Até que ponto o património histórico e a própria história fazem parte
dos programas apresentados pelos candidatos locais às eleições autárquicas?
Procuramos responder a isso recorrendo à leitura dos folhetos
distribuídos pelos candidatos, principalmente os dos candidatos à Câmara.
Começando pelo PS, sendo poder, remete-nos para a “obra feita”,
apresentando uma extensa lista de iniciativas relacionadas com a divulgação da
história local e do património histórico, iniciativas que, ficando a dever-se à
iniciativa desta Câmara, são, em muitos casos , obrigação de qualquer Câmara
eleita, seja qual for sua cor politica.
Algumas dessas iniciativas até tiveram a
colaboração de gente que hoje se candidata noutros partidos.
Por isso, neste caso, interessa-nos ver o que esse programa defenda
para o futuro.
É assim que o programa do PS dedica um capítulo ao “território com
identidade”, onde se destacam, no tema que nos interessa, a promessa de
reinstalar o Arquivo Municipal, a salvaguardar e proteger o Convento do Barro e
a afirmação turística das Linhas de Torres Vedras.
Num outro capítulo, “Território Sustentável” refere-se o programa
“Regenerar o Centro Histórico 2030”.
Em relação a este tema, temos a destacar no programa do PSD/CDS a
promessa de requalificar o Jardim da Graça e o de requalificar o património do
concelho, e, no capítulo “Um concelho cultural e turístico”, defende-se a
“preservação do património histórico” e a “valorização do património
imaterial”.
O programa da CDU, no capítulo “Cultura Cidadã, para um concelho
participativo”, promete promover e desenvolver actividades de “salvaguarda do
património natural, histórico e cultural”.
O BE defende igualmente a “preservação do património cultural” e lança
a idéia de dinamizar o centro histórico com a criação dos “Jardins de
Santiago”, no actual parque de estacionamento aí localizado.
Por sua vez o Torres nas Linhas, que implicitamente transporta no nome da
candidatura o peso da história local, refere a defesa da “revitalização do
centro Histórico”.
Vemos assim que todos os programas são muito generalistas e vagos em
relação aos temas da história local e do património histórico, raramente
avançando com exemplos concretos e revelando maiores preocupações noutras
áreas.
Claro que não se pode esperar que num folheto distribuído de mão em mão haja espaço para
aprofundar as ideias e os projectos.
Com esta ressalva, aqui fica uma resenha daquilo que os candidatos à
autarquia de Torres Vedras defendem em relação à identidade histórica e ao
património histórico do concelho onde existe ainda muito por fazer.
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