Encerramos hoje um primeiro capítulo da análise do comportamento do
COVID-19 em Torres Vedras durante o período de quase 2 meses passados sobre o
seu aparecimento em Portugal.
Anteriormente já tínhamos analisado, AQUI e AQUI, os primeiros dados
conhecidos sobre a os efeitos da epidemia em Torres Vedras.
Desta vez faremos um balanço final sobre esta “primeira onda”, que
correspondeu à declaração do Estado de Emergência, que vigorou durante 45 dias,
coincidindo com o abrandamento significativo dos efeitos do COVID-19.
Como já tínhamos referido anteriormente, o primeiro caso registado
neste concelho foi em 19 de Março.
A partir de 23 de Março começaram a ser publicados, na página da
Protecção Civil da Câmara Municipal de Torres Vedras, a evolução diária dos
casos totais registados no concelho, descriminando-se por “casos confirmados”, “casos
suspeitos” e “casos em vigilância”, acrescentando-se a sua distribuição por
freguesias a partir de 24 de Março.
Recorde-se que nesta data registavam-se 1 caso na União de freguesias
de A-Dos-Cunhados/Maceira, 1 caso na freguesia da Silveira, 1 caso na freguesia de S. da Cadeira, 1 na da Freiria e 4 na União de Freguesias
“urbanas” (Stº Maria, S. Pedro e Matacães).
Só em 7 de Abril foi reportado, nessa informação, o primeiro caso recuperado
no concelho, passando-se a partir dessa data a incluir uma nova
informação, a dos “casos recuperados”.
Entre 19 de Março e 3 de Maio o número máximo de casos activos teve
lugar em 7 de Abril , com um máximo de 28 casos.
O máximo de acumulação de infectados no concelho, sem descontar ao recuperados,
deu-se em 24 de Abril, embora nessa data apenas estivessem activos 17 casos.
Dias antes, em 20 de Abril o número de recuperados tinha ultrapassado
pela primeira vez o número de activos (18 activos contra 21 recuperados).
Quanto aos casos “suspeitos” o máximo de casos ocorreu em 16 de Abril,
com 39 casos, e o número mínimo ontem, 3 de Maio, com 8 casos “suspeitos”.
Em vigilância o número máximo foi atingido em 26 de Março, com 157
casos, e o mínimo no passado 1 de Maio.
Até ontem havia 3 freguesias ou uniões de freguesias no concelho que,
até à data, não tinham registado qualquer caso, duas no nordeste do concelho,
União de Monte Redondo e Maxial, e União de freguesias de Campelos e Outeiro da
Cabeça, outra no interior sul, S. Mamede da Ventosa.
Quanto às restantes freguesias, eis o resumo do seu comportamento:
União de Freguesias de A-Dos-Cunhados/Maceira – registou o primeiro
caso em 25 de Março, atingindo um máximo de casos, 4, em 14 de Abril, começando
a descer em 19 de Abril, deixando de registar casos em 27 de Abril;
Freguesia da Silveira – registou o primeiro caso em 25 de Março,
subindo até 3 casos em 29 de Março, começando a descer em 14 de Abril, para
deixar de reportar casos e, 28 de Abril;
Freguesia de S. Pedro da Cadeira – regista o 1º caso em 25 de Março,
chegando aos 7 casos em 13 de Abril, iniciando a descida no dia seguinte
passando aos zero casos em 28 de Abril;
Freguesia da Freiria – regista o 1º caso em 25 de Março, mantendo
apenas esse caso até 7 de Abril, data em que deixa de reportar qualquer caso;
União das freguesias urbanas – reporta 4 casos no primeiro dias com registos discriminados por freguesias,
25 de Março, chegou aos 12 casos em 7 de Abril, iniciando a descida a partir de
14 de Abril, passando a reportar um único caso a partir de 28 de Abril, até
ontem.
No dia 4 de Abril registaram-se os primeiros casos noutras duas
freguesias:
União de Freguesias da Carvoeira e Carmões – 1 caso nessa data, 2 no
dia seguinte, baixando para 1 em 23 de Abril, sem casos a partir de 28 de
Abril;
Ponte do Rol –um caso nessa data, subindo para 2 no dia 15 de Abril,
voltando a descer no dia 19 e deixando de registar casos em 28 de Abril.
No dia 6 de Abril surge o primeiro caso na freguesia do Turcifal,
subindo para dois caso no dia seguinte, descendo no dia 19 e deixando de ter casos no dia 28
de Abril.
No dia 14 de Abril são reportados os primeiros casos noutras duas
freguesias:
No Ramalhal no dia 14 de Abril, caso que se manterá até 26 de Abril,
deixando de ser reportado no dia 27;
Na União de Freguesias de Dois Portos/Runa, com o primeiro caso nessa
data, subindo para 4 no dia 24 de Abril, descendo para 3 no dia 27, número que
continuava a ser reportado até ontem,
embora existam várias fontes a referir que esses três casos, com origem no
Centro Social de Runa, já estão recuperados.
Ou seja, afazer fé nesta
informação, existe apenas um caso activo, registado na União de Freguesias “urbanas”.
O combate ao Coronavírus ainda tem muito caminho pela frente e, com o
abrandar de medidas a partir de hoje, tudo pode ser alterado, além de serem previsíveis
nova “ondas”, lá mais para o Inverno, se não se descobrir uma vacina ou uma
forma eficaz de combater a pandemia.
Em Torres Vedras, o pior desta primeira onde parece ter tido lugar nas
primeiras semanas de Abril, começando a abrandar no último terço do mês.
Também se parece confirmar uma tendência histórica, o facto de esta,
tal como outra epidemias, terem neste concelho um impacto menor que noutras
partes do país, aliás, em linha com o que se tem passado em concelhos vizinhos,
com a excepção do concelho de Mafra.
Terminamos por aqui o balanço da situação torriense.
Voltaremos ao tema se a evolução futura o justificar.
Até lá apela-se a que todos sigam as recomendações das autoridades
municipais e de saúde, pois a “batalha” ainda vai no principio.
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