segunda-feira, 21 de novembro de 2022

TUNA - Histórias de uma associação centenária

 

A Tuna Comercial Torreense é uma associação centenária desde  5 de Abril de 2004.

Com base num rápido  levantamento de fontes sobre a  origem e evolução dessa prestimosa associação local, pretendo neste texto elaborar um primeiro balanço, ainda que incompleto e lacunar, dos principais dados  recolhidos que possam servir para, futuramente, aprofundar e contribuir para um primeiro historial da Tuna.

É do conhecimento público que esta associação foi fundada a partir de uma cisão no interior do “Grémio Artístico-Commercial”, (actual Clube Artístico Comercial), em 1904, oficialmente provocada por divergências sobre a acessibilidade do público às sessões de animatógrafo que então se tinham iniciado no Salão-Teatro desta associação.[1]

Parece-nos, contudo, terem existido também razões políticas por detrás dessa cisão, pois vamos encontrar à frente dos destinos da Tuna, desde o princípio e ao longo de vários anos, algumas das mais destacadas figuras do então embrionário movimento republicano torriense, como José da Silva Carnide, José António Lisboa, Celestino da Silveira Almendro, José Lobo Mendes ou Álvaro Lafaya de Castro.

A Tuna chegou mesmo a actuar durante um banquete de homenagem aos deputados republicanos António José de Almeida, Alexandre Braga, Bernardino Machado e Afonso Costa, realizado no Hotel Natividade, em 14 de Abril de 1907 , tendo de enfrentar a proibição, por parte das autoridades locais, de tocar na estação de caminhos-de-ferro na despedida daquelas personalidades.[2]

Ainda em pleno regime monárquico, no dia 18 de Outubro de 1909, teve lugar no salão da Tuna uma “conferência anti-clerical”, proferida por António Macieira, que veio a ser ministro da Justiça e dos Negócios Estrangeiros em dois dos governos republicanos. Para essa sessão, o “salão encheu-se litteralmente de ouvintes, entre os quaes algumas senhoras”, causando essa conferência “grande enthusiasmo nos assistentes”.[3]

Quando Machado dos Santos, pouco mais de um mês após a proclamação da República, visitou a vila de Torres Vedras, foi na Tuna uma das colectividades onde aquele mais se demorou, sendo proclamado presidente honorário e homenageado com o descerramento de um retrato na sede da Tuna.[4]

Como prova de agradecimento, aquela figura histórica do republicanismo ofereceu à associação uma granada usada na Rotunda no dia 5 de Outubro.

Todos estes dados parecem comprovar a origem republicana desta associação.

Fundada oficialmente no dia 5 de Abril de 1904, no dia 29 desse mês anunciava-se publicamente a organização de “uma tuna composta de empregados de commercio, em número de 25, sob a regência do sr. Joaquim Nicolau Jorge”, tomando o nome “Tuna Commercial Torrense” e entrando “já em ensaios”. [5]

Aquela data fundadora é confirmada na primeira reunião formal da associação que se realizou no dia 6 de Maio de 1904  e que teve lugar numa cassa pertencente ao Grémio Artístico e Comercial.

A esta reunião assistiram todos os sócios da Tuna Comercial Torreense , entre os quais Joaquim Nicolau Jorge “regente da referida Tuna” que propôs, “para melhor andamento e regularidade dos assumptos d’este grupo”, a nomeação de uma direcção, “o que immediatamente se fez, sendo unanimemente aclamados os cidadãos seguintes: Ulpino da Silva, Presidente; António Alves, Secretário; Candido Francisco d’ Avellar, Thezoureiro[6]

Uma das primeiras preocupações dessa nova associação foi encontrar instalações onde pudesse desenvolver as suas actividades.

Só em 1906 foi inaugurada a sua primeira sede, um salão de 1º andar no “edifício do sr. Angelo Custódio Rodrigues, ao fim da rua Dias Neiva”. A inauguração desta sede e a estreia do estandarte da colectividade tiveram lugar no dia 23 de Setembro de 1906, incluindo também  a comemoração, por parte dos empregados de comércio, do 10º aniversário  do encerramento dos estabelecimentos de Torres Vedras ao Domingo e dias santificados, de tarde[7] :

Do programa dessa “Festa dos Caixeiros” e da inauguração da sede da Tuna constava o seguinte:

Ás 4 horas da manhã – alvorada pela Tuna, percorrendo em seguida as principais ruas da villa;

Á 1 hora da tarde, chegará uma deputação de socios da Tuna Commercial de Lisboa com o seu valioso estandarte, que será acompanhado pela Fanfarra União Torrense, desde a estação até á séde da Tuna;

Ás 4 horas da tarde – distribuição de distinctivos á classe dos caixeiros na mesma séde:

Ás 4 e meia – a Tuna com o seu estandarte, irá cumprimentar a auctoridade administrativa, percorrendo em seguida varias ruas da villa.

Ás 5 e meia – será recitada uma poesia allusiva pelo sr. S. H. Gouveia, a qual será distribuida  em seguida por toda a assistência;

Em seguida, distribuição de um bôdo a 60 pobres no salão da Tuna, durante o qual, a mesma sociedade se encontrará tocando o seu novo reportório.

Ás 9 horas da noite – recitará outra poesia allusiva, o sr. F. J. Jeronymo, que será também distribuida profusamente.

A seguir, a Tuna dará começo á “soirée” sendo intervallada por diversos monologos, e a qual terminará por um bonito cotillon, para o qual se estão confeccionando marcas de magnifico effeito[8], tendo a soirée durado até às 5 horas da manhã.[9]

Com a inauguração deste salão a Tuna passou a poder “recreiar os socios (...) promovendo bailes e saraus dramatico-musicaes, bem como” prestar “, sempre que possa, o seu concurso a qualquer festa de caridade”.[10]

Ainda nesse ano a direcção da colectividade propôs-se instituir um “gabinete de leitura”, pelo que solicitou a várias pessoas a oferta de livros, iniciativa que encontrou bom acolhimento.[11]

Nessa sala organizaram-se bailes para os sócios, geralmente intervalados  com cançonetas  e monólogos, actuações da Tuna (incluindo no seu repertório “valsas”, “passe-calle”, “polkas” e “mazurkas[12]), saraus dramático-musicais, execuções musicais ao piano, etc..

Em 1909 foi contratado Artur Rodrigues para, “às 2ªs, 4ªs e 6ªs feiras dar lições de musica” aos sócios da Tuna e aos seus filhos.[13]

Entre outras iniciativas da Tuna contavam-se os passeios recreativos, destacando-se o que se realizou à praia de Santa Cruz em finais de Outubro de 1908, merecendo uma detalhada reportagem nas páginas da Folha... :

Pouco depois do meio dia [de Segunda-feira 26 de Outubro] dava entrada, tocando, na aprazivel e pittoresca Santa Cruz aquella sociedade que foi recebida com chuveiro de flôres, que gentis senhoras as colonia balnear, lançavam sobre os tunos.

A gentileza da parte das senhoras que alli se encontram a banhos não ficou só por aqui.

Ao parar a tuna no largo principal, as srªs D. Hilda Batoreu e D. Maria Valente distribuiram a todos os tunos graciosos raminhos de flôres que collocaram nas “bastonnières”.

 Ao jantar, que correu animadissimo compareceram aquellas damas, vestidas á moda do Minho, servindo ao “toast” vinhos finos, offerecidos por varios cavalheiros

 Ás 6 horas principiou o concerto no Casino, que se achava vistosamente  ornamentado, o qual durou  até ás 8 horas.

Em seguida teve logar o baile que correu animadamente até ás 11 horas, regressando a Torres a tuna, depois de ter sido novamente obsequiada por uma commissão se senhoras, de que faziam parte D. Suzana Reis e D. Maria Celeste Fonseca, e que lhe offereceu dôces e vinhos finos”.[14]

Em assembleia geral realizada no dia 3 de Janeiro de 1910 decidiu-se  mudar a sede “para o 1º andar  da rua de S. Pedro sobre o estabelecimento dos srs. Trindade e Cª.”.[15]

Ao que parece, essa mudança de instalações ter-se-á ficado a dever aos estragos provocados na primeira sede por uma inundação na véspera de Natal.[16]

A nova sede foi inaugurada no Domingo de Carnaval, 6 de Fevereiro de 1910:

A casa em que se acha agora installada reune todas as condições necessarias para uma collectividade como a Tuna, cujo fim é o recreio dos seus socios.

Alem da elegante sala de baile com palco, tem outras espaçosas salas e gabinetes, que, n’um futuro de prosperidade poderão ser susceptiveis de alargamento.

A sala achava se vistosamente ornamentada devido ao bom gosto do sr. José da Silva Carnide, que foi auxiliado pelo sr. Joaquim Marques Trindade.

No Domingo gordo, depois da Tuna ter executado o seu programma, sob a habil direcção do seu regente, sr. José Candido de Mello, tendo recebido muitas ovações, subiram á scena a comedia em 1 acto, Depois de Velhos e a comedia em 2 actos, Amores de um soldado, original do sr. Thomaz do Nascimento que foi um dos interpretes. Todos os outros amadores que eram os srs. Severino Gouveia, Joaquim Rodrigues , José Barreto, José Canha, Mário de Magalhães e António de Carvalho, fizeram um desempenho que agradou, tendo por isso sido muito applaudidos.

Apoz o espectaculo, foi feita uma chamada á direcção da Tuna, que tem sido incansavel de esforços para o augmento das prosperidades da mesma e a quem se deve a nova instalação. A direcção veio ao proscenio e foi recebida com uma prolongada salva de palmas, depois do que se seguiu um animado baile até de madrugada (...)”.[17]

Contudo, alguns anos mais tarde, lamentava-se “as pequenas dimensões do salão de baile, que mais uma vez se mostrou deficiente para o número dos associados[18]

Respondendo a esta preocupação, a direcção eleita para o ano de 1929 reconhecia que desde há muito tempo "que se tem pensado na construção de um novo salão de baile”, mas apontava a “falta de capital para a realização dêste projecto” como “a principal causa de até hoje se não ter efectuado a sua construção”, prometendo esta nova direcção procurar mais uma vez encarar esse problema.[19]

Ainda nesse ano, numa outra entrevista concedida ao “O Jornal de Torres Vedras”, o então presidente da direcção da Tuna, Emídio Bandeira, anunciava a construção de um grande salão em terreno situado na retaguarda  da seda, pertencente ao comendador Francisco Avelino Nunes de Carvalho, autorizado por este para utilizar com esse fim e cedido pelos arrendatários  João Marques Trindade e Leonel Trindade, tendo-se formado uma comissão composta por Jacinto Rodrigues, Joaquim Vaquinhas, Francisco Jerónimo, António Ferreira, Ernesto José da Costa, Avelino Ferreira, Marques de Carvalho e José Lisboa para angariar fundos para realizar essa obra. [20]

O novo salão, obra arquitectonicamente arrojada e inovadora para a época, foi construído e inaugurado na década de 30.

Os estatutos da Tuna foram  aprovados em Assembleia geral de 25 de Novembro de 1912.

Indicavam-se com finalidades da associação proporcionar “aos sócios e suas famílias o maior número de distracções, como bailes, récitas, jogos que não sejam de parada ou azar e quaisquer divertimentos que possam contribuir para o desenvolvimento da mesma associação”, assim como a criação de “uma biblioteca” e a promoção de “prelecções e conferências artísticas e cientificas ou doutrinárias”, não permitindo, contudo, “conferências políticas, pessoais ou partidárias”.

Sem esquecer a origem social da associação, indicavam-se igualmente como finalidades a discussão de “todas as questões de carácter comercial” e “promover a colocação para os filhos menores dos sócios falecido, quando sem meios de subsistência, encaminhando-os na vida comercial”.

Promovendo desde logo um certo elitismo que se tornou a imagem de marca desta colectividade, os mesmos estatutos defendiam que só podiam ser admitidos como sócios os indivíduos que exercessem  emprego decente, de boa reputação moral e civil” , permitindo à direcção que pudesse “convidar para todas as festas da associação, as senhoras de família em que não haja varões de mais de 17 anos de idade”.[21]

Essa tendência elitista da associação está patente em várias reportagens sobre as suas actividades, como, por exemplo, nas duas seguintes:

Em 1915, referindo-se a uma festa desta colectividade: “Via-se ali uma selecta reunião das famílias mais distintas da terra, e as “toilettes” das senhoras punham um tom realmente chic e de bom gosto no aspecto geral da sala”.[22]

Em 1920: uma referência à Tuna como uma “sociedade com bons elementos de vida e d’uma familiaridade intima entre todos os seus associados[23]

Por ocasião do aniversário da colectividade nesse mesmo ano e da sessão solene para a entrega do novo estandarte da associação, descrevia-se a assistência onde “o chic e apelon” da mesma “se casava num verdadeiro élan com a frescura e beleza das toilettes que damas gentis e galantes envergavam com singular gosto e distinção”. [24]

Esta postura era assumida em entrevista  concedida ao “Gazeta de Torres”, em 1929, pela então recém eleita direcção, indicando como principais característica da Tuna a “escrupulosa selecção de associados” e a “proverbial disciplina que sempre reinou dentro daquela casa”.[25]

Em 1913 uma “commissão composta pelos srs. Luís Gualdino Pereira, Alvaro Augusto Rodrigues e António Alves, exercendo respectivamente os cargos de thesoureiro, secretário e fiscal, resolveram de comum accordo com a direcção d’esta collectividade, reorganisar a Tuna (parte musical), bem como dar começo aos ensaios da parte dramatica”, sendo responsável pela direcção musical o maestro Francisco Xavier de Mello.[26]

Em 18 de Julho de 1920 uma novamente reorganizada Tuna musical, mas ainda sob a direcção daquele maestro, realizava um “sarau musical” de apresentação, onde fez ouvir os “melhores trechos do seu selecto reportorio”. [27]

Na década de 20, no dia de aniversário da colectividade, os recém criados clubes de futebol de Torres Vedras, o Sporting Torrense e o União Torreense, disputaram a Taça 5 de Abril, atribuída pela Tuna[28]

Uma das iniciativas que mais contribuiu par identificar esta colectividade foi a da organização dos bailes de carnaval, tornando-se, com o tempo, a mais prestigiada e cobiçada festa do carnaval de salão em Torres Vedras.

Logo em 1906, ainda sem sede própria, a Tuna organizou, na Terça-feira de Carnaval, uma soirée , no salão do Hotel Natividade, “o qual terminará com um surpreendente  Cotillon”.[29]

 O primeiro carnaval organizado em instalações próprias teve lugar no ano seguinte, na primeira sede da rua Dias Neiva.

Neste carnaval a “sala da Tuna estava enfeitada de festões de cores diversas, vendo-se pelas paredes varias caricaturas e ao fundo uma boneca garridamente vestida.

Na noite de Domingo houve regular animação”, tendo a Tuna executado “todas as peças com a maior correcção, pelo que foi justamente ovacionada.

A parte dramática foi desempenhada pelos amadores Gouveia, Vaquinhas, Avelino, Canha, Magalhães e Alves, nas comedias Um ensaio de Hamlet  e Ideias do sr. Sardinha ,sendotodos muito applaudidos.

Abreu no monologo Ponham os seus chapeus, Tito dos Santos no monologo Um fraco e Arthur Freire na cançoneta Láter...tenho, mostraram as suas aptidões recebendo geraes applausos.

Na Terça-feira o sr. António Alves recitou com muita graça a cançoneta Ui que danxa e a poesia Que desgraça de nariz.

O baile esteve animadissimo e o cotillon terminou às 6 horas da manhã no meio de grande enthusiasmo (...)”.[30]

Foi por ocasião das festas de carnaval de 1910 que se inauguraram as novas instalações, onde se encontra a sede actual, com já tivemos ocasião de ver anteriormente.

Naquela que foi uma das primeiras tentativas de organizar um carnaval de rua , em 1912, a Tuna fez parte da sua comissão organizadora, conjuntamente  com o “Grémio”, o “Casino” , o “Salão-avenida animatographo” e a “Filarmónica Torrense”[31].

O aparecimento na Tuna, na Terça-feira de Entrudo de 1922, de vários mascarados que a partir daí foram percorrer as outras colectividades da vila[32], esteve na origem do primeiro Carnaval de rua que se realizou no ano seguinte, já com o primeiro rei do Carnaval.

Nestas breves linhas procurou-se apenas efectuar um primeiro balanço de alguns dos momentos e de algumas das características mais importantes desta colectividade.


[1] Cem Anos de Vida, ed. do Clube Artístico Comercial, T. Vedras, 1991, pág. 41.

[2] Ver Folha de Torres Vedras de 14, 21 e 28 de Abril de 1907.

[3] Folha de Torres Vedras de 24 de Outubro de 1909.

[4] Folha de Torres Vedras de 13 de Novembro de 1910.

[5] Folha de Torres Vedras de 29 de Abril de 1904.

[6] Livro de “Actas da Tuna Commercial Torreense” (direcção), acta nº1 de 6 de Maio de 1904.

[7] Folha de Torres Vedras de 8 de Julho de 1906.

[8] Folha de Torres Vedras de 16 de Setembro de 1906.

[9] Folha de Torres Vedras de 30 de Setembro de 1906.

[10] Folha de Torres Vedras de 8 de Julho de 1906.

[11] Folha de Torres Vedras de 21 de Julho de 1907.

[12] Folha de Torres Vedras de 20 de Janeiro de 1907.

[13] Folha de Torres Vedras de 18 de Julho de 1909.

[14] Folha de Torres Vedras de 1 de Novembro de 1908.

[15] Folha de Torres Vedras de 9 de Janeiro de 1910.

[16] CARVALHO, Adão de “Recordando...Dois incêndios na cidade”, in Badaladas de 17 de Março de 1995.

[17] Folha de Torres Vedras de 13 de Fevereiro de 1910.

[18] O Torreense de 18 de Abril de 1920.

[19] Gazeta de Torres de 6 de Janeiro de 1929.

[20] O Jornal de Torres Vedras de 3 de Maio de 1929.

[21] Estatutos da Tuna Comercial Torreense –aprovados em Assembleia Geral de 25 de Novembro de 1912, ed. tip. A União, T. Vedras, 1960, em especial os capítulos I, II e VII.

[22] Folha de Torres Vedras de 4 de Fevereiro de 1912.

[23] A Vinha de Torres Vedras de 29 de Maio de 1915

[24] O Torreense de 18 de Abril de 1920.

[25] Gazeta de Torres de 6 de Janeiro de 1929.

[26] A Vinha de Torres Vedras de 11 de Setembro de 1913.

[27] O Torrense de 17 de Julhode 1921.

[28] O Torrense de 2 de Abril de 1922

[29] In Convite para o Carnaval de 1906 –Tuna Commercial Torrense.

[30] Folha de Torres Vedras de 17 de Fevereiro de 1907.

[31] Folha de Torres Vedras de 11 e 22 de Fevereiro de 1912.

[32] O Torrense, 5 de Março de 1922.

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