sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Hoje, ás 19 horas, na Biblioteca de Torres Vedras : - lançamento do livro "A República Possível" de Fernando Pereira Marques e apresentação de José Pacheco Pereira


É hoje apresentado em Torres Vedras o livro “A República Possível” da autoria do Dr. Fernando Pereira Marques, na Biblioteca Municipal de Torres Vedras, em sessão aberta ao público que terá início às 19 horas.
Essa sessão contará com a presença do autor e do Dr. José Pacheco Pereira que o apresentará.
A obra tem muitas referências à situação torriense nesse período em “não pretende fazer (mais) uma história de 1ª República”, apresentando um novo olhar crítico sobre esse período curto, mas fundamental, da nossa história recente.
“A situação em Portugal entre 1910 e 1926 não foi muito diferente da generalidade de situações coetâneas noutras sociedades europeias, do ponto de vista da radicalização da conflitualidade social e da instabilidade política.

“É, pois, redutor atribuir a queda da I República a erros, a faltas, a desvios - segundo as versões benignas de tipo historicista -, ou à perversidade jacobina, anticlerical, ou até autoritária dos políticos republicanos, segundo as versões de outros historiadores.

“Em termos mais simples, não foi a balbúrdia de que falam alguns textos referindo-se a esse período, o caos ou a catástrofe que a propaganda salazarista descrevia ou que ainda vários sustentam, nem foi uma Cousa Santa traída por militares e por um ditador perverso.
Foi a República possível no contexto da sociedade portuguesa com as suas características e problemáticas específicas, um processo complexo mas modernizador que a ditadura militar e o salazarismo travaram eficazmente”.
O autor, Fernando Pereira Marques nasceu em Coruche a 16 de abril de 1948. É diplomado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris e Doutor de Estado em Sociologia pela Universidade de Picardie – Amiens (França), professor catedrático convidado na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Lisboa), onde dirigiu o 2.º Ciclo de Ciência Política, e investigador integrado no Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. 
Entre outros cargos, foi deputado à Assembleia da República, dirigente nacional do Partido Socialista, presidente da Subcomissão Parlamentar de Cultura e membro da delegação portuguesa na União da Europa Ocidental (UEO) e na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa. É autor de várias obras nas áreas do ensaísmo e da investigação, colaborador em publicações periódicas e diretor-adjunto da revista Finisterra.
Algumas obras do autor: Exército e Sociedade em Portugal, 1991 (1981, 1.ª ed.); O Elogio da Inquietude, 1985; Um Golpe de Estado – Contributo para a Questão Militar no Portugal de Oitocentos, 1989; De que Falamos quando Falamos de Cultura?, 1995; Exército, Mudança e Modernização na Primeira Metade do Século XIX, 1999; A Praia sob a Calçada – Maio de 68 e a «Geração de 60», 2005; Esboço de um Programa para os Trabalhos das Novas Gerações, 2007; Sobre as Causas do Atraso Nacional, 2010; Cultura e Política(s), 2014; Uma Nova Conceção de Luta, Materiais para história da LUAR e da resistência armada em Portugal, 2


quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Outono no Vale do Barro

Os tons do Outono chegaram em força ao vale e às encostas do Barro, nos limites sul da malha urbana de Torres Vedras.

A aldeia do Barro, próxima do Monte do Barro e do Convento com o mesmo nome, é hoje quase um bairro periférico da cidade.

No Monte do Barro existe um dos mais antigos vestígios de ocupação humana na região, o Tholos Calcolítico do Barro, contemporâneo do Castro do Zambujal e, nas proximidades, o quinhentista Convento Arrábido do Barro, convento Jesuíta a partir do século XIX até 1910, e que foi uma das primeiras escolas da região, mais tarde um sanatório, hoje encerrado.

O vale do Barro é uma espécie de limite sul do grande vale que esteve na origem do centro urbano de Torres Vedras, que nasceu no limite norte, junto ao rio Sizandro.

Com o urbanismo a crescer para sul e a hipótese de se criar uma zona industrial junto à encosta sul do vale, as fotografias recolhidas ontem podem ser um dos últimos testemunhos do que resta da zona rural que até há poucas décadas entrava "vila" dentro.

Dominada pelas vinhas, esta é das paisagens mais marcantes da região, infelizmente em risco de rápida urbanização.

Para memória futura, aqui deixamos algumas fotos dessa bela paisagem:


















segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Resultados das eleições legislativas no Concelho de Torres Vedras

Torres Vedras
Concelho:
Contagem terminada.
13 freguesias apuradas.
Mapa  Lista
Distrito: Lisboa
Concelho: Torres Vedras
PS
Partido Socialista
36,85%
14.265 votos
PPD/PSD
Partido Social Democrata
25,48%
9.862 votos
B.E.
Bloco de Esquerda
9,38%
3.632 votos
PCP-PEV
CDU - Coligação Democrática Unitária
5,98%
2.314 votos
CDS-PP
CDS - Partido Popular
4,24%
1.642 votos
PAN
PESSOAS-ANIMAIS-NATUREZA
3,47%
1.344 votos
CH
CHEGA
1,86%
720 votos
A
Aliança
1,42%
548 votos
IL
Iniciativa Liberal
1,29%
501 votos
L
LIVRE
1,23%
475 votos
PCTP/MRPP
Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses
1,07%
413 votos
R.I.R.
Reagir Incluir Reciclar
0,61%
236 votos
PNR
Partido Nacional Renovador
0,39%
150 votos
MPT
Partido da Terra
0,33%
128 votos
NC
Nós, Cidadãos!
0,25%
95 votos
PDR
Partido Democrático Republicano
0,24%
94 votos
PPM
Partido Popular Monárquico
0,24%
92 votos
PURP
Partido Unido dos Reformados e Pensionistas
0,18%
70 votos
PTP
Partido Trabalhista Português
0,17%
64 votos
MAS
Movimento Alternativa Socialista
0,13%
52 votos
EM BRANCO
3,15%
1.218 votos
NULOS
2,04%
791 votos

terça-feira, 1 de outubro de 2019

O Monumento de homenagem a João de Barros na praia de Santa Cruz



Numa pesquisa pelo site do Arquivo Municipal de Lisboa encontrei um interessante conjunto de documentos relacionados com o projecto para o monumento dedicado a João de Barros, inaugurado na praia de Santa Cruz em 1971.

João de Barros foi uma importante figura da literatura, educação e do republicanismo.

Nasceu na Figueira da Foz em 1881 e ficou conhecido como professor e pedagogo, defensor do chamado movimento da Escola Nova.

Tendo aderido ao Partido Republicano Português, saiu deste partido em 1924 para integrar o Partido Republicano da Esquerda Democrática, tendo exercidos as funções de Ministro dos Negócios Estrangeiros durante o efémero governo formado pelo líder desse partido, José Domingos dos Santos, que governou entre Novembro de 1924 e Fevereiro de 1925, considerado o governo mais à esquerda da 1ª República, e por isso apelidado do governo dos “canhotos”.

João de Barros participou activamente no jornalismo cultural, tendo-se destacado como publicista, ensaísta e poeta.

Durante o Estado Novo participou activamente na oposição democrática ao regime, sendo por isso expulso do ensino, tendo-se destacado no apoio à candidatura de Humberto Delgado.

Foi pai de Henrique e Barros, outra destacada figura da oposição, ministro nos primeiros governos provisórios no pós-25 de Abril, parlamentar respeitado eleito pelo PS, partido do qual se desvinculou em 1985 para aderir ao PRD.

Paradoxalmente João de Barros era também sogro de Marcelo Caetano, o último primeiro ministro do Estado Novo, derrubado no 25 de Abril.

João de Barros era um apaixonado pelo mar e passou muitos Verões na praia de Santa Cruz, juntamente com a sua família, incluindo mesmo Marcelo Caetano nessas estadias.

Falecido em 25 de Outubro de 1960, em 1971 foi inaugurado o referido monumento em sua homenagem.

Esta monumento foi da autoria conjunta do escultor e pintor José Santa Bárbara (homenageado na Festa do Avante deste ano, como se pode ver AQUI) e do arquitecto Keil do Amaral e inclui a transcrição de um poema de João de Barros e uma dedicatória de Ferreira de Castro ao poeta.

Aqui reproduzimos os tais documentos e projectos disponíveis no site do Arquivo Municipal de Lisboa: