quinta-feira, 9 de maio de 2024

XXVI TURRES VETERAS: DEMOCRACIA E CIDADANIA


 Local: Auditório do Edifício Paços do Concelho

Esta atividade integra o(s) programa Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril

"Na cidade, desde tempos antigos, forjou-se a semente da cidadania, permitindo a cada um ter voz e ter vez. Ali também nasceu um dia da noite e do silêncio a democracia… e fez-se de um caldo de liberdade e igualdade a construção de um “Nós”, derrubando ditaduras, quando os homens eram presos e os espíritos torturados e as ideias perseguidas e emigrava-se para o fundo do Futuro. Mas houve alguém que disse ‘Não’, porque fez-se ouvir de novo a voz de um povo, que gritava por um Abril já feito ou ainda e sempre por fazer." (©Carlos Guardado da Silva)

* Atividades não sujeitas a inscrição


Programa

09 de maio

21h00 | Documentário - Presos à Liberdade*

Durante 48 anos, instalou-se em Portugal um regime totalitário, sedimentado na Censura e na Polícia Política. Milhares de homens e mulheres resistiram na luta pela mudança de regime, de governo, do País. Porque eram da oposição, foram perseguidos, obrigados a viver na clandestinidade, presos e torturados pela PIDE. A sua voz ouviu-se na Revolução de Abril, gritando pela Liberdade. Em abril de 2015, voltámos a ouvir as suas vozes, no Convento de Nossa Senhora da Graça, em Torres Vedras, onde outrora se encontrava o posto da Guarda Nacional Republicana. Lugar de memórias, de onde muitos partiram presos… para serem entregues à PIDE.

Produção: Câmara Municipal de Torres Vedras, 2015
Realização: Modular Studio
Coordenação do Projeto: Pedro Fortunato e Carlos Guardado da Silva
Entrevistados: Duarte Nuno Pinto, João Martins, Firmino Rosa Santos, Herculano Neto da Silva
Investigação e entrevistas: Carlos Guardado da Silva e Venerando Aspra de Matos
Direção de Produção: Samuel Avelar
Imagem, cenografia e iluminação: Filipe Neto
Edição: João Dias
Direção de Arte: João Faustino e Samuel Avelar
Pós-produção: João Dias, João Faustino, Hugo Baptista Gomes
Música: Pedro Fortunato

22h00 | Debate*

Moderação: Célia Reis - historiadora
Convidados: Susana Martins - historiadora
Carlos Guardado da Silva: coordenação do projeto, investigação e entrevistas
Venerando Aspra de Matos: investigação e entrevistas


10 de maio

13h30 | Receção aos participantes

14h15 | Cerimónia de Abertura

14h30 | O 25 de Abril e a revolução dos cravos, uma história social 

Raquel Varela (Secção Autónoma em Educação e Formação Geral e CLK, FCSH – UNL)

15h00 | O 25 de Abril através do Cinema 

Mariana Liz (Centro de Estudos Comparatistas, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa)

15h30 | Daqui, posto de comando: o arquivo como instrumento de democracia 

Pedro Félix (Arquivo Nacional do Som)

16h00 | Debate

16h30 | Pausa para café

17h00 | Democracia e populismo na Atenas do Século V a.C.? 

Sofia Frade (Centro de Estudos Clássicos, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa)

17h30 | Senatus, coloniae, municipia: pedidos, concessões e recusas nos Annales de Tácito 

Maria Cristina Pimentel (Centro de Estudos Clássicos, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa)

18h00 | As Cortes de Torres Vedras e Torres Vedras em Corte

Maria Helena Cruz Coelho (Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra & Academia Portuguesa da História)

18h30 | Debate

19h00 | Performance DESENHO. MÚSICA. CORPO. | Sala 3 Paços - Galeria Municipal de Torres Vedras

O desenho surge como prática performativa e, assim, resposta à sonoridade da música e ao silêncio. O desenho é a extensão de uma dança de braços, ombros, coluna, de todo o corpo de Ana Caetano, em que cada movimento deixa um rastro na folha. Assume-se como um registo concreto de uma ação improvisada. Ana Caetano estará posicionada em frente a uma folha de papel e irá reagir e responder, com riscadores nas duas mãos em simultâneo, às vibrações da música de improviso tocada por Helena Espvall, criando um desenho que passa a fazer parte da exposição.

11 de maio

09h30 | Percurso pedonal - Nas tuas mãos começa a Liberdade…* 

Percurso pedonal em torno de lugares de resistência em Torres Vedras.

Francisco Manuel Fernandes / Venerando Aspra de Matos
Encontro: Largo de São Pedro, Torres Vedras
Duração: 60 minutos

11h00 | Escrita, Poder e Memória: os registos dos tabeliães torrienses 

Ana Pereira Ferreira (CIDEHUS, Universidade de Évora)

11h30 |  Os caminhos da emancipação política feminina: Olympe de Gouges, Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791) e Protofeminismo 

Camila Franco Henriques (Faculdade de Direito, Universidade de Lisboa)

12h00 | Debate

12h30 | Almoço

15h00 | O exílio português no Magreb:1961-1974

Susana Martins (Instituto de História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa & Escola Superior de Educação de Lisboa)

15h30 | A Correspondência Política de Manuel Tito de Morais e Francisco Ramos da Costa: memórias da oposição clandestina ao Estado Novo 

Luís Gonçalo Rodrigues (Centro de Estudos Clássicos, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa)

16h00 |  João Pereira Martins: o intelectual e a revoluçã

João Moreira (CHAM-Centro de Humanidades, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa)

16h30 |  A justiça política sobre os agentes da PIDE/DGS na transição para a democracia em Portugal 

Irene Flunser Pimentel (Instituto de História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa)

17h00 | Debate

17h30 | Cerimónia de Encerramento

18h00 | Torres Vedras de Honra

Comissão de honra

A Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras - Laura Rodrigues
O Diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa - Hermenegildo Fernandes
A Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Torres Vedras - Ana Umbelino
O Diretor do Centro de Estudos Clássicos - Rodrigo Furtado
A Diretora do Centro de Formação de Escolas de Torres Vedras e Lourinhã - Dalila Milheiro

 

Comissão científica

Pedro Gomes Barbosa (Presidente) (FLUL)
Ana Pereira Ferreira (CIDEHUS-UÉ)
André Filipe Simões (CEC-FLUL)
Carlos Guardado da Silva (CEC-FLUL; APH)
Célia Reis (FCSH-NOVA)
Cristiana Lucas da Silva (UAb)
Irene Vaquinhas (CHSC, FLUC)
João Inglês Fontes (IEM-FCSH-NOVA)
Maria dos Anjos Luís (UCP-CEHR)
Maria de Jesus Pereira (UAb, CHAM-FCSH-NOVA)
Mário Sérgio Farelo (ICS-U.Minho | LAB2PT)
Rodrigo Furtado (CEC-FLUC)
Susana Martins (IHC, FCSH-NOVA)
Vasco Gil Mantas (FLUC)

 

Comissão organizadora

Carlos Guardado da Silva
Cecília Travanca Rodrigues
Francisca Ramos
Margarida Silva
Pedro Gomes Barbosa
Sandra Martins
Teresa Corça
Venerando Aspra de Matos

 

Organização

Município de Torres Vedras, Museu Municipal Leonel Trindade
Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, Centro de Estudos Clássicos

 

Parceria

Centro de Formação das Escolas de Torres Vedras e Lourinhã

Info: 261 310 455 | 261 310 485 | museu.rececao@cm-tvedras.pt

Inscrições: A inscrição implica o preenchimento do formulário (https://forms.gle/ecJmbhnNJSmD9AhQ6) e a aquisição de bilhete na Bol (https://museutorresvedras.bol.pt/)

Inscrição para professores em: A inscrição implica o preenchimento do formulário (https://www.cfetvl.cfae.pt) e a aquisição de bilhete na Bol (https://museutorresvedras.bol.pt/)

Nota: Ação acreditada pelo CCPFC, através do Centro de Formação de Escolas de Torres Vedras e Lourinhã, para os grupos de recrutamento 100, 110, 200, 210, 220, 240, 250, 290, 300, 400, 410, 420, 430, 600,610, 910, 920, 930 (Curso de 12 horas)

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Torrienses na Coluna de Salgueira Maia.


Por ocasião do 25º aniversário do 25 de Abril de 1974, o jornal Público editou uma revista sobre a acção decisiva da coluna militar da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, comandada por Salgueiro Maia, no derrube do regime salazarista.

Nessa revista, para cuja elaboração aquele diário reuniu a maior parte dos 240 militares da dessa coluna militar, encontramos 6 torrienses, de nascimento ou adopção, que nela participaram, aos quais podemos juntar um sétimo nome, resgatado do esquecimento em recente reportagem do jornal Público..

Como escreveu José Manuel Fernandes no editorial dessa publicação, eram “240. Todos quantos foram necessários para fazer cair um regime velho de duas gerações, tão velho que quase nem resistiu.

“Eram os 240 de Salgueiro Maia. Apenas um punhado de soldados que há 25 anos saíram, madrugada alta, de Santarém para descerem à capital, ocuparem o Terreiro do Paço, subirem ao Carmo e aceitarem a rendição de Marcelo Caetano”.

À data da publicação da revista, Salgueiro Maia já tinha falecido, tal, como na altura, em 25 de Abril de 1999, também tinha acontecido com outros 11 elementos dessa coluna saída de Santarém. Outros 28 não foram encontrados e 15 faltaram ao encontro com o jornal, realizado no dia 27 de Março.

Entre os que compareceram, viviam e trabalhavam então em Torres Vedras seis membros da coluna de Salgueiro Maia.

Contudo, é provável que entre os que não foram encontrados ou já tinham falecido nessa data, existissem outros militares ligados a Torres Vedras.

Também pode acontecer que, entre todos os militares identificados nessa publicação, alguns fossem naturais ou estivessem ligados a Torres Vedras, pois essa publicação indica apenas o local de trabalho e residência dos membros daquela coluna militar à data da publicação da revista, 25 anos depois daqueles acontecimentos.

Aqui recordamos os seis nomes registados nessa publicação:

Carlos Alberto da Costa Ferreira, que era instruendo do Curso de Sargentos Milicianos (CSM), então com 20 anos, fazendo a especialidade de atirador de cavalaria, vendedor de profissão, 25 anos depois, à data daquela publicação, e que tinha como habilitação o 2º ano da secção preparatória do Instituto Industrial, e viva em Torres Vedras: “foi das melhores coisas que me aconteceram na vida. Para além da liberdade que passou a haver, foi o fim da guerra colonial”;

Hélder Aniceto Correia, tinha 24 anos na altura e comandava uma secção do 8º pelotão de atiradores. Com o bacharelato, 25 anos depois era professor do ensino secundário: “O que se viveu na EPC antes, durante e depois foi maravilhoso. Nunca esquecerei e não me inibo de divulgar aos jovens o que era essa época , para que possam comparar”;

João Maria Figueiras Constantino, com 20 anos, era instruendo da CSM, fazendo a especialidade de atirador de cavalaria, desenhador projectista à datada reportagem, com o curso industrial como habilitação, vivendo em T. Vedras. Para ele o 25 de Abril “derrubou o regime e deu-nos a liberdade ansiada há muitos anos”;

José Morais Travassos, com 25 anos era instruendo do CSM, a fazer a especialidade  de atirador de cavalaria. À data da reportagem tinha o 5º ano do curso industrial e era encarregado em serralharia mecânica: “Estava condenado a ir para as províncias  ultramarinas  e com o 25 de Abril ficámos livres dessa guerra. Houve liberdade para os civis”;

Luís Ferreira, era soldado atirador, de 23 anos, com a 4ª classe como habilitação. 25 anos depois era sucateiro em S. Pedro da Cadeira: “Pusemos fim a um regime de repressão e por isso valeu a pena”;

Vasco Ferreira Andrade Lopes, era instruendo do CSM e, com 21 anos, à data do 25 de Abril fazia a especialidade de atirador de Cavalaria. Vinte e cinco anos depois era professor de musica em A-Dos-Cunhados, tendo por habilitações o Curso de Formação de Montador-Electricista. Sobre o 25 de Abril afirmou ao jornal: “Foi uma boa jogada, porque na altura não estava preparado para fazer o que fizemos e acabou por correr tudo bem”.

A estes nomes devemos acrescentar outro nome recentemente recuperado do esquecimento (não constava daquela investigação) o de Francisco João Ferreira natural , a trabalhar e a viver da agricultura em A-Dos-Cunhado, e que foi o condutor do jipe onde seguia Sagueiro Maia, cuja história foi contada no jornal Público no suplemento dominical P2, do dia 21 de Abril de 2004, numa reportagem assinada por João Pedro Pincha, intitulada “O Militar que Parou no Vermelho a Caminho da Revolução”.

Recorde-se ainda que, desse grupo, faziam parte outros militares que, à data da reportagem, vivam em concelhos vizinhos de Torres Vedras:

José Manuel de Carvalho Clímaco Pereira, professor do ensino secundário no Bombarral, à data da reportagem;

Orlando Miguel Ribeiro Lourenço, empresário agrícola no Cadaval, à data da reportagem.

Lembramos, contudo, que essa publicação regista apenas a coluna de Salgueiro Maia. Outros torrienses terão participado no 25 de Abril, incluídos noutras forças militares, trabalho de levantamento que está por fazer.

Para além da coluna de Salgueiro Maia (ou Escola Prática de Cavalaria de Santarém), fizeram o 25 de Abril os militares da Escola Prática de Transmissões de Lisboa, da  Escola Prática de Cavalaria de Vendas Novas, da Unidade do Regimento de Artilharia Ligeira 1 (RAL 1), do Regimento de Engenharia nº1 (RE1), de Lanceiros 2,  da Escola Prática de Administração Militar (EPAM), da Escola Prática de Infantaria de Mafra (EPI), do Batalhão de Caçadores (BC9), do Regimento de Infantaria 14 de Viseu, do Regimento de Infantaria 10 de Aveiro, do RAP 3 da Figueira da Foz, de 2 companhias operacionais do Batalhão de Caçadores 5 de Lisboa, da Escola Prática de Artilharia, de uma Companhia de Comandos do CIOE de Lamego, de uma força do CICA 1 do Porto, , do Regimento de Cavalaria 3 de Estremoz, do Regimento de Artilharia Ligeira 3 de Évora e da Companhia de Caçadores  4242 e 4246 de Santa Margarida.

Esta lista, que pode estar incompleta ou com algumas imprecisões, serve de mote para que um dia se faça um levantamento dos militares torrienses que, não tendo feito parte da coluna de Salgueiro Maia, participaram nas operações do 25 de Abril como membros daquelas forças, sem esquecer que muitos outro terão participado noutras forças que, não estando na origem desse movimento militar, a ele terão aderido ainda ao longo desse dia, participando noutras acções.

Para além de Victor Alves, “capitão” de Abril, a quem já nos referimos em crónica anterior, e desse 6 torrienses da coluna de Salgueiro Maia, seria importante que se aproveitasse o cinquentenário da data para homenagear todos os torrienses que fizeram estiveram na rua a “fazer” o 25 de Abril, sem esquecer os muitos que, noutras lutas, pagando com a prisão ou a marginalização social e económica, muito contribuíram para que se chegasse a esse dia “inicial inteiro e limpo” (Sphia Mello Breyner).

quinta-feira, 21 de março de 2024

Faleceu o padre José Manuel da Silva


                                              Foto: Câmara Municipal de Torres Vedras

Lisboa, 19 mar 2024 (Ecclesia) – “O padre José Manuel da Silva, do Patriarcado de Lisboa, faleceu esta terça-feira, 19 de março, a dois dias de completar 78 anos.

O padre José Manuel da Silva foi pároco de Matacães, Monte Redondo e Runa, na zona Oeste do Patriarcado de Lisboa, além de vigário paroquial (coadjutor) de Torres Vedras durante mais de três décadas, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

Nascido a 21 de março de 1946, em Torres Vedras, frequentou os seminários de Santarém (1957-1960), Almada (1960-1964) e dos Olivais (1964-1968). Foi depois para Nampula, em Moçambique, entre 1968 e 1973, tendo sido professor de Religião em quatro escolas, além de secretário do Bispo Nampula e secretário-geral da diocese.

Entre 1973 e 1975, tirou a licenciatura em Teologia, na Pontifícia Universidade Urbaniana, em Roma. Entretanto, tinha sido ordenado a 29 de julho de 1974, na Igreja da Graça, em Torres Vedras, pelas mãos de D. Manuel da Silva Vieira Pinto, ficando ao serviço da Diocese de Nampula. Foi admitido no Patriarcado de Lisboa um ano depois, a 1 de julho de 1975, vindo de Roma, incardinando-se na diocese a 27 de janeiro de 1986.

Em 1988, o sacerdote é nomeado pároco de Matacães e, três anos mais tarde, acumula também a paróquia de Monte Redondo, ambas na Vigararia de Torres Vedras. No ano 2000, assume ainda Runa, ficando nestas três paróquias até julho de 2012. Entre fevereiro de 1978 e 2012, e ao longo de mais de 34 anos, é igualmente vigário paroquial (coadjutor) das duas paróquias de Torres Vedras (Santa Maria e São Miguel, São Pedro e São Tiago). Finalmente, de 2012 até 2020, foi colaborador das paróquias do Ramalhal e do Maxial.

A nível diocesano, o padre José Manuel da Silva era atualmente o capelão do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Torres Vedras, desde 2003. Antes, tinha sido capelão do Hospital do Barro (2002-2011) e da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Torres Vedras (1985-2019), além de capelão-mor dos Bombeiros Portugueses (1999-2018). Entre 2002 e 2011, o sacerdote foi também coordenador diocesano dos capelães hospitalares.

O sacerdote foi ainda nomeado, em 1976, encarregado do Jornal Badaladas, de Torres Vedras, ficando depois diretor-adjunto e, a 1 de agosto de 1986, passa a ser diretor, ficando no cargo até 25 de agosto de 2000. Colaborou também com o padre Jardim Gonçalves em diversas iniciativas do Departamento da Comunicação e da Cultura do Patriarcado de Lisboa. No dia 10 de novembro de 2019, é distinguido com a medalha de mérito municipal de grau ouro pela Câmara Municipal de Torres Vedras.

O padre José Manuel da Silva pertencia ainda à Irmandade de São Pedro do Clero do Patriarcado de Lisboa.

O corpo vai estar em câmara ardente na Igreja de São João, em Torres Vedras, a partir das 16h00 desta terça-feira. A Missa exequial vai ser celebrada amanhã, quarta-feira, dia 20 de março, presidida pelo Patriarca Emérito de Lisboa, cardeal D. Manuel Clemente, na Igreja da Graça, em Torres Vedras, às 14h00”.

LFS

In Site Eclesia, 19 Março

NOTA PESSOAL:

Tive a oportunidade de privar de perto com o padre Zé Manuel, como era carinhosamente conhecido.
Foi ele que abriu as portas do jornal "Badaladas" à minha colaboração.
Era um entusiaasta pela História e pelo património, nomeadamente pela história local e foi membro activo da Associação de Defesa do Património de Torres Vedras.
Várias vezes me convidou para falar nas suas paróquias sobre a história das mesmas e eram muitas as ocasiões em que trocávamos algumas palavras sobre esse e outros temas.
Sempre que precisava de um contacto na Igreja local para organizar visitas de estudo com alunos ou com outros convidados, ao património torriense, nomedamente o religioso, era com ele que falava primeiro, para me arranjar os contactos certos para abrir as portas desse património.
Recentemente doou o seu vasto e valioso espólio à Associação Ephemera.
Mais uma figura de referência em Torres Vedras que, pela sua cultura, tolerência e abertura de espírito, vai deixar saudades entre os que o conheciam.

terça-feira, 12 de março de 2024

Geografia Eleitoral do voto no Concelho de Tores Vedras -Legislativas de 10 de Março de 2024

 

A Aliança Democrática foi a força política mais votada no concelho de Torres Vedras. No mapa do concelho editado em cima podemos ver quais foram os partidos mais votados nas freguesias torrienses, registando-se uma curiosa divisão do concelho entre o ocidente do concelho, forrado a "laranja" (Aliança Democrática) e as freguesias mais a leste a "rosa" (PS). Num concelho desde sempre dominado pelo PS, não deixa de ser signifiocativo que este partido apenas tenha vencido em 4 das 13 freguesias.
Este concelho foi um dos que registou uma das abstenções mais baixas, (29,44%) numas eleições já por si caracterizadas, a nível nacional, como uma das mais concorridas:
Neste mapa assinalamos a verde as freguesias onde a abstenção foi inferior aos 30% e, a amarelo, aquelas onde se registou uma maior abstenção. É curioso notar que três das quatro freguesias ganhas pelo PS se encontrem entre as que registaram uma amior abstenção.

Nos mapas seguintes assinalamos os partidos votados, respectivamente em 2º e 3º lugar em cada uma das freguesias do concelho:




Apenas três partidos partilham as três primeiras posições, sendo de assinalar, como novidade, a quantidade de freguesias onde o CHEGA (a negro) se tornou a 2 segunda ou a terceira força política.

De destacar os resultados dessa força política nas freguesias a norte, ou na Carvoeira e na Freiria.

Passamos agora a observar os melhores e piores resultados de cada força política. No caso do PSD e do PS, as cores mais carregadas indicam as freguesias onde obtiveram mais de 30% dos votos,  em cor intermédia aquelas onde obtiveram um resultado entre os 30 e os 25% e, a cor mais clara, aquelas onde obtiveram uma percentagem inferior ao 25%:



Esta análise acentua a diferença do peso eleitoral daqueles dois partidos entre o litoral e o interior do concelho.

Mas o resultado do CHEGA foi a grande novidade nacional e no concelho. No mapa seguinte podemos ver a distribuição percentual nas várias freguesias, assinalando, em tom mais carregado, aquelas onde esse partido obteve uma percentagem superior aos 25%, em tom intermédio as percentagem entre os 25 e os 20% e, em tom mais claro, aquelas onde obteve menor percentagem em relação ao total de votos expressos em cada freguesia:

Esse partido obteve o seu melhor resultado na fregueia de Campelos, um freguesia tradicionalmente dominada pelo PSD, enquanto que a sua pior percentagem se registou na freguesia que inclui a sede do concelho e na freguesia unida de Dois Portos e Runa, com tradições históricas de votar à esquerda.
No mapa seguinte indicamos qual foi a 4ª força política mais votada em cada uma das freguesias, uma espécie de "2ª liga" de partidos. A Azul escuro representamos a Iniciativa Liberal, a roxo o Bloco de Esquerda e a vermelho a CDU. A Iniciativa Liberal surge assim como o partido mais representado entre esse segundo pelotão, sendo igualmente curiosa a resistência da CDU em freguesias com alguma tradição em votar nesse partido. O Bloco de Esquerda rompe com essa "bipolarização" na freguesia da Ventosa.

Podemos ver, mais em pormenos, o comportamento dos partidos mais pequenos, com representação parlamentar. Em relação a estes partidos, com menos votação que os três primeiros, o critério das três cores, a mais carregada, a intermédia e a mais calara corresponde a outras percentagens, mais de 5% para as mais carregadas, entre 5 e 3% nas intermédias, e menos de 3%, as menos carregadas. Para o PAN, um pouco mais distante daqueles partidos, usámos apenas duas cores, a mais carregada para percentagens superiores a 2% e menos carregado para percentagens menores:
Nos mapas seguintes mostramos o melhor e o pior resultado (em percentagem) dos 8 partidos com representação parlamentar (Laranja - AD; Rosa claro - PS; Negro - CHEGA, Azul claro - Iniciativa Liberal; Verde- LIVRE, Azul Escuro - Bloco de Esquerda, Vermelho - CDU, Amarelo - PAN):





A Aliança Democrática, com 14 242 votos na totalidade do concelho (28,60%), teve o seu melhor resultado na Freguesia da Freiria (35,14%) e o pior na Carvoeira/Carmões (20,31%);
O PS, com 12 174 votos (24,44), foi melhor no Maxial/Mt Redondo (32,09) e pior em Campelos (19,35);
CHEGA, com 10 094 votos (20,27), foi melhor em Campelos (26,62) e pior em S. Pedro (urbana) (16,62);
IL, 2 849 votos (5,72), melhor Turcifal (6,87) e pior Dois Portos/Runa (3,09);
BE, 2 486 (4,99), melhor S. Pedro (urbana) (5,85), e pior Freiria (2,84);
LIVRE, 1 864 (3,74), melhor S.Pedro (urbana) (4,95), pior Campelos (2,30);
CDU, 1 652 (3,32), melhor Carvoeira/Carmões (6,89), pior S. Pedro da Cadeira (1,37);
PAN, 1 028 (2,06), melhor Silveira (2,70), pior Ventosa (1,54).

Aqui fica um contributo objectivo para conhecer os resultados eleitorais destas eleições no concelho de Torres Vedras.

domingo, 10 de março de 2024

Legislativas 2024 - Resultado Final no Concelho de Torres Vedras (13 freguesias apuradas)

 Votantes

70,56%
49.803 votantes70.586 inscritos
(Imagem) PPD/PSD.CDS-PP.PPM
PS com 24,44 %, que representa 12.174 votos
(Imagem) PS
CH com 20,27 %, que representa 10.094 votos
(Imagem) CH
IL com 5,72 %, que representa 2.849 votos
(Imagem) IL
B.E. com 4,99 %, que representa 2.486 votos
(Imagem) B.E.
L com 3,74 %, que representa 1.864 votos
(Imagem) L
PCP-PEV com 3,32 %, que representa 1.652 votos
(Imagem) PCP-PEV
PAN com 2,06 %, que representa 1.028 votos
(Imagem) PAN
ADN com 1,94 %, que representa 968 votos
(Imagem) ADN
PCTP/MRPP com 0,46 %, que representa 230 votos
(Imagem) PCTP/MRPP
R.I.R. com 0,40 %, que representa 199 votos
(Imagem) R.I.R.
VP com 0,25 %, que representa 124 votos
(Imagem) VP
ND com 0,19 %, que representa 93 votos
(Imagem) ND
PTP com 0,13 %, que representa 63 votos
(Imagem) PTP
JPP com 0,09 %, que representa 46 votos
(Imagem) JPP
MPT.A com 0,09 %, que representa 46 votos
(Imagem) MPT.A
E com 0,08 %, que representa 40 votos
(Imagem) E
EM BRANCO com 1,80 %, que representa 897 votos
NULOS com 1,42 %, que representa 708 votos