terça-feira, 1 de outubro de 2019

O Monumento de homenagem a João de Barros na praia de Santa Cruz



Numa pesquisa pelo site do Arquivo Municipal de Lisboa encontrei um interessante conjunto de documentos relacionados com o projecto para o monumento dedicado a João de Barros, inaugurado na praia de Santa Cruz em 1971.

João de Barros foi uma importante figura da literatura, educação e do republicanismo.

Nasceu na Figueira da Foz em 1881 e ficou conhecido como professor e pedagogo, defensor do chamado movimento da Escola Nova.

Tendo aderido ao Partido Republicano Português, saiu deste partido em 1924 para integrar o Partido Republicano da Esquerda Democrática, tendo exercidos as funções de Ministro dos Negócios Estrangeiros durante o efémero governo formado pelo líder desse partido, José Domingos dos Santos, que governou entre Novembro de 1924 e Fevereiro de 1925, considerado o governo mais à esquerda da 1ª República, e por isso apelidado do governo dos “canhotos”.

João de Barros participou activamente no jornalismo cultural, tendo-se destacado como publicista, ensaísta e poeta.

Durante o Estado Novo participou activamente na oposição democrática ao regime, sendo por isso expulso do ensino, tendo-se destacado no apoio à candidatura de Humberto Delgado.

Foi pai de Henrique e Barros, outra destacada figura da oposição, ministro nos primeiros governos provisórios no pós-25 de Abril, parlamentar respeitado eleito pelo PS, partido do qual se desvinculou em 1985 para aderir ao PRD.

Paradoxalmente João de Barros era também sogro de Marcelo Caetano, o último primeiro ministro do Estado Novo, derrubado no 25 de Abril.

João de Barros era um apaixonado pelo mar e passou muitos Verões na praia de Santa Cruz, juntamente com a sua família, incluindo mesmo Marcelo Caetano nessas estadias.

Falecido em 25 de Outubro de 1960, em 1971 foi inaugurado o referido monumento em sua homenagem.

Esta monumento foi da autoria conjunta do escultor e pintor José Santa Bárbara (homenageado na Festa do Avante deste ano, como se pode ver AQUI) e do arquitecto Keil do Amaral e inclui a transcrição de um poema de João de Barros e uma dedicatória de Ferreira de Castro ao poeta.

Aqui reproduzimos os tais documentos e projectos disponíveis no site do Arquivo Municipal de Lisboa:
  






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