O Jardim e mata da Quinta das Lapas será o tema do próximo CHÁS DE PEDRA, em Santa Cruz, na Azenha, pelas 21H30. Inscrições prévias no Arquivo Municipal.
Em baixo divulgamos algumas fotografias dos jardins e da mata da Quinta, da autoria de Joaquim Moedas Duarte, datadas de 2012.
(Fotos J. Moedas Duarte, 2012)
Outras fotografias da mesma Quinta, foram por mim publicadas há alguns anos no blogue Pedras Rolantes, e podem ser vistas AQUI e AQUI.
Transcrevo também em baixo um pequeno artigo de divulgação por mim editado nos anos 90 do século passado e transcrito em 2008 nesse mesmo blogue:
QUINTA DAS LAPAS -
Torres Vedras
Antes de se chegar
à localidade de Monte Redondo, à direita da estrada que vem de Matacães, na
encosta da serra da Achada, avista-se a entrada da Quinta das Lapas.
Duas rampas dão
acesso ao portão de entrada da casa solarenga, encimado pelo brasão da família
fundadora.
Junto dessas rampas
situa-se, em plano inferior, a capela dedicada a Nª Senhora do Rosário, com
fachada em colunatas neoclássicas, mandada edificar por D. Nuno da Silva
Telles, filho do 2º Marquês do Alegrete. O seu interior é forrado com um silhar
de azulejos setecentistas com símbolos das ladainhas.
Existe nesta capela
um cofre com as relíquias de S. frei Gil de Santarém, da ordem dos Pregadores.
A Quinta das Lapas
foi comprada por D. Mariana de Menezes, casada com Fernão Telles, conde de Vila
Maior, um dos 40 fidalgos que aclamaram D. João IV na restauração de 1640.
Aquela condessa constituiu vínculo nesta propriedade, composta de extensos
pinhais, terras de pão, olivais e vinhas.
A casa nobre foi
erguida em finais do século XVII por Manuel Telles da Silva, conde de Vila
Maior e 1º Marquês do Alegrete, título recebido em 19 de Agosto de 1687 pelo
rei D. Pedro II.
A sua construção
prolongou-se pelo reinado de D. João V, ficando prejudicada pelas obras do
Convento de Mafra, pois aquele monarca requisitou todos os trabalhadores da
região, tendo pedido pessoalmente ao Marquês do Alegrete para dispensar os que
andavam a trabalhar nas obras desta Quinta, com a promessa de o compensar dessa
dispensa. Mas a única recompensa foi a oferta dos dois leões em mármore que
coroam os pilares do portão da Quinta.
Entra-se para o
palácio depois de se passar a porta brasonada e um grande pátio quadrangular e
subindo-se por uma imponente escadaria de pedra.
No interior do
palácio todas as divisões se distribuem sem um único corredor a separá-las. Os
tectos são em madeira e os rodapés são revestidos de azulejo português, dando
para o jardim as janelas da sala de jantar.
No jardim
destacam-se os azulejos do principio do século XVIII que forram as paredes do
Lago da Sereia.
Um dos passeios
mais agradáveis que se pode fazer nesta Quinta é à sua grande mata, cortada em
várias direcções por ruas largas, arborizada no início do século XIX com
ulmeiros, pinheiros mansos, medronheiros e sobreiros. De entre estes destaca-se
o chamado “sobreiro das quatro irmãs”, porque o seu tronco rente ao chão se
divide em quatro de grande grossura e altura.
À entrada da mata
existe a Ermida de Santa Maria Madalena, construída pelo último marquês de
Penalva para substituir uma outra mais antiga aí existente, destruída pelos
franceses em 1808.
No interior da mata
existe uma capela incompleta dedicada a Santo André Avelino, mandada construir
em 1778 pelo conde de Tarouca, Fernando Telles da Silva.
No jardim e na mata
existem várias fontes, destacando-se a do “Frei João”, , a da “Água férrea” e a
do “Leão”. Antes de se chegar à localidade de Monte Redondo, à direita da
estrada que vem de Matacães, na encosta da serra da Achada, avista-se a entrada
da Quinta das Lapas.
Até ao passado dia
18 de Novembro de 2008, a chamada "Fonte do Veado", onde se mistura o
estilo barroco com o neoclássico, devia o seu nome ao facto de ser decorada com
uma curiosa escultura em mármore de dois galgos segurando um veado pelas
orelhas. Infelizmente a Quinta foi nessa data alvo de um assalto e essas
estátuas roubadas, conforme anuncia a imprensa local.
Vários monarcas
visitaram esta Quinta, entre eles D. João V e D. Carlos, bem como outros
membros ilustres da família real portuguesa, tais como as rainhas D. Carlota
Joaquina e Dª Maria Amélia, o príncipe D. Luís Filipe, a princesa D. Maria
Francisca Benedita, a infanta D. Isabel Maria e o infante D. Manuel.
Também o famoso
poeta Nicolau Tolentino passou alguns dias nesta Quinta e a ela lhe dedicou um
dos seus poemas.
A conhecida cantora
Teresa Tarouca, descendente dos condes de Tarouca, e Vila Maior e marqueses de
Penalva e Alegrete, foi uma das últimas proprietárias desta Quinta.
Em 1986 foi a
Quinta adquirida pela Associação “Le Patriarche”, funcionndo hoje como centro
de recuperação de jovens toxicodependentes da Dianova, mas podendo ser visitada
por quem o solicitar.
Venerando Aspra de
Matos
Para melhor informação é justo referir que a comunicação foi feita por mim e pela Manuela Catarino. Eu abordei os aspectos relacionados com o Património e a Manuela falou sobre a família Telles da Silva.
ResponderEliminarObrigado.