Amanhã, Sábado, 15 de Fevereiro, vai realizar-se, pelas
18.30, na Biblioteca Municipal de Torres Vedras, o lançamento do livro “Em
Sentido Contrário – Venerando Ferreira de Matos (1926-1975) – Um oposicionista
na província”.
Venerando Ferreira de Matos foi um dos mais activos
colaboradores do jornal “Badaladas” nos anos de 1960 e no início dos anos de
1970 , assim como na vida cultural e associativa torriense desse período.
Nas páginas do “Badaladas”, com o apoio do padre Joaquim
Maria de Sousa, defendeu projectos locais, denunciou os abusos do poder,
defendeu a liberdade e a democracia, divulgou e participou em projectos
culturais, tendo de enfrentar muitas vezes o lápis azul da censura.
Esta biografia revela muito daquilo que era a realidade do
Estado Novo, tendo o biografado sentido na pele uma pena de prisão, cumprida em
Peniche durante dois anos, e a vigilância permanente da PIDE.
Também se revela nesta biografia a realidade cultural da
então vila de Torres Vedras, tendo o biografado participado activamente nalguns
dos projectos mais marcantes das duas últimas décadas da ditadura, desde os
debates animados nas páginas do “Badaladas” sobre a cultura local, à sua
colaboração num dos projectos mais dinâmicos de então, o “Pelouro Cultural da
Física”.
Para apresentarem esse livro vão estar presentes o Dr. José
Pacheco Pereira, responsável pelas edições “Ephemera” que produziu esse livro,
o Dr. Fernando Pereira Marques, antigo preso político, antigo deputado e
professor universitário, e os Drs. José e Cecília Travanca Rodrigues, que
apresentarão o livro no contexto da vida cultural e política torriense da
época.
O livro “Em Sentido Contrário” é o terceiro publicado nos
“Cadernos do Ephemera”, publicação a Associação Cultural Ephemera, uma colecção
destinada a divulgar ensaios originais que se enquadram no trabalho deste Arquivo/Biblioteca.
Esta biografia é a primeira que os Cadernos Ephemera dedicam
aos chamados “oposicionistas na província”, “aqueles que são mais facilmente esquecidos porque não
viveram nos centros do poder, mas que deram dimensão nacional à resistência ao
Estado Novo” (do prefácio, assinado por José Pacheco Pereira).
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