: as más condições da pista da Marinha, o tempo que obrigou a levantar na direcção mais difícil e o excesso de carga com as malas que o general Sanjujo quis levar.

Técnicamente o avião não conseguiu ganhar velocidade suficiente para sobrevoar as árvores que se encontravam no final da pista e a hélice falhou e partiu-se, não se sabe por ter embatido numa árvore se por qualquer problema técnico. Ansaldo salvou-se porque foi projectado do avião quando este, em queda, embateu num muro, mas o general morreu carbonizado, embora antes já tivesse sofrido um ferimento mortal, atravessado por um ferro do avião.

Geralmente um acidente acontece porque se combinam vários factores. Os "sabotadores" de Santa Cruz não foram os responsáveis directos por qualquer falha técnica, mas nunca se virá a saber se contribuiram para potenciar as dificuldades técnicas que levaram o avião a não conseguir ganhar altitude no voo fatal.

Especula-se muito com o que teria acontecido se o general Sanjurjo tivesse chegado vivo a Espanha.

Uma das consequências seria o facto de o General Franco não aceder tão fácilmente à liderança do movimeto nacionalista.

Depois, se fosse o general Sanjurjo a liderar a Espanha durante a segunda Guerra mundial talvez  a posição da Espanha no conflito tivesse sido diferente, já que se conhece a maior simpatia de Sanjurjo por Hitler, maior do que aquela que era nutrida por Franco.

Mais do que certezas, a história que aqui se conta continua envolta em mistério e duvidas, as quais provávelmente, nunca virão a ser cabalmente esclarecidas. Eliminar

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Exposição de Fotografia “Cianotipias”, de Mário Rui Hipólito – inauguração no Sábado, pelas 18 horas (Galeria Municipal dos Paços do Concelho)


Inaugura-se no próximo Sábado, 13 de Junho, na Galeria Municipal de Torres Vedras, nos antigos Paços do Concelho, a exposição “Cianotopia” de Mário Rui Hipólito.

A exposição pode ser vista até 29 de Agosto.

Mário Rui Hipólito dedica-se à fotografia desde os anos 80, muito por influência do seu pai José Hipólito Júnior, um dos mais conceituados, mas também esquecido, fotógrafos amadores torrienses dos anos 60/70.

O Mário Rui tem-se revelado pela  originalidade do seu trabalho fotográfico, evidente noutras exposições onde já participou,  aliando esse originalidade a uma constante investigação técnica e à sua ligação de sempre às artes plásticas.

De forma constante e firme o trabalho do Mário Rui, não só no campo da fotografia, mas também noutro tipo de técnicas de impressão aplicadas às artes plásticas, tem-se vindo a afirmar, mas é ainda pouco conhecido do público em geral, devido em parte à sua grande humildade pessoal.

Desta vez propõe-nos explorar uma técnica  fotográfica quase esquecida, a cianotipia:

Segundo o programa de apresentação dessa exposição, publicado na página da Câmara Municipal de Torres Vedras, a “cianotipia (cyanotype) é um processo de impressão fotográfico em papel ou em tecido que produz imagens em tons de azul (do grego cyanos, azul escuro).

“Ao contrário da fotografia a preto e branco que tem por base a química dos sais de prata, a cianotipia assenta na redução fotoquímica dos sais de citrato de ferro (III) e é uma técnica usada essencialmente para produzir cópias em papel ou em outros suportes e não negativos.

“Este processo de impressão fotográfico foi concebido pelo cientista e astrónomo Inglês, Sir John Frederick William Herschel, em 1842.

“Na base da impressão da cor azul, conhecido como “blue print”, está a formação sobre a folha de papel de um precipitado insolúvel de “azul da prússia””.

O Mário Rui Hipólito nasceu em Torres Vedras em 1957.

É psicólogo de profissão e, segundo o seu currículo disponível na internet, começou “a interessar-se pela fotografia na década de 80. Entre 84 e 89, então a residir em S. Miguel, Açores, teve oportunidade de aí se começar a dedicar mais seriamente à arte fotográfica, como amador, no entanto.

“Participou em várias exposições colectivas de fotografia e conta com duas individuais.

“Algumas datas mais relevantes :

“2006 – Participação na exposição de fotografia Traços de Identidade I – da terra e do trabalho, em Torres Vedras, na galeria dos Paços do Concelho.

“2004 - Participação na mostra de Fotografia Fixart , organizada pelo ECTV.

“2003 - Participação na mostra de Fotografia Fixart; Exposição individual (8 fotografias, cor) com o título Naturante em Torres Vedras.

“1999 - Participação na mostra colectiva de Fotografia Um Olhar sobre o Centro Histórico em Torres Vedras.

“1991 - Projecção de slides seleccionados para sessão de poesia e música, na Marinha Grande.

“1990 - Exposição individual (10 fotografias, cor), com o tema Salinas, em Pombal.

“1984 - Participação em exposição colectiva de Artes Plásticas, em Torres Vedras: Despertar de Novo.

“Actualmente tem trabalhos em “sites” de fotografia nacionais e internacionais, como www.olhares.com ; www.1000imagens.com ; www.Photo.Net”.

Estamos convencidos que a exposição que vai ser inaugurada este Sábado vai projectar a qualidade e a originalidade do trabalho do Mário Rui Hipólito, acima de tudo um amigo pessoal de longa data, muito para além do restrito grupo de amigos que seguem com atenção o seu trabalho na sua página do facebook e para além do carácter local das suas exposição.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Documentos para a História Contemporânea Torriense existentes no Arquivo do Ministério das Finanças


Muitos documentos importantes para a história de Torres Vedras, principalmente para o século XX podem ser consultados no Arquivo Digital do Ministério das Finanças, no site da Secretaria Geral do Ministério das Finanças pode ser consultado clicando AQUI . 

Estão referenciados mais de 200 documentos, alguns em PDF e que é possível copiar.

A partir do documento 241 começam a surgir muitas referências que não estão relacionadas com Torres Vedras, e que aparecem listados apenas porque aparece a palavra "Torres" ou "Torre",ou "Vedra".

Fica o convite para percorrerem esse site onde vão encontrar alguns curiosos documentos e outras tantas curiosas referências que podem ser úteis aos investigadores.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Duas obras fundamentais sobre a história política local vão ser apresentadas no próximo Sábado



O Engº José Damas Antunes acaba de editar duas obras fundamentais para a história local e regional, uma intitulada “Contributo Para História do PSD Na Área Oeste – 1974-2014”, e outra “40 anos de Democracia – O PPD/PSD de Torres Vedras”, ambas as obras editadas para assinalar o 40º aniversário da fundação do PPD/PSD.

O primeiro desses títulos é mais abrangente, geograficamente , mas demonstra a importância do concelho de Torres Vedras para a firmação daquele partido na região.

Esta obra reúne uma vasta documentação sobre esse partido, recolhendo depoimentos de todos os presidentes e ex-presidentes vivos  da distrital da área Oeste do PSD, uma recolha fundamental para conhecer a história desse partido, e, numa segunda parte, reúne histórias e factos que, cronologicamente, marcaram a história política regional.

O livro faz um levantamento exaustivo de todos os nomes daqueles que contribuíram para a afirmação política do PSD, participando em vários estruturas políticas existentes.

No segundo daqueles títulos, Damas Antunes recolhe todos os dados possíveis para construir a história daquele partido no concelho de Torres Vedras, recolha tanto mais importante  quanto, e nas palavras do autor, “Torres Vedras foi a base de partida para a implantação do PPD no Oeste” (pág.9).

Nesta segunda obra, mais documental e menos analítica do que na primeira, revela-se mais uma vez o cuidado do autor em não deixar de fora factos e documentos essenciais para um conhecimento exaustivo da base social e humana que esteve por detrás da história do PPD/PSD neste concelho.

José Damas Antunes alia, nestas duas obras, o seu grande conhecimento sobre o funcionamento do partido, onde tem exercido um papel activo em termos locais e regionais , com o rigor e objectividade da investigação histórica, área onde já revelou experiência através da autoria de estudos sobre a freguesia de Campelos.

José Damas Antunes, recorde-se, é um raro exemplo de um político dedicado a uma causa em que acredita, profissionalmente competente, com uma cultura vasta, homem dedicado às questões ambientais,  tolerante e  dialogante com os adversários , na nossa opinião um dos últimos sociais-democratas daquele partido.

Este trabalho de Damas Antunes vem alertar-nos para a necessidade de, ultrapassados os 40 anos de regime democrático, aparecerem outros trabalhos sobre outros partidos e movimentos políticos com impacto local e regional, recolhendo depoimentos e documentos que o tempo pode fazer desaparecer.

As duas obras de Damas Antunes, depois de terem já sido lançadas formalmente em acções internas daquele partido, passam a estar acessíveis ao público em geral no próximo Sábado, com o seu lançamento na sede da Papelaria União, conforme convite reproduzido em baixo.


Alguns trabalhos de Manuela Catarino acessíveis na net.


A Drª Manuela Catarino é uma das mais competentes historiadoras torrienses e com um significativo percurso como investigadora nacional, ligada ao Instituto de Estudos Medievais da Universidade Nova de Lisboa, para além de uma excelente professora de História na Escola Madeira Torres.

Presença habitual nos encontros de História Local "Turres Veteras", em cujas actas podem ser encontrados muitos dos seus trabalhos, Manuela Catarino tem-se dedicado ao estudo da Idade Média a nível nacional e sobre outras regiões do país.

No site do Instituto de História Medieval, AQUI, estão em linha vários dos seus trabalhos, não só alguns já editadas nas actas do congresso torriense. mas muitos outros, fruto da sua investigação.

Recomendamos portanto uma visita a esse site da Universidade Nova, onde se encontra um importante manancial de estudos da autoria de Manuela Catarino, importante para conhecermos melhor a história local de Torres Vedras, e não só.


terça-feira, 2 de junho de 2015

A Conquista de Ceuta e o Conselho Régio de Torres Vedras em livro


Acaba de ser editado o 17º volume da colecção Turres Veteras, que tem vindo a reunir as comunicações dos encontros de história local que, sob essa designação, se realizam há quase vinte anos em Torres Vedras.

Cumprindo uma rara tradição portuguesa que é a de editar comunicações de encontros científicos de forma regular, a organização do evento, liderada por Carlos Guardado Silva, numa parceria entre a Câmara Municipal de Torres Vedras, o Instituto Alexandre Herculano da Universidade de Letras de Lisboa e as edições Colibri, esse volume foi lançado no encerramento dos Encontros Turres Veteras que decorreram em Maio, reunindo as comunicações apresentadas no ano anterior.

O tema do ano anterior teve como pretexto o 600º aniversário da realização do conselho régio em Torres Vedras, no verão de 1414, que decidiu a conquista de Ceuta no ano seguinte, acção que é apontado como o facto que "inaugurou" a expansão portuguesa e europeia.

Sendo um congresso de âmbito nacional e internacional, nem todas as comunicações se referem à história torriense, embora a temática local esteja sempre presente, quer na escolha dos temas, quer nalgumas das comunicações apresentadas.

Neste volume destacamos duas das comunicações publicadas, referentes à história de Torres Vedras:

A primeira é da autoria da Drª Manuela Catarino, e intitula-se "Torres Vedras nos inícios do séc. XV - uma vila do reino no caminho de Ceuta" (pp. 45 a 51), onde se descreve as vivências da antão vila nessa época;

A segunda é da autoria da Drª Judite A. Gonçalves de Freitas, e intitula-se "A reunião magna de Torres Vedras de 1414: um Conselho de Estado?" (pp. 53 a 64) e enquadra o conselho régio realizado na vila no contexto das reuniões do mesmo tipo realizadas na época, fazendo um descrição pormenorizada do que se passou em Torres Vedras e sobre as personalidades que estiveram presentes no conselho (bem como o significado das ausências).

A importância histórica da Conquista de Ceuta para a história nacional e internacional marcam as temáticas das restantes comunicações.

Mais uma iniciativa a destacar na divulgação e conhecimento da história local.