sexta-feira, 5 de março de 2021

PCP - Um Partido Centenário em Torres Vedras.

(um dos primeiro cartazes do PCP de Torres Vedras)

Existem alguns estudos parciais sobre partidos políticos que tiveram actividade em Torres Vedras no século XIX e na primeira metade do século XX (1).

Já em relação aos partidos activos neste concelho depois do 25 de Abril, os estudos rareiam, havendo uma única excepão,  um excelente estudo sobre o PPD/PSD (2).

No mês em que se comemora o centenário do mais antigo partido ainda em actividade, o Partido Comunista Português, um caso de longevidade, não só em Portugal, mas no mundo, não podíamos deixar de evocar essa efeméride, divulgando algumas notas sobre a origem e a evolução histórica desse partido em Torres Vedras até ao 25 de Abril.

O PCP foi fundado em 6 de Março de 1921 e, ao contrário do que se passou em quase toda a parte, surgiu de uma cisão no seio do movimento operário, então liderado em Portugal pelos anarco-sindicalistas, e não de uma cisão num partido social-democrático ou num  partido socialista. Recorde-se que o primeiro Partido Socialista em Portugal foi fundado em 1875 e teve actividade até 1933 (3).

A primeira referência conhecida sobre a presença do PCP em Torres Vedras data de 1924, uma lacunar notícia sobre a presença em Lisboa, para uma reunião da “Federação Comunal de Lisboa”, programada para 15 e 16 de Março desse ano, mas adiada para 19 e 20 de Abril, de representantes de várias “comunas” de concelhos do distrito de Lisboa, entre os quais se menciona a representação da “comuna de Torres Vedras”(4).

Contudo, é preciso esperar pelos anos 30 do século XX para se encontrarem as primeiras referências à actividade do PCP neste concelho.

A primeira tentativa de formar uma célula do PCP em Torres Vedras terá acontecido em 1935, por iniciativa de Tomás Ferreira Rato, ferroviário, Jaime Delfim, guarda-livros da empresa Florêncio Augusto Chagas e outro indivíduo de nome Vilaça, tentativa que não teve êxito (5).

Data igualmente de Abril desse ano a referência à organização, em Torres Vedra, de um núcleo da Federação da Juventude Comunista (6).

Nesse mesmo ano de 1935, numa das mais importantes revoltas populares de camponeses n região contra o Estado Novo, a chamada “Guerra do Bacêlo”, com epicentro na freguesia de A-Dos-Cunhados, teve, se não a orientação, o apoio de comunistas locais.

Este acontecimento também é o primeiro referido no concelho de Torres Vedras pelo jornal “Avante”, na sua edição clandestina de Maio de 1935.

Essa revolta popular foi provocada pelo Decreto Lei nº 24 976 de 1935, que proibia a plantação de vinhas novas , obrigando a que até 30 de Março de 1936 se efectuasse o arranque das existentes.

No dia 8 de Abril de 1935 a GNR acompanhou a A-Dos-Cunhado os agrónomos que íam fazer o levantamento das vinhas ilegalmente plantadas, para serem arrancadas, tendo de enfrentar a revolta popular.

Em resultado dessa revolta, que se estendeu também às populações do Sobreiro Curvo,  foram presas cerca de 2 dezenas de pessoas e houve muitos feridos e, pelo menos, um morto (7).

Essa mesma edição do “Avante” refere várias acções desencadeadas no concelho por ocasião do 1º de Maio, nomeadamente a pintura de foices e martelos em várias paredes das ruas da então vila, a colocação de bandeiras vermelhas nos postes telefónicos, em tal quantidade que aos “automobilistas que passavam vindos de Lisboa e do Norte, causava espanto, pois que houvesse quem julgasse que estava implantado o bolchevismo”. Foi ainda colocada uma grande bandeira vermelha no Castelo.

Acções do mesmo género foram repetidas durante o 1º de Maio de 1936.

Nessa ocasião foram içadas em vários pontos da vila bandeiras vermelhas, entre os quais, uma bem visível no Forte de S. Vicente. Houve ainda o roubo simbólico das fotografias de Carmona e Salazar que estavam na escola primária feminina e várias pichagens na parede dessa escola, registando-se ainda a distribuição de propaganda do PCP.

Segundo relatório da polícia política sobre esses acontecimentos, estiveram envolvidos nesses actos Mário de Almeida Carvalhosa, alfaiate, Pedro Caldeira, Luís Vicente, Júlio dos Santos Salomé, José Caetano de Melo, Augusto dos Santos, Miguel Alves e Evaristo Alfredo da Silva(8).

A edição de Julho do jornal “Avante” desse mesmo ano confirma essas iniciativas de agitação e propaganda: “Em Torres Vedras foram editados várias dezenas de protestos que os trabalhadores enviaram às autoridades. As paredes das ruas da localidade, bem como outras localidades vizinhas, apareceram repletas de inscrições com palavras de ordem do nosso partido”. Essa notícia confirma ainda a retirada das fotografias de Carmona e Salazar da escola primária, acrescentando a notícia de terem sido rasgadas. Refere ainda que o jornal clandestino do partido, “O Camponês”, “publicado pelos nossos camaradas de Torres, esclarecia as massas camponesas, em especial o significado do 1º de Maio e publicava as suas reivindicações”.

A actividade local da Organização Revolucionária de Sargentos nesse mesmo ano, com a colaboração de comunistas locais, levou à prisão de Maria da Purificação, a célebre “Maria Cachucha”, e do já mencionado Mário Carvalhosa, embora só este fosse identificado como “comunista” pela PVDE (a primeira designação da polícia política).

Só em 1940 foi possível formar um “comité” local do PCP, liderado por uma das figuras carismáticas do partido, muito influente nesse partido em termos nacionais, Raimundo Porta, serralheiro de profissão e elemento de ligação como “Comité Regional do Oeste Sul”.

Desse primeiro “comité” faziam também parte Manuel Guedes, Júlio Santos, comerciante e responsável pelo núcleo de Torres Vedras, Álvaro Ramalho Alves, escriturário do tribunal e João Mesquita, então ainda um estudante.

A organização de Torres Vedras terá tido um papel bastante activo durante o período da chamada “reorganização” e da luta interna contra a “direcção”, no início dos anos de 1940 (1940-1943), como se revela pela realização de encontros e troca de informações, envolvendo a presença do próprio Júlio Fogaça na então vila e envolvendo a organização torriense (9) .

Depois da chamada “reorganização” e da afirmação da liderança de Júlio Fogaça, natural do Cadaval e com contactos na região, registou-se um crescimento rápido do PCP neste concelho: “Em Torres Vedras, havia uma organização desde os anos trinta e foi aí que se travaram alguns embates  da “reorganização”. Os “reorganizadores” fizeram aí algumas das suas primeiras reuniões, com a participação, entre outros, de Fogaça. Controlado por Piteira Santos, Raimundo Porta “reorganiza” Torres Vedras. Depois, a organização estende-se a zonas rurais limítrofes através da criação de “células camponesas” (10).

Essa situação terá tido lugar em 1941, em Torres Vedras, talvez numa casa clandestina à entrada de Runa, onde se realizou a reunião do Comité Central, onde se tomaram as principais decisões para “renovar” o partido (11).

Esse rápido crescimento do PCP em termos locais levou também à formação de um “subcomité” local orientado pelo tipógrafo Frederico Ribeiro e formado por Júlio Albino, caldeireiro da empresa Francisco António da Silva, Joaquim Queirós, empregado de comércio, e pelo barbeiro Teodoro Costa. Este subcomité foi dissolvido em 1945.

A importância de Torres Vedras nesta fase da história do PCP revela-se pelo facto de Raimundo Porta ter sido um dos 19 participantes no 3º Congresso do PCP, o primeiro na clandestinidade, realizado entre 10 e 13 de Novembro de 1943 no Monte Estoril.

Raimundo Porta era identificado com o pseudónimo de “Vitor”, com a profissão de “caixeiro” então com 29 anos (12).

Entre 1944 e 1945 realizaram-se em Torres Vedras, numa vivenda perto de Runa, várias reuniões clandestinas do secretariado e do Comité Central, com uma frequência que “chegou a cerca de duas ou três por trimestre” (13).

Uma dessas reuniões, do Comité Central, teve lugar noutra casa, esta na Praia de Santa Cruz, em 30 de Maio de 1944, tendo por objectivo principal “estudar a acção do partido no quadro cada vez mais previsível de uma crise do regime suscitada pela previsível vitória aliada na guerra” (14). Existia também, pelo menos em 1944, uma tipografia clandestina no Ramalhal.

Durante a Guerra, com o apoio do PCP local, houve vários movimentos populares de revolta contra o racionamento, o aumento dos preços e, principalmente, contra os especuladores (a “candonga”), havendo noticias de protestos generalizados em Julho de 1943, em Abril e, a principal, em 26 de Julho de 1944, uma manifestação de mulheres no Largo de S. Pedro que acabou no assalto a uma mercearia de um especulador candongueiro (15).

No dia 8 de Maio de 1945, por ocasião da tomada de Berlim pelo Exército Vermelho, numa iniciativa liderada por Raimundo Porta, foram lançadas do Castelo 21 salvas de fogo de artíficio, mas explodiu tudo antes de tempo, provocando grande alarme na região .

Na manifestação popular comemorativa da paz, que percorreu as ruas de Torres Vedras, os manifestantes transportavam bandeiras dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha e uns paus sem bandeira, uma forma de homenagear o outro aliado vencedor, a União Soviética, cuja bandeira estava proibida de exibir.

Com o final da 2ª Guerra aumentou muito a influência do PCP no seio da oposição, graças ao prestígio que o Exército Vermelho conseguiu granjear como um dos exércitos vencedores, desconhecendo-se na altura muitas das atrocidades cometidas pelo regime stalinista.

O fim das ditaduras “nazi-fascista” abalou o Estado Novo e fez aumentar a esperança da queda do salazarismo.

Revelador do grande crescimento da influência do PCP em Torres Vedras, entre 1945 e 1950 foram cosntituidas 11 células do partido, 5 de “empresa” (na camionagem João Henriques, na fábrica Francisco António da Silva, na Casa Hipólito, na Sociedade Progresso Industria e na Fundição de Dois Portos) e 5 “camponesas” (na Caixaria, na Ribaldeira, na Feliteira, na Patameira e em Matacães) (16).

Este crescimento conheceu um enorme revês nos anos 1950, quando uma onda de prisões provocou o desmantelamento de todas essas células.

A candidatura presidencial de Arlindo Vicente em 1958, deu um novo alento à actividade local  do PCP. Na sua edição de 13 de Maio, o jornal “República” divulgou um manifesto de apoio à candidatura de Arlindo Vicente , o candidato escolhido pelo PCP, distribuído no concelho de Torres Vedras, transcrevendo-o na integra.

Apresentando Arlindo Vicente como o “candidato próprio” da “Oposição Democrática” e o seu programa da candidatura, esse “manifesto” apelava à formação de “uma ampla Comissão Eleitoral Concelhia pró-Candidatura”, era assinado, em nome dessa Comissão, por António Catarino, Arnaldo Pedro Faria Rodrigues, Carlos Augusto Bernardes, Carlos Augusto Bernardes Portela, Emílio Luís Costa, Fernando Coelho da Silva, Fernando Vicente, Francisco Matias, João Carvalho Mesquita, João Ferreira dos Santos, João de Oliveira, Joaquim Augusto de Oliveira, Luís Adelino, Luís Perdigão, Mário de Almeida Carvalhosa, Miguel Cunha, Pedro Mendes Fernandes, Reinaldo Ferreira da Silva e Rui da Costa Tomás dos Santos. 

Em 18 de Maio teve lugar, a partir das 21 horas, no Teatro-Cine Ferreira da Silva, uma sessão de apoio a Arlindo Vicente, com a presença do candidato, sessão anunciada nas páginas do jornal “República”, na sua edição de 17 de Maio, e que mereceu amplo destaque de primeira página naquele mesmo diário, destacando o “Grande Entusiamo” que se viveu nessa sessão, perante uma sala “completamente cheia”. 

A sessão foi aberta pelo próprio candidato que convidou para a mesa “João Carvalho Mesquita, Mário Carvalhosa, Pedro Fernandes, Arnaldo Pedro Faria, Fernando Vicente e D. Leónia Augusta Rodrigues todos membros da comissão concelhia de Torres Vedras”. Usaram da palavra Luís de Almeida Perdigão, João Carvalho Mesquita, José Prudêncio, a escritora Lília da Fonseca e Arnaldo Faria.

Pelo meio “uma comissão de senhoras subiu ao palco para oferecer ao candidato três ramos de rosas vermelhas, atadas com fitas das cores nacionais”, sendo igualmente oferecido ao candidato “um artístico barril, com vinho da região”.

Arlindo Vicente acabou por desistir a favor de Huberto Delgado, passando o PCP local a dedicar-se, de forma empenhada, a apoiara este candidatura unitária da oposição 

Entre 1935 e 1974, através da leitura do “Avante” clandestino, é possível acompanhar a acção do PCP em Torres Vedras. Algumas dessas actividades não foram lideradas ou exclusivas do PCP, mas eram por ele apoiadas e divulgadas:

Data

Lutas Políticas

Lutas Sindicais e operárias

Lutas Camponesas

Maio de 1935

Comemorado o 1º de Maio (situação já referida acima)

 

Revolta camponesa em A-Dos Cunhado (já referida acima)

Junho de 1936

 

 

Denuncia a Federação dos Vinhos de Torres Vedras pelo imposto sobre as tabernas.

Julho de 1936

Comemorações do1º de Maio (referidas em cima)

 

 

Novembro de 1936

 

Denuncia um despedimento injusto na “fábrica de caldeireiro” de Francisco António da Silva

 

1ª quinzena de Agosto de 1943

Anuncia que a população “assaltou uma mercearia onde havia sabão e açúcar açambarcado, distribuindo-o pelo povo”. 

 

 

2ª quinzena de Abril de 1944

 

 

“o povo da Maceira foi em massa à Administração de Torres Vedras conseguir que lhe fosse fornecidos 40 quilos de pão por dia”.

1ª quinzena de Fevereiro de 1945

Denuncia um “germanófilo” de Matacães  de falsificar o fabrico do pão.

 

 

1ª quinzena de Setembro de 1948

 

 

Com o título de “os grandes agrários roubam os camponeses e arruínam a lavoura” denunciam-se os proprietário da quinta das Lapas de tirar terras aos rendeiros para plantar eucaliptos.

Junho de 1950

Anuncia uma manifestação de homenagem aos mortos na Guerra de 1914-1918 no dia 9 de Abril.

Anuncia a proibição de uma manifestação pela paz em Torres Vedras

 

 

Julho de 1950

Comemoração do 31 de Janeiro.

 

 

Julho de 1954

 

Refere como “luta da classe operária” a iniciativa de 25 aprendizes da Casa Hipólito que exigiram ao patrão “uma aula técnica”, tendo este garantido a “compra de material necessário”.

 

Setembro de 1954

 

Os operário da “Ford” de Torres Vedras “conquistaram pela luta” um aumento de salário “de 5$00 a 10$00 por dia”

 

Março de 1955

“Luta pela Paz”.Num almoço de confraternização de passagem do ano, realizada por jovens de T. Vedras foi exigida a libertação do “comité central do MDN” e a negociação com a União Indiana.

 

 

2ª quinzena de Outubro de 1957

Anuncia a realização da celebração do 5 de Outubro em T. Vedras

 

 

Maio de 1958

Participação em manifestação a favor da candidatura de Humberto Delgado

 

 

2ª quinzena de Outubro de 1958

Comemorando o 5 de Outubro “em Torres Vedras os democratas reuniram-se em jantares e fizeram sair bandas de musica pelas ruas”.

 

 

Maio de 1960

 

Denuncia as difíceis condições de trabalho na Casa Hipólito com “muitos castigos, suspensões, cortes nos salários” e despedimentos.

 

Agosto de 1960

 

Anuncia “um reivindicação vitoriosa em Torres Vedras” por parte dos operários e empregados dos Stands e oficinas de automóveis da semana inglesa, com a excepção da empresa Capristanos, apelando por isso a uma “acção firme e unida de todos os trabalhadores”.

 

Outubro de 1960

Noticia a realização de jantares comemorativos e romagens no 5 de Outubro, “com alvorada de foguetes e morteiros”. Refere também que nessa data se realizaram várias assembleias onde foram recolhidas centenas de assinatura “reclamando amnistia para os presos políticos”

Anuncia que, juntando-se à anterior vitória do “pessoal dos Stands” na conquista da semana inglesa, “os operários das oficinas das diversas empresas de camionagem desta localidade conseguiram finalmente” aquele direito, regalia conquistada igualmente pelos “operários da maioria das oficinas de mecânica e recauchutagem”

 

2ª quinzena de Julho de 1961

 

 

Anuncia que “mil vinhateiros da Estremadura” se manifestaram contra o governo num reunião em Torres Vedras contra os efeitos da crise de exportações, levando a que “a PSP e a Legião” tivessem lançado “provocações” e “o governo”  tivesse ordenado “a concentração de forças da GNR em Torres Vedras”.

1ª quinzena de Outubro de 1961

Anuncia a realização de um jantar de confraternização para comemorar o 5 de Outubro, “onde participaram 140 democratas”.

 

 

Novembro de 1962

Refere que no 5 de Outubro, em Torres Vedras, “mais  de 100 pessoas que se dirigiam a um jantar de confraternização democrática foram dispersas pela polícia”.

 

 

Abril de 1964

 

Cerca de 40 operário da Casa Hipólito “de duas secções recusaram fazer horas extraordinárias”.

 

Fevereiro de 1965

 

 

Protesto dos viticultores do concelho contra a JNV e o governo devido a “uma taxa de 40 centavos sobre cada litro de vinho, protesto que se estendeu a A-Dos-Cunhados, onde houve “a paralisação quase geral do trabalho nos campos”.

Março de 1970

 

Luta dos operários da Casa Hipólito por aumento salarial, que “formaram comissão” em cada secção “para reivindicarem junto da gerência aumento geral compatível com a subida do custo de vida”.

 

Maio de 1971

Na noite de 5 para 6 de Março a “Bandeira Vermelha” foi içada em Torres Vedras, bem como a realização de inscrições  nos muros da vila, para comemorar o aniversário do PCP.

Em 8 de Março realizou-se um colóquio com 150 pessoas para comemorar o Dia da Mulher.

Refere conflito laboral na Casa Hipólito.

 

Junho de 1971

Para comemorar o 1ºde Maio “milhares de manifestos e tarjetas” foram “lançadas em torres Vedras” e, “na maior parte das empresas ninguém trabalhou”.

Na Casa Hipólito “foram formadas comissões em todas as secções” para reivindicar aumento salarial, tendo conseguido alcançar “um aumento médio de 12$50 para os homens e 10$00 para as mulheres

 

Abril de 1972

 

Anuncia uma greve às horas extraordinárias dos operários da “Fábrica Hipólito” e outras acções reivindicativas dos trabalhadores da “For-Este” e da Francisco António da Silva.

 

Maio de 1972

Comemoração do 1º de Maio.

 

 

Maio de 1973

Luta pelo direito de voto aos 18 anos

 

 

Junho de 1973

Anuncia que dezenas de operários da Casa Hipólito e quase toda a secção mecânica da Francisco António da Silva faltaram ao trabalho para comemorar o 1º de Maio “tendo havido convívio”

“Na Casa HIPÓLITO, continua  luta por aumentos de salários, semana das 45 horas e feriado no 1º de Maio”

 

Setembro 1973

 

Refere que os operários da Casa Hipólito conseguiram aumento de salário, “em resultado da luta que vinham travando há meses”, embora se mantivesse o descontentamento pelo facto de “o aumento ser inferior ao que reivindicaram”

 

Março de 1974

 

Anuncia a luta nacional dos sindicatos dos metalúrgicos  pela revisão da tabela “de retribuição”, indicando Torres Vedras como um dos concelhos em “luta”

 

Abril de 1974

 

Greve nas “oficinas Fonsecas” feita pelos “mecânicos”, e dos trabalhadores da “Adega Cooperativa e Grémio da Lavoura”, por aumento de salário

 

34 números do Avante com referências a Torres Vedras

18

19

6

1935-1944

7

3

1

3

1945-1954

4

2

2

0

1955-1964

13

7

4

1

1965-1974

20

6

12

2

Este quadro parece confirmar um certo abrandamento da actividade do PCP neste concelho no início da década de 50.

É a partir da candidatura de Humberto Delgado que começa novamente a crescer a actividade do “partido” na região.

Nota-se também uma forte presença e influência junto do meio operário torriense, principalmente na Casa Hipólito. 9 das 19 referências a “lutas operárias e sindicais”, entre 1954 e 1974, referem-se à  situação nessa fábrica metalúrgica.

Note-se também a importância de datas comemorativas, como o 5 de Outubro e, principalmente, o 1º de Maio.

Por esta altura em 1959/1960, estão referenciadas duas casas clandestinas em Runa (17).

Nesta nova fase de implantação local do PCP, ganha vulto uma outra figura, Fernando Vicente, nascido no Paúl em 1914, preso em 1936 por estar ligado à conhecida “Revolta dos Marinheiro” de 8 de Setembro desse ano, tendo cumprido uma pena de 17 anos no Tarrafal e que voltou à actividade política depois de libertado em Dezembro de 1953.Voltou a ser preso em Setembro de 1963, cumprindo 6 meses de prisão. Foi libertado por se encontra gravemente doente ,porque a PIDE temia que ele morresse à sua guarda, o que seria “incómodo” para o regime. Acabou por falecer em 23 de Janeiro de 1965 (18).

(folheto apelando a uma homenagem a Fernando Vicente)


A última prisão de Fernando Vicente em 1963 está ligada a uma grande onda de prisões no país, que atingiu gravemente a região Oeste e Torres Vedras, provocadas pela  traição de Rolando Verdial, antigo membro do Comité Central do PCP  e que passou a colaborar com a PIDE.

Além da actividade clandestina o PCP teve participação, mais ou menos activa, através de militantes e simpatizantes locais, em muitas iniciativas associativas e culturais, nomeadamente no Cine-Clube, nos anos de 1956 a 1962, no Clube de Campismo e Caravanismo , nos grupos de teatro da Sociedade Recreativa do Operário  e mais tarde do Grémio Artístico e Comercial, e na Associação de Educação Física e Desportiva de Torres Vedras.

Existia ainda uma biblioteca clandestina a funcionar na casa “do chapeleiro Narciso” e na Física de Torres.

Era “uma biblioteca viva”, onde autores censurados pelo regime eram lidos e discutidos em reuniões, também clandestinas. Algumas papelarias da cidade colaboravam também com a biblioteca e “mal recebiam os livros censurados procuravam logo os leitores para eles”(19).

Torres Vedras esteve também ligado às actividades da ARA (20).

A ARA (Acção Revolucionária Armada) foi uma organização de luta armada, controlada pelo PCP mas gozando de alguma autonomia, que surgiu em 1970 para realizar actos de sabotagem contra símbolos do regime e para combater a participação na Guerra Colonial. Foi uma forma de responder a outros grupos de luta armada, surgidos à sua esquerda, como a LUAR e as Brigadas Revolucionárias, ao mesmo tempo que respondia a sectores mais radicais do PCP, evitando dissidências à sua esquerda. O objectivo era boicotar a Guerra Colonial e o regime, mas procurando evitar o assassinato político, recorrendo apenas a actos de sabotagem em locais e horas em que não estivesse ninguém. Extinta no dia 1 de Maio de 1973, realizou 13 acções, havendo a registar uma morte acidental, alguém que, deparando-se com um engenho explosivo que devia rebentar junto das instalações da Escola Técnica da PIDE, em vez de avisar as autoridades, resolveu ir mexer no mesmo, que explodiu e lhe provocou a morte.

A primeira acção da ARA foi um acto de sabotagem que danificou gravemente o navio Cunene, o mais moderno cargueiro ao serviço da Guerra Colonial, em 20 de Outubro de 1970.

Um dos líderes dessa organização foi Raimundo Narciso, nascido na maternidade de Torres Vedras, mas tendo vivido a sua infância e inicio da juventude no Vilar. A mãe era natural de uma aldeia do concelho de Torres Vedras e, por isso, Raimundo Narciso tinha conhecimentos neste concelho, até porque frequentou o Liceu de Torres Vedras entre 1950 e 1956.

Tendo entrado para o PCP em 1959, quando estudava em Lisboa no Instituto Superior Técnico, e depois de ter estado na União Soviética e em Cuba, foi incumbido pelo partido de organizar e executar as acções da ARA.

A sua ligação a Torres Vedras terá então sido importante, pois o paiol principal da organização, onde se preparavam os engenhos explosivos para os actos de sabotagem, estavam escondidos num casa no Maxial, aldeia do concelho torriense.

Correndo o risco de alguma imprecisão, pois nem todos seriam militantes oficiais do PCP, e faltando muitos outros sobre os quais não temos notícias, aqui registamos alguns dos nomes de pessoas do concelho de Torres Vedras, para além de algumas já anteriormente referidas, que tiveram actividade significativa no seio do “partido” neste concelho:

- Adalberto Simões de Carvalho;

- Alberto Capão ;

- Armando Pedro Lopes,  (pseudónimo “Pinho”) preso nos anos 60,usou o seu automóvel para levar vários funcionários do partido a reuniões clandestinas. Foi um dos responsáveis por transportar um membro do Comité Central de pseudónimo  “Daniel” (Álvaro Cunhal ?), por várias ocasiões. Iniciou a sua actividade política como apoiante e membro da comissão concelhia de apoio a Arlindo Vicente;

- Artur António da Silva Lino. Entrou no finais de 1961. A sua principal função foi guardar funcionários do partido (Pseudónimo “Raul”). Detido em 9 de Maios de 1963;

-Carlos Augusto Bernardes;

- Carlos Simões;

- Duarte Nuno Clímaco Pinto, (responsável por um tipografia clandestina nos anos 60), sindicalista, funcionário clandestino do partido, preso anos 60 durante total de 5 anos;

- Evaristo Alfredo da Silva, muito activo nos anos 30 e 40;

- Firmino Rosa Santos (Runa) – preso em 22 de Abril de 1964, pena de 6 anos;

- Francisco Manuel Fernandes – membro do comité local do PCP entre 1972 e 1974, na clandestinidade, procurado pela PIDE, no 25 de Abril;

- Graça Oliveira – jovem quadro ao 25 de Abril, pertencente à União da Juventude trabalhadora;

- Hélio Samorrinha – membro da UEC ao 25 de Abril, ligado à célula do PCP no Liceu de Torres Vedras;

- Herculano Neto Silva.Tinha casa de apoio a clandestinos do PCP preso;

- Jaime Simões (“Varela” na clandestinidade), (canteiro) (21);

-Jerónimo Albarran Grilo. Ingressou no partido em finais de 1960.Em 1961 realizou-se uma reunião clandestina na sua casa, usada como casa de apoio (pseudónimo “Pato”);

- João Mesquita;

- João Pedro Capão – preso vários meses (22);

- João Ramos Martins  (“Viana” ou “Viena”) , comerciante, entrou em 1959 e foi preso nos ano 60. Apoiava a actividade clandestina recebendo membros do PCP na clandestinidade em sua casa onde se realizaram várias reuniões clandestinas;

- Joaquim Alberto Fernandes Bandeira responsável por arranjar transportes e casas de apoio para clandestinos (“Chico”), preso em 1955, em 1957, em 1959 e em 1963;

- Joaquim Ângelo Caldeira Rodrigues (engenheiro civil) (preso pela 1º vez em 1947. Terá colaborado com o PCP, mas não como militante (?) (23);

- Joaquim de Oliveira – preso em 1967;

- Jorge Ralha Leitão– ligado à juventude do partido, participando em reuniões clandestinas do PCP;

- José António  Martins;

- José Carvalho Mesquita – professor, preso várias vezes;

- José da Costa Sá. Entrou por vota e 1961. A sua residência foi um dos pontos de apoio do partido. Transportou 2 funcionários do PCP a Paris em Agosto de 1961;

- José Rodrigues Barco Perdigão – (nome de código “Zarco”);

- José Travanca Rodrigues, professor, era elemento de apoio à estrutura clandestina;

- Júlio Zacarias (operário no FAS ?) –primeira prisão nos anos 50 (24);

- Levy Miguel dos Santos;

- Luís Manuel de Almeida Perdigão. (pseudónimo “Temperado”). Entrou em 1957 e foi preso anos 9 de Maio de 1963. Usou o seu automóvel para transportar funcionários do partido a reuniões clandestinas. A Farmácia da sua família era um dos lugares de encontro de membros do PCP. Em 1961 foi incumbido de arranjar vários pontos de apoio em Torres Vedras para funcionários do partido;

- Manuel Lourenço (chefe de lanço na estação do CF de Runa) – preso por 2 meses , guardava matérias de uma tipografia clandestina (25);

-- Manuel Luís Pereira (“simpatizante”);

- Manuel Paulo dos Santos (“Félix” na clandestinidade) (Runa)- proprietário de fábrica de colchoaria –tinha um casa clandestina em Runa (26);

- Maria Alzira Gomes Boavida, farmacêutica, de Runa, presa nos anos 40 e seguintes. Participou na delegação portuguesa ao Festival de Moscovo de 1957;

- Miguel Simões (ferreiro), preso em Março de 1967(27);

- Pedro Mendes Fernandes –  proprietário,  preso pela primeira vez em 1958 por estar ligado à candidatura da Arlindo Vicente. Filiou-se no PCP em finais de 1958. Voltou a ser preso em Setembro de 1963 e outras vezes e estava preso no 25 de Abril. Transportava no seu automóvel funcionários do partido para reuniões clandestinas. (pseudónimo “Leal”). Em 1961 cedeu a sua residência como ponto de apoio às actividades do partido;

- Polidório Correia (carpinteiro), preso em Outubro de 1950(28);

- Rui da Costa Tomás dos Santos (Rui “Atleta”) (pseudónimo no partido – “Viana”) .Entrou em 1960;

- Vicente dos Santos (“Mafalda”) (marceneiro) – preso várias vezes (29);

- Victor Hugo da Costa Tomás dos Santos, preso nos anos 60.

(39 nomes identificados, fora os dos anos 30 acima referidos) (30).

No Verão de 1973 realizou-se um “plenário unitário” clandestino no “pinhal de Santa Cruz” para prepara a campanha do CDE às eleições de 1973 (31).

Uma das últimas iniciativas locais do PCP antes do 25 de Abril, fez deslocar a Torres Vedras a policia de choque e um vasto aparato policial, raro por estas bandas, mesmo nos tempos áureos da ditadura.

O motivo do aparato policial, junto ao cemitério de S. João, foi a romagem à campa do antifascista, tarrafalista e militante comunista, natu­ral de Paul, Fernando Vicen­te, que se realizou em 20 de Janeiro de 1974.

Surpreendentemente, o convite para que o povo de Torres Vedras participasse nessa homenagem foi pu­blicado nas páginas do jornal “Badaladas”:

“Ali, entre ciprestes, pe­las 11 horas do dia 20 de Janeiro, num minuto de re­colhimento, a vida não pa­recerá aquele vazio do quo­tidiano, sem ideais, apenas virada para a materialida­de da existência.

“Fernando Vicente mere­ce a simples homenagem póstuma que lhe vai ser tri­butada” (32).

Foram alguns os torrienses com coragem para com­parecer, mesmo assim menos que os “pides” e polícias de choque, presentes por “razões” diferentes.

Com o 25 de Abril, o PCP abandonou a clandestinidade e Francisco Fernandes, então jovem quadro do PCP, presidiu à Comissão Administrativa da primeira Câmara Municipal do pós 25 de Abril (33).

(primeiro comício do PCP em T.Vedras, depois do 25 de Abril)


Pelo 25 de Abril, o PCP tinha em Torres Vedras cerca de 30 militantes, vendendo-se por essa altura 25 exemplares de “O Militante” (34).

Em 22 de Janeiro de 1975 realizou-se o primeiro plenário concelhio em liberdade do PCP de Torres Vedras (35).

Nas primeiras eleições em liberdade, realizadas em 25 de Abril de 1975, o PCP concorreu sozinho e obteve um total de 5 095 votos, sendo a terceira força política no concelho. O MDP, que veio a formar mais tarde a primeira aliança partidária com o PCP, a FEPU, antepassada da CDU, obteve 1 406 votos. O PCP foi o segundo partido mais votado nas freguesias de Dois Portos, Monte Redondo, Runa, Santa Maria, e ficou muito perto dessa posição nas freguesias da Carvoeira, Matacães, Maxial, Ramalhal, S.Pedro e Turcifal.

Colagem de cartazes para as eleições de 25 de Abril de 1975 (foto de Ezequiel Santos)


A primeira Assembleia da Organização Concelhia de Torres Vedras do PCP, realizada em democracia, teve lugr em 22 de Janeiro de 1978. Nela, para  além de se fazer um balanço histórico da actuação do partido no concelho durante ao anos de ditadura, definiram-se as linhas de orientação para a acção do PCP torriense em democracia.

Nesse ano, o PCP contava no Concelho de Torres Vedras com mais de mil militantes , distribuídos por 56 “células”, e com a seguinte estrutura social : Operários industrias – 40,10%; “empregados” – 24,17%; “mulheres” – 13,48%; operários agrícolas – 8,25%; “técnicos e intelectuais” – 3,03%; camponeses – 2,6%.

Nesse mesmo ano  vendiam-se  375 “Avantes” e 80 “Militantes”.

A venda do “Avante” distribuía-se dos seguinte modo: Casa Hipólito -102; Francisco António da Silva – 30; Câmara Municipal – 25; Runa – 23; Comissão da sede – 18; Lusoceram – 16; “pequenos e médios comerciantes e industrias” – 15; Lourinhã – 15; Serviços Municipalizados – 14; Amial (Ramalhal) – 12; Fundição de Dois Portos – 12; Tipografia “A União” – 12; Casa Damião – 10; C.T.T. – 10; Banca de venda – 10; Caixaria (Dois Portos) – 8; Montengrão (S. Mamede da Ventosa) – 7; Carvoeira – 6; Biblioteca- 6 ; Recauchutagem Torreense – 5; Saúde – 5; Monte Redondo – 5; Vila Facaia – 5; Maxial – 4. (relatório da “1ª Assembleia da Organização do Concelho de Torres Vedras” realizada em 22 de Janeiro de 1978.

Não se pretendeu com este texto, em que abordámos apenas uma parte da sua história, a da clandestinidade e, de forma ainda mais resumida, os primeiros passos em democracia, fazer a história do PCP em Torres Vedras, mas apenas deixar alguns tópicos, que sirvam de base para quem o queira fazer.

(1) - sobre os primeiros indício de organização partidária local, durante o século XIX, leia-se PEREIRA, João Manuel Rodrigues, Elites Locais e Liberalismo – Torres Vedras 1792-1878, Torres Vedras, ed.CMTV, 1999; para a organização partidária durante a Primeira República leia-se MATOS, Venerando Aspra de, Republicanos de Torres Vedras –elites, partidos, eleições e poder (1907-1931), T. Vedras. Ed. Colibri/CMTV, 2003; para o Estado Novo leia-se RAMOS, Hélder Ribeiro, A Consolidação do Estado Novo em Torres Vedras – Poder e oposição – 1926/1949, T. Vedras, ed. Colibri/CMTV, 2019;

(2)   - ANTUNES, José Damas , 40 anos de Democracia- o PPD/PSD de Torres Vedras, T. Vedras, ed. Da Comissão Política Concelhia de Torres Vedras (do PSD), 2015;

(3)   - para a História do PCP, para além da bibliografia registada ao longo do texto, recomendamos uma boa síntese da revista Visão História, nº 63 de Fevereiro de 2021, “100 Anos-Histórias do PCP”, toda a biografia de Álvaro Cunhal, da autoria de José Pacheco Pereira, o livro de João Madeira, História do PCP – das origens ao 25 de Abril e Joana Reis com Breve História do Partido Comunista Português, ed. Público, Julho 2019. Também é útil a consulta das edições, todas disponíveis na internet, dos jornais “Bandeira Vermelha”, “O Comunista”  e  o “Avante” clandestino;

(4)   - jornal “O Comunista” de 2 de Fevereiro de 1924;

(5)   - RAMOS, ob.cit, pág.79;

(6)   - PEREIRA, José Pacheco, Álvaro Cunhal, uma biografia política– “Daniel”, o jovem revolucionário(1913-1941)  , Vol. 1, ed. Temas e Debates,1999, pág.107;

(7)   - ver a obra colectiva “A-Dos-Cunhado – Itinerário da Memória”, ed. 2002 , as edições nº 1, de 4 de Janeiro de 1975, e nº 2, de Fevereiro de 1975 do jornal “Povo Jovem” e SANTOS, Andrade, “Revolução e morte no Convento da Graça” in Badaladas de 8/1/2021. Esperamos voltar a este tema numa próxima ocasião.

(8)   - RAMOS, ob.cit, pág.79;

(9)   - PEREIRA, José Pacheco PEREIRA, Álvaro Cunhal, uma biografia política– “Duarte”, o dirigente clandestino (1941-1949)  , Vol. 2, ed. Temas e Debates,2001, em especial o capítulo “A “Reorganização” do PCP(1940-1942),pp.22 a 66. Ver também  a página 122;

(10)- PEREIRA, José Pacheco, ob. cit., Vol 2, pág. 134;

(11)- veja-se informação incluída no relatório da “1ª Assembleia da Organização do Concelho de Torres Vedras” realizada em 22 de Janeiro de 1978;

(12)- PEREIRA, José Pacheco, ob.cit, vol. 2 , pág. 289 . Leia-se também ALEIXO, Dina, “Raimundo Portas” in suplemento “25 de Abril” no jornal Frente Oeste de 25/4/1996;

(13)- PEREIRA, José Pacheco, ob.cit,  vol.2, pág.381. Sobre essa casa clandestina, leia-se também “Se as paredes falassem”, in suplemento “25 de Abril” do jornal Frente Oeste de 25/4/1996;

(14)- PEREIRA, José Pacheco, ob.cit., vol.2, pág.432;

(15)- RAMOS, ob.cit, p.113;

(16)- RAMOS, ob.cit, pp. 246 a 251;

(17)- in “60 Anos de Luta [1921-1981]”, edições “Avante”, 1981;

(18)– verFernando Vicente- Torreense, Comunista, Antifascista – Lutador pela Liberdade”, brochura editada pela secção do PCP de Torres Vedras em Fevereiro de 2015, com o apoio da União de Freguesias de Carvoeira e Carmões. Ver também ALEIXO, Dina, “Fernando Vicente” in suplemento “25 de Abril” do jornal “Frente Oeste” de 25/4/1996;

(19)- ver COSTA, Inês, “João Capão”, in suplemento 25 de Abril, in Frente Oeste de 25/4/1996;

(20)- sobre esta organização ler SERRA, Jaime, As Explosões que abalaram o fascismo, ed. Avante, 2ª edição, 1999; ver também a entrevista no suplemento Expresso de 8 de Novembro de 2000 dada por Raimundo Narciso ao jornalista José Pedro Castanheira e transcrita no blog deste jornalista em 11 de Agosto de 2015; ler ainda NARCISO, Raimundo, Acção Revolucionária Armada (ARA), ed. Publicações D. Quixote, ed. 2017; e entrevista de Raimundo Narciso em CARMO, Isabel do, Luta Armada, Publicações D. Quixote ed. 2017;

(21)- ver D’OLIVEIRA, Maria, “Jaime Simões” in suplemento 25 de Abril, Frente Oeste de 25/4/1996;

(22)- ver COSTA, Inês, “João Capão”, in suplemento 25 de Abril, in Frente Oeste de 25/4/1996;

(23)-  ver D’OLIVEIRA, Maria, in suplemento “25 de Abril”, Frente Oeste de 25/4/1996;

(24)- ver ALEIXO, Dina “Júlio Zacarias”, in suplemento “25 de Abril” do jornal “Frente Oeste” de 25/4/1996;

(25)- ver PEREIRA, Mafalda, T., “Manuel Lourenço”, in suplemento 25 de Abril do jornal Frente Oeste de 24/4/1996;

(26)- ver PEREIRA, Mafalda, T., “Manuel Paulo” in suplemento 25 de Abril, Frente Oeste de 25/4/1996;

(27)- ver depoimento ao jornal “Badaladas” em 22/3/1996;

(28)- ver depoimento ao jornal “FrenteOeste” em 21 de Março de 1996;

(29)- ver D’OLIVEIRA, Maria, “Vicente dos Santos”, in suplemento “25 de Abril” do jornal Frente Oeste de 25/4/1996;

(30)- Fontes- obras citadas neste texto e  processos do Arquivo da PIDE na Torre do Tombo, nomeadamente os de Armando Pedro Lopes, Victor Cesário da Fonseca e Venerando Ferreira de Matos. Veja-se também “Presos à Liberadade”, entrevistas filmadas com Duarte Nuno Pinto, Firmino Rosa Santos, João Martins e Herculano Neto Silva, conduzidas por Venerando Aspra de Matos e Carlos Guardado da Silva em 2015 e que pode ser consultado no site do Youtube da Câmara Municipal de Torres Vedras;

(31) referido no relatório da “1ª Assembleia da Organização do Concelho de Torres Vedras” realizada em 22 de Janeiro de 1978;

(32)– in Badaladas de 20 de Janeiro de 1974;

(33)- sobre a vivência desse período leia-se o livro deAndrade Santos , Crónica de Tantos Feitos;

(34)- relatório da “1ª Assembleia da Organização do Concelho de Torres Vedras” realizada em 22 de Janeiro de 1978;

(35)- relatório da “1ª Assembleia da Organização do Concelho de Torres Vedras” realizada em 22 de Janeiro de 1978-

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