terça-feira, 5 de setembro de 2017

Evocando Alberto Avelino (1940-2017)

Ao iniciar mais uma temporada do blog Vedrografias, e sendo este um blog dedicado a Torres Vedras, não podia deixar de evocar um torriense que nos deixou recentemente, Alberto Avelino.

Infelizmente soube tardiamente do seu falecimento, ocorrido no passado dia 29 de Agosto,  não tendo ido a tempo de prestar a minha última homenagem a um torriense que muito prezo.

Lembro-me de Alberto Avelino ainda na minha juventude, como um exemplo muitas vezes invocado pelo meu pai de alguém que, tendo começado a trabalhar como operário na Casa Hipólito, se esforçou por tirar um curso, estudando à noite, enfrentando todas as dificuldades dessa situação,  formando-se em germânicas e tornando-se um dedicado e exemplar professor de inglês.

Com o 25 de Abril de imediato se envolveu na vida política, tendo-se filiado na  secção local do Partido Socialista.

E na vida política percorreu um invejável percurso de dedicação aos valores que sempre defendeu, os da democracia, da liberdade  e do socialismo.

Foi deputado na Constituinte de 1975, tornou-se o primeiro presidente eleito da Câmara de Torres Vedras, cargo que exerceu entre 1976 e 1983, voltando a ser eleito várias vezes para deputado e exercendo, a partir de 1995, e durante 12 anos, o cargo de Governador Civil de Lisboa.

Actualmente continuava dedicado à causa cívica, exercendo o cargo de presidente da Assembleia Municipal de Torres Vedras.

Cruzei-me várias vezes com Alberto Avelino, nem sempre do mesmo lado da “barricada”, por vezes discordando das suas opções na Câmara, mas sempre o respeitei e muitas vezes trocávamos impressões sobre uma paixão comum, a história e o património locais.

Enquanto Governador Civil de Lisboa tomou uma louvável mas quase desconhecida iniciativa, a de organizar e classificar o vasto e valioso espólio histórico do Governo Civil, da qual resultou a publicação de dois volumes onde se regista esse valioso património, hoje, e após a infeliz iniciativa da extinção dos governos civis, despejado na Torre do Tombo, aguardando por nova classificação.

Nas suas funções cívicas nunca se esqueceu das suas origens nem do concelho que o viu nascer em 26 de Novembro de 1940.

Com o desaparecimento de Alberto Avelino, Torres Vedras perde uma das suas mais marcantes referências humanistas.

Até sempre amigo Avelino!

(podem ler AQUI uma das últimas entrevistas a Alberto Avelino, onde ele nos conta o seu percurso de vida).

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