segunda-feira, 27 de maio de 2019

As Eleições para o Parlamento Europeu em Torres Vedras



PS
Partido Socialista
33,93%
8.465 votos
PPD/PSD
Partido Social Democrata
20,29%
5.061 votos
B.E.
Bloco de Esquerda
9,55%
2.383 votos
PCP-PEV
Coligação Democrática Unitária
6,66%
1.661 votos
CDS-PP
CDS - Partido Popular
5,88%
1.467 votos
PAN
PESSOAS-ANIMAIS-NATUREZA
5,32%
1.328 votos
A
ALIANÇA
2,71%
675 votos
PPM.PPV/CDC
Coligação BASTA
2,05%
512 votos
L
Livre
1,53%
381 votos
NC
Nós Cidadãos
0,95%
236 votos
PCTP/MRPP
Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses
0,90%
225 votos
IL
Iniciativa Liberal
0,62%
155 votos
PNR
Partido Nacional Renovador
0,50%
125 votos
PDR
Partido Democrático Republicano
0,42%
106 votos
PURP
Partido Unido dos Reformados e Pensionistas
0,42%
106 votos
PTP
Partido Trabalhista Português
0,26%
65 votos
MAS
Movimento Alternativa Socialista
0,22%
55 votos
EM BRANCO
4,77%
1.189 votos
NULOS
3,01%
752 votos
68.041 inscritos

Em termos gerais, os resultados totais no concelho de Torres Vedras não se diferenciaram muito dos resultados nacionais.

A principal diferença reside no nível de abstenção, mais baixo em Torres Vedras, 63,34%, do que a nível nacional, 68,6%.

Se a nível nacional o PS teve 33,4% dos votos expressos, no concelho teve uma percentagem ligeiramente superior, 33,9%.

Já o PSD teve neste concelho um resultado ligeiramente mais baixo que o resultado nacional, 20,3% no concelho, contra 22,2% no país.

O Bloco de Esquerda também aqui foi a terceira força politica mais votada, embora com uma percentagem ligeiramente inferior, 9,6% em Torres Vedras, contra os 9,8% a nível nacional.

O PCP também aqui foi um dos derrotados da noite, passando de terceira força politica nas últimas eleições para o quarto lugar, com 6,7% a nível local, quase o mesmo que teve a nível nacional, 6,9%.

Também o CDS teve neste concelho 5,9%, uma percentagem ligeiramente inferior àquela que teve a nível nacional,6,2%.

O PAN obteve aqui um resultado ligeiramente melhor do que aquele que obteve a nível nacional, 5,3% contra 5,1%.

Já onde os resultados foram ligeiramente diferentes em relação à votação nacional foi em partidos mais pequenos, que não conseguiram eleger deputados para o Parlamento Europeu.

A Aliança obteve neste concelho quase o dobro da percentagem daquela que obteve no país, 2,7% em Torres Vedras contra 1,9% na média nacional.

O partido de extrema direita BASTA também foi um dos “vencedores” no “campeonato” dos “pequenos partidos”, com 2,1% dos votos deste concelho, ultrapassando o Livre (com 1,5%), quando obteve 1,5% a nível nacional, ficando atrás do Livre (1,8%).

Dos restantes partidos que concorreram, apenas o Nós Cidadãos obteve 1% de votos (1,04 % a nível nacional.

Nos totais do país e do concelho, mais nenhum partido chegou a 1%.

Vemos assim que, em termos gerais, os resultados do concelho reproduzem a situação nacional.
Se compararmos os resultados deste concelho com os mesmos resultados aqui registados nas eleições para o Parlamento Europeu de 2014, um dado significativo é que neste concelho a abstenção desceu ligeiramente. Foi de 64,94 em 2014 e, agora, desceu para 63,34.

As freguesias que mais contribuíram para a descida da abstenção neste concelho foram o Ramalhal (61,33%), a Silveira (62,91%), o Turcifal (61,32%) e, principalmente, a maior freguesia, que inclui todo o centro urbano, Stª Maria, S.Pedro e Matacães, com uma abstenção de 60,49%.

A única freguesia que obteve uma abstenção superior à que se registou a nível nacional foi a Freiria, com 68,87 de abstencionistas.

Em relação a 2014 o PS conquistou aqui quase mais 1 500 votos (7176 em 2014, e 8465 agora). Também o BE registou um crescimento significativo, mais de mil votos agora (1083 há cinco anos, contra os 2383 deste fim-de-semana). O PAN cresceu quase o mesmo número de votos, registando o maior aumento percentual. Tinha obtido 394 votos em 2014 e conseguiu agora 1328 votos. A Aliança e o Basta que concorreram agora pela primeira vez obtiveram, respectivamente, 675 e 512 votos. Estes foram os que cresceram, conquistando novos eleitores.

Esta comparação não é possível de fazer com o CDS, que concorreu coligado com o PSD em 2014 e que agora, sozinho, foi escolhido por 1467 eleitores.

Estes mais de 1400 eleitores do CDS correspondem quase integralmente ao número de votos perdidos pelo PSD em relação a 2014. Nesta data, concorrendo em coligação com o CDS, obteve 6 494 votos, obtendo agora 5061 votos, menos 1433. Ou seja, na direita, no seu conjunto, não se registou uma perda de votos, apenas uma redistribuição.

Quem perdeu mesmo votos de forma significativa foi o PCP que em 2014 tinha sido neste concelho a terceira força politica mais votada, com 2954 votos e que agora apenas conseguiu 1661 votos, quase menos 1300 votos. Ao que parece, à primeira vista, todos esses votos terão sido distribuídos pelo PS, Bloco de Esquerda e até pelo PAN, embora não seja líquida essa transferência directa de votos.

O Livre que, em 2014, tinha conseguido 505 votos e 2,15%, apenas consegui agora 381 votos, com 1,5%. Marinho Pinto também foi outro grande perdedor. Tinha obtido 1541 votos (6,56%) neste concelho em 2014 e agora ficou-se pelos 106 votos (0,4%).

Numa análise mais fina dos resultados no concelho, também se podem tirar algumas conclusões interessantes sobre o comportamento dos eleitores.

O PS, que venceu em todas as freguesias do concelho, obteve os resultados mais significativos no Maxial e Monte Redondo (46,66%), Carvoeira e Carmões (40,82%) Ventosa (39,19%), S.Pedro da Cadeira (38,93%), Runa e Dois Portos (38,66%) e Turcifal (38,36%).

Por sua vez, aquele partido, embora vencedor nessas freguesias, obteve os seus piores resultados no concelho nas freguesias de A Dos Cunhados (31,61%), Campelos (31,28%), Freiria (31,50%), Silveira (31,59%) , tendo obtido o pior resultado de todos na maior freguesia do concelho, a freguesia “urbana” de S. Pedro, Stª Maria e Matacães (31,23%).

Quanto ao PSD, obteve os seus melhores resultados neste concelho em Campelos (29,26%), Freiria (27,68%) e Ventosa (26,34%), as duas primeiras coincidentes com freguesias onde  o PS teve piores resultados.

Aquele partido teve resultados muito  abaixo dos 20% em 4 freguesias:  Dois Portos (13,48%), Carvoeira (14,39%), Maxial (14,42%), Ramalhal (15,64%), as três primeiras correspondendo a freguesias onde o PS teve algun dos melhores resultados.

O Bloco de Esquerda registou resultados a nível dos dois dígitos apenas em duas freguesias a da Silveira (10,90%) e a “urbana” de S. Pedro e Stª Maria (11,38%) que, sendo duas das maiores freguesias do concelho e daquelas onde a abstenção foi menor, foram suficientes para contribuir para um resultado total no concelho próximo da média nacional.

Já os piores resultados concelhios no concelho para o BE tiveram lugar na Ventosa (6,07%), em Campelos (6,56%) e em S. Pedro da Cadeira (6,81). Apesar de ter obtido um resultado mais alto do que aquele, foi ultrapassado pelo PCP em três freguesias, Carvoeira, Dois Portos e Maxial.

O PCP teve os seus melhores resultados nestas três freguesias (Carvoeira com 13,07%, Dois Portos com 12,77% e Maxial com 9,97%) sendo que nas duas primeiras esteve a cerca de 1% de ultrapassar o PSD.

O pior resultado da coligação liderada pelo PCP foi atingido na Freiria (2,45%), Ventosa (3,36%) e  Ponte do Rol (3,82%) , tendo mesmo sido ultrapassado pelo CDS nestas três freguesias, sendo ultrapassado por este mesmo partido também em A dos Cunhados, Campelos, Silveira e S.Pedro da Cadeira. Aliás, foi ultrapassado pelo PAN em todas estas 6 freguesias.

O CDS teve o seu melhor resultado, acima dos 7%, na Ventosa (7,23%) , onde foi também a terceira força politica, ultrapassando o BE, e  ficou à frente do PCP, como já vimos, noutras cinco freguesias.

O pior resultado do CDS foi na Carvoeira (3,82%) e no Maxial (3,75%), chegando a ser ultrapassado pelo PAN nestas duas freguesias e em A Dos Cunhados e no Ramalhal.

Quanto ao PAN, uma das surpresas da noite eleitoral, teve os seus melhores resultados em A Dos Cunhados (5,94%)  onde foi a quarta força politica, na Silveira (5,85%), em S. Pedro da Cadeira (5,36%), todas elas freguesias do litoral e, principalmente as duas primeiras com população mais jovem e com estilo de vida “urbano” e, naturalmente, na maior freguesia, a “urbana” de S. Pedro e Stª Maria (5,83%).

Dos partidos mais pequenos, a Aliança conseguiu o seu melhor resultado, 3,55%, na freguesia “urbana” de S. Pedro e Santiago. O Basta obteve o seu melhor resultado em Campelos, 3,63%, e o Livre na freguesia “urbana”, com 2,01%.

Existem ainda 7 freguesias onde o conjunto da esquerda (PS+PCP+BE+Livre) conseguem “maioria absoluta: Maxial (64,69%), Carvoeira (63,73%), Dois Portos (60,49%), S.Pedro e Stª Maria (57,71%), Ramalhal (55,78%), Turcifal (55,52%) e S. Pedro da Cadeira (51,14%), sendo que só somando os votos de pelo menos aqueles três primeiros partidos essa “maioria absoluta” consegue ser obtida.

Já a soma das direitas (PSD+CDS+Aliança+Basta) nunca consegue ultrapassar os 50%.

Aqui fica um breve e superficial retrato dos resultados destas eleições no concelho de Torres Vedras. Os dados oficiais podem ser consultados AQUI.

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