quinta-feira, 30 de abril de 2009

Castro do Zambujal


O nome de Zambujal “deriva sem dúvida, de uma mata de zambujos (...) uma espécie de oliveira silvestre, que existia em tempos no local e dos quais alguns exemplares ainda se vêem vegetando nos arredores, sendo outros aproveitados para neles se enxertarem oliveiras, tal como ainda hoje se pode observar num centenário olival que existe no sopé do monte onde está situado o castro” ( SANGMEISTER, SCHUBART, TRINDADE, 1964, p.3).
Terá sido ocupado entre 2500 aC. e 1700 aC.
“Do ponto de vista estratégico, o lugar escolhido para a construção do povoado não podia ter sido melhor. Não sendo a maior elevação da cadeia montanhosa a Este da Ribeira de Pedrulhos, ficam-lhe por trás os pontos mais altos, encobrindo-a de quem se aproxima vindo de Oeste. Ao escolherem este local relativamente afastado da costa (...), os seus habitantes tinham a vantagem de avistarem o mar e a desembocadura do Rio Sizandro sem que pudessem ser observados” (SCHUBART e SANGMEISTER, 1987).
“Pelas datações de C14 efectuadas em conchas provenientes dos sedimentos marinhos demonstrou-se que, durante o Calcolítico, se estendia um braço de mar até à actual aldeia de Ribeira de Pedrulhos. No entanto, ainda é desconhecida a amplitude total deste braço de mar, principalmente no vale do rio Sizandro. A distância que separava o Zambujal desta baía era somente de cerca de 1 Km, mantendo-se assim até à fase 4 da construção. Uma rápida sedimentação, provocada por uma forte erosão, provocou o desaparecimento gradual deste braço de mar. Provavelmente, a diminuição da área do povoado, referente à fase 5 da construção, teve a ver com este fenómeno.” (KUNST,1992, p. 27).
“O vale do rio Sizandro foi uma baía marítima do Oceano Atlântico “ (HOFFMANN e SCHULTZ, 1987, p. 45).
Vestígios de fortificações revelam-nos uma das principais características deste castro.
Os “construtores da fortificação desconheciam o método de travar muros, encostando as novas muralhas contra as anteriores. Do mesmo modo, eram os muros assentes no solo original, por vezes sobre rocha viva, mas também em camadas formadas por anteriores derrubes de muros ou mesmo adobe de casas.” (SCHUBART e SANGMEISTER, 1987).
“Quando foi abandonado, por volta de 1700 aC., era um gigantesco e complexo conjunto, composto por três linhas de defesa.
“O núcleo deste conjunto é uma fortificação circular com aproximadamente 40 metros de diâmetro interior, cujos muros chegam a atingir a espessura de 15 metros. Aparentemente, o topo destes muros serviria de plataforma sobre a qual os defensores se moviam livremente, aproveitando as vantagens da linha defensiva interior.
“Da muralha sobressaem bastiões semi-circulares, pouco distanciados e cobertos por cúpulas, a cujo interior as plataformas dariam acesso. Supomos que estas dispunham de seteiras, de modo a ser possível atirar sobre o inimigo de uma posição perfeitamente protegida. Um corredor, de apenas um metro de largura, conduz ao núcleo fortificado, atravessando a muralha num ponto em que esta atinge o 13 metros.
“Para oriente, a uma distância de 8 a 10 metros da fortificação central, corre uma Segunda linha defensiva com uns dois metros de espessura e reforçada igualmente com bastiões semi-circulares
“A Este, e a cerca de 30 metros da Segunda linha, numa zona mais alta do terreno, encontra-se a terceira linha defensiva (...)” (SCHUBART e SANGMEISTER, 1987).
Conhecendo-se bem o sistema defensivo do Castro pouco se conhece sobre o seu povoado, devido à construção do Casal do Zambujal, “que veio a destruir o espaço interior da fortificação central até à rocha: todas as pedras utilizadas na construção do casal procedem da fortaleza” (SCHUBART e SANGMEISTER, 1987).
Actualmente já se comprovou a existência de cinco sistemas de construção
“Os “sistemas de construção” resultaram de conceitos estratégicos diferentes (...). Todos os sistemas têm em comum o seguinte: uma cidadela central (...) que se encontra num esporão rochoso, é rodeado por cinturas amuralhadas mais ou menos concêntricas e possivelmente abertas para a escarpa do esporão” (KUNST,1996, pp.257-258).
São as seguintes as principais características dessas fases de ocupação:
Fase de construção 1 – “Defesa em compartimentos (“labirinto). A fortaleza era dividida em pátios rodeados por muros autonomamente defendidos, para assim dividir o inimigo em pequenos grupos”(KUNST,1992, p. 22);
Fase de construção 2 – “Defesa tipo “Causeweyed Camps”. Este sistema, completamente diferente do anterior, baseava-se em pátios com seteiras que defendiam portas do muro em frente, por onde podia passar uma só pessoa de cada vez” (KUNST,1992, p. 22).
Fase de construção 3 – Defesa com movimento sobre plataformas elevadas. Caracterizado pelo fecho e enchimento dos pátios anteriores, com grandes pedras e terra, de forma a constituirem-se plataformas elevadas onde os defensores se podiam movimentar com facilidade e melhor visualizar os movimentos do inimigo. Este sistema dava grande mobilidade à defesa, permitindo acorrer rapidamente onde ela fosse necessária” (KUNST,1992, p. 22).
Fase de construção 4 – Defesa com cobertura de flancos com torres ocas, elevadas, mas acrescido por torres ocas no exterior dos muros, de forma a permitir melhor cobertura dos flancos” (KUNST,1992, pp. 22-23).
Fase de construção 5 – “Possivelmente abandonou-se a terceira linha da fortificação. As duas linhas mais interiores foram de novo reforçadas. Na linha II são visíveis pequenas entradas num nível mais elevado. Está-se, agora, em plena Idade do Bronze.” (KUNST,1992, p.23).
Correspondendo à fase 2, um dos poucos vestígios actualmente visíveis é o chamado “Barbacã”: “Na campanha de escavações de 1968 foi encontrado um pátio semi - circular, que continha ainda conservadas algumas paredes até uma altura de cerca de 4 metros (...). Na época da sua escavação chamou-se ao pátio “barbacã”. A sua parede a Leste contém aberturas que se interpretaram como uma pequena porta e seteiras, pois a elas correspondem pequenas portas na Segunda linha de defesa (...). Estas portas são tão estreitas que só permitiam a entrada a um agressor de cada vez (...); no entanto este podia ser alvejado pelas setas dos guerreiros que se encontravam no interior da barbacã (...).
“Assim, fica claro que não se trata na verdade de uma barbacã, mas sim de um sistema de defesa do tipo das construções neolíticas, chamadas “Causewyed Camps” por G. Childe (...)” (KUNST,1992, p.23).
Não se prova “ a hipótese de terem sido navegantes do mediterrâneo Oriental que construiram estas fortificações, com o fim de as usar como feitorias, para assim dominarem as áreas adjacentes e controlarem as prospecções, produção e comércio do cobre, assumindo o poder. Também poderia ter acontecido que relações comerciais marítimas (directas ou indirectas) fizessem com que uma população indígena iniciasse a extracção do cobre, acumulando assim uma riqueza, que a levasse a construir fortificações e a evoluir para novas formas de vida urbana e social. Ambas as soluções são possíveis, a partir de idênticas fontes tal como a possibilidade de terem existido outras formas intermediárias, diferentes de lugar para lugar. Não se podem negar, porém, as inovações que surgem com o Zambujal e estruturas aparentadas, a par de semelhanças de certos elementos com outros existentes no mediterrâneo Oriental.” (SCHUBART, 1987, p.20).
“A sua localização pode (...) depender de factores antropogeográficas, mais do que de condições naturais” (UERPMANN, Hans-Peter, 1987, p.51).
Para Sangmeister e para Schubart, a posição do Castro é principalmente estratégica. Existem, contudo, “num círculo de cerca de 10 Km à volta do local “ onde se situa o Castro “vários locais que teriam sido igualmente favoráveis, ou até mesmo mais, em termos estratégicos”, como a área do vale do Sizandro entre Torres Vedras e Runa, com importantes recursos minerais e elevado potencial agrícola. Nesta área existem zonas que foram povoadas no tempo do Castro do Zambujal, como o Castro da Fórnea, o povoado do Penedo e a gruta sepulcral de Cova da Moura, denotando contudo povoados menos importantes que o Zambujal.
“Há evidência indirecta de que o comércio deve ter sido a fonte de riqueza óbvia do Zambujal (...)”. Nem “ os recursos locais de minerais, nem o potencial agrícola dos seus arredores podem ter sido a razão do poder económico do Zambujal. Há apenas um aspecto do seu meio circundante que é único nesta parte do Centro da Estremadura: o castro encontrava-se muito perto de um perfeito porto natural.
“Partindo do principio de que a proximidade deste porto natural foi o factor macro-ambiental decisivo para a localização do povoado, os factores micro-ambientais para a sua fixação específica são mais fáceis de compreender. Há vários contrafortes de montanha de localização estratégica comparável, ainda mais próximos do antigo estuário, mas nenhum deles oferece um recurso local de pedra sólida pronta para usar como matéria prima de construção. As lajes de calcário arenoso, com que o castro foi construído, surge apenas numa estreita faixa que se estende desde Torres Vedras, passando pelo Varatojo, até ao Zambujal, onde se aproxima ao máximo do antigo estuário do Sizandro. Mais próxima do rio, esta pedra calcária é revestida por uma pedra macia, quase arenosa, que não é boa para uso em alvenaria. O único outro local de onde as lajes, para edificar uma fortificação, poderiam ser extraídas junto à foz do Sizandro, nas arribas da costa.
“Uma localização na própria costa teria tido um grande número de desvantagens”, de entre elas, a exposição a piratas e inimigos vindos do mar e razões climatéricas.
Mas a “maior desvantagem de um local na costa actual seria (...) também antropogeográfica. Um porto é sempre um entreposto entre diferentes tipos de transporte. Num porto comercial florescente os transportes marítimos devem estar em conexão com estradas eficientes, que conduzam às áreas de produção ou consumo das mercadorias embarcadas. Um lugar da costa actual teria sido marginal a qualquer das áreas descritas anteriormente como favoráveis” (UERPMANN, Hans-Peter, 1987, pp.51-52).
Existem vestígios que comprovam a importância da metalurgia para a economia do castro. “O cobre deve ter constituído o factor mais importante da economia deste lugar” (SCHUBART e SANGMEISTER, 1987).
As casas de planta oval “apresentam um socalco de pedra sobre o qual se elevava uma cúpula feita de adobe (...). No interior das casas foram encontradas fogueiras não apenas para cozinhar.” (SCHUBART e SANGMEISTER, 1987).
“São dois os casos em que várias fogueiras se agrupam em círculo, ao redor de uma estrutura plana, de barro, com os bordos elevados, tendo sido recolhidas nestas mais de 200 gotas de cobre fundido e, a redor das fogueiras, minúsculas gotas (tal como as que saltam quando se verte metal fundido) foram igualmente detectadas” (SCHUBART e SANGMEISTER, 1987). Nessas mesmas fogueiras surgiram também grãos de trigo carbonizados, o que parece indicar a sua utilização para fins culinários, pelo que se pode concluir que o cobre era fundido em indústrias caseiras.
“Para todo o período de ocupação do povoado (...) está documentada a metalurgia por vestígios de instalações destinadas à fundição do cobre” (KUNST,1996, p.258).
O cobre era importado, trazido de longe, “pois na zona não há notícia de jazidas de cobre. Supõe-se que o minério era fundido em pequenas quantidades, com carvão vegetal, procedendo-se logo à conversão do metal recém-obtido em barras e outros objectos.
“Há apenas um recurso destes [ minério de cobre] próximo do Zambujal. Trata-se de uma jazida de malaquite (...) que vêem à superfície próximo de Matacães, a pouco menos de duas horas a pé do Zambujal, seguindo o vale do Sizandro. A área é precisamente a Norte da bacia de Runa”, onde existia uma fonte de sílex. “Não existem ainda indicações de que tenha sido feito qualquer uso, durante o calcolítico, do minério de cobre de Matacães, mas a sua simples existência é um factor importante para a compreensão da paleo-economia da área.
“Devido à concentração de diversos minerais de uso potencial, a área à volta de Runa e Matacães, no vale médio do Sizandro, constituiu uma região privilegiada no que se refere a recursos abióticos. Não obstante, o Zambujal como o maior povoado calcolítico nesta região estava situado ainda a uma certa distância daquela área, num meio que não possuía nenhuns minérios úteis no seu limite de alcance imediato” (UERPMANN, Hans-Peter, 1987, p. 48).
A proximidade de jazidas de cobre próximas do local do castro pode ter sido importante na determinação da sua localização.
Por outro lado, a utilização de outros recursos minerais, como o sílex, o basalto e o grés, não teria sido determinante, segundo UERPMANN. Estes minérios terão sido obtidos a alguma distância do castro:
“A bacia de Runa, que fica a 7 Km. em linha recta, ou a duas horas de caminho a pé do Zambujal, foi utilizado pelos habitantes do calcólitico como uma área de recurso. Há apenas um outro recurso de sílex a uma distância mais próxima do local: os depósitos plistocenicos de praia, os declives a Norte do vale inferior do Sizandro, que contêm seixos de quartzito de granulação fina, de má qualidade para talhe, mas que foram usados no Zambujal como percutores (...).
“Entre os minerais mais frequentes usados para o fabrico de instrumentos no Zambujal, o basalto é o mais acessível, situando-se a uma distância de cerca de 30 minutos a pé (...) ( surgem em vales tifónicos e noutros locais a Sul do Sizandro, entre a costa próxima da Praia de Assenta, a ocidente, e a bacia de Runa a Oriente).
“Os grés do Cretácio Inferior, usados no castro para o fabrico de algumas mós, poderiam ser quase considerados “locais”, embora tivessem sido trazidos de uma distância de pelo menos 3 Km, dos montes a Norte do Sizandro” (UERPMANN, Hans-Peter, 1987, p.47).
Foram encontrados vários objectos que revelam os contactos comercias do Castro do Zambujal: objectos em marfim, cuja matéria-prima era importada do Norte de África; “os cilindros e agulhas de osso poderão ter sido produzidos no povoado, mas apresentam uma assombrosa semelhança com os correspondentes objectos egípcios e do Mar Egeu; as vasilhas de pedra calcárea e de alabastro são muito semelhantes às que se conhecem do Próximo Oriente” ” (SCHUBART e SANGMEISTER, 1987).
Outro “artigo exótico pode ter sido o diorito, utilizado no fabrico de contas, e as grandes quantidades de rocha anfibolítica importada para o fabrico de instrumentos”, esta, provavelmente, importada do rio Sado. Também o vinho pode ter sido importado
Com base no levantamento arqueológico do lugar podemos indicar como actividades existentes no castro: cerâmica, metalurgia, moagem, tecelagem, agricultura, criação de gado (vacas, cabras, porcos e ovelhas), comércio, caça, pesca, actividade militar.
Nas escavações efectuadas foram recolhidos cerca de 160 000 fragmentos de cerâmica. Existem três grupos característicos dessa cerâmica : Campaniforme, decoração do tipo “folhas entalhadas” e “copos cilíndricos”. (KUNST, 1987)
É “seguramente correcto relacionar as pontas de projéctil com uma componente militar, nas indústrias de pedra das fortiicações calcolíticas. Isto terá tido também os seus reflexos no estilo de vida dos habitantes. A ideia de uma forte componente militar no campo sócio-económico das fortificações calcolíticas não é nova e é ainda favorecida pelo esforço bem visível despendido na fortificação dos povoados (...).
“Com base na ausência de instrumentos para a ceifa, devemos assumir que a maior parte do grão transformado nas mós encontradas no Zambujal, foi obtido por uma população agrícola que habitava fora do povoado” (UERPMANN, Margarethe, , 1987, p.41).
As condições do vale frente ao castro não seriam na época favoráveis à agricultura, por ser alagadiço. Quanto aos declives acima do Zambujal, embora não se lhes possa negar “um certo potencial agrícola, a zona, no seu conjunto, não pode ser considerada excelente para a agricultura”, pelo que “o potencial agrícola local não pode ter sido muito importante para o desenvolvimento do povoado” (UERPMANN, Hans-Peter, 1987, p.48).
Quanto à alimentação dos seus habitantes, além da que tinha origem na agricultura e pecuária, foram encontrados vestígios de que os seus habitantes se alimentavam igualmente da caça (carne de veado, de auroque, de javali, de cavalo, de coelho, aves) e também de peixe, moluscos, caracóis e, com menos frequência, de corço, lebre e baleia.
Com a farinha dos cereais (trigo e cevada), produziam farinha, papas e pão. Encontraram-se ainda vestígios de favas, sementes de linho, azeitonas e videiras.
“No que diz respeito ao sector animal da economia de subsistência do Zambujal, a alta proporção de porcos nos vestígios ósseos encontrados indica um uso extensivo das florestas de carvalho, que devem ter coberto grandes áreas da Estremadura, durante o Calcólitico. O mesmo nicho ecológico terá sido utilizado para a criação de gado bovino, que constituiu o recurso mais importante de carne no castro”( UERPMANN, Hans-Peter, 1987, p.50).
Embora menos significativa, a criação de ovelhas e cabras era usada para obter leite e, no caso das ovelhas, também, provavelmente, para a obtenção de lã.
“Deve ser dada uma atenção especial ao facto de terem sido encontrados no Zambujal esqueletos de cavalo”, (UERPMANN, Hans-Peter, 1987, p.50). não se sabendo se eram selvagens ou domésticos.
“No que se refere à localização do Zambujal, o sector animal da sua economia não foi factor de pressão para a escolha do local.
“O único sector de uma economia de subsistência de base animal, que depende até certo grau da localização, é a pesca e a recolha de moluscos. A razoável quantidade de vestígios de animais marinhos encontrados no Zambujal é surpreendente, num local que fica, pelo menos, a duas horas a pé da costa actual. Contudo, com um estuário a invadir a zona inferior do Vale do Sizandro até à área da Ponte do Rol e, talvez mesmo, até à confluência com a Ribeira de Pedrulhos, o Zambujal torna-se um povoado costeiro. Este facto é de extrema importância para a ecologia do castro, embora não em termos da sua subsistência” (UERPMANN, Hans-Peter, 1987, p.50).
Existem vestígios que nos permitem retractar com alguma fidelidade qual seria o meio ambiente envolvente do castro: “Encontraram-se ossos de pequenos mamíferos (toupeiras de água, rato cabrera), indicadores de um meio-ambiente mais húmido do que o de hoje (...).
“Como o indicam determinados ossos de animais selvagens, restos carbonizados de madeira e cortiça e sementes de plantas, a vegetação que rodeava o Zambujal devia ser principalmente uma floresta composta por pinheiros e árvores como o carvalho e o sobreiro, ainda existentes na mata do Convento do Varatojo. “Restos de madeira de freixos, lodão e , sobretudo, de amieiro e choupo, indicam a presença destas espécies nas margens dos rios.
“Estas matas abrigavam um grande número de animais para caça, como o auroque, a corça, o veado e o javali, e ainda animais predadores, como o lince, o gato bravo, o urso, o lobo, a raposa, a doninha e o texugo.
“Nas escarpas rochosas havia mato rasteiro, como o que ainda existe hoje nas áreas não cultivadas à volta do Zambujal, indicado pelos achados de pistácia, espinheiro alvar, Sistus spec. (provavelmente roselha) e pelos ossos de pequenos pássaros, perdizes, lebres e coelhos.
“As tetrazes e abetardas habitavam em pradarias ou estepes, sendo ambas as espécies bons indicadores de que naquela época já havia grandes planícies de campo aberto nos locais mais elevados” (KUNST,1992, p.25).

Castro do Zambujal

(Mapa, da autoria do Instituto Arqueológico Alemão, reconstituindo as condições geográficas da zona de Torres Vedras no período Calcolítico, sendo bem visivel a "lagoa do Sizandro" que chegava até à zona do Castro do Zambujal)






Reconstituição das muralhas do Castro do Zambujal

Distribuição da Cultura do Vaso Campaniforme na Península de Lisboa,destacando-se o Castro do Zambujal

Roteiros torrienses - 4 - Calcolítico

4 – Calcolítico( 3000 aC- 1800 aC.)

4 – 1 – Povoados

a) – Castro da Achada, Monte da Achada, Monte Redondo.
Descoberto por Leonel Trindade em 1951.
Ocupado no início da Idade do cobre, podendo ter tido uma segunda ocupação durante a Idade do bronze.

b) – Castro da Fórnea, Matacães.
Castro contemporâneo do Castro do Zambujal, de cuja proximidade se pode especular sobre o tipo de relações existentes entre esses dois sítios. João Ludgero Gonçalves avançou a hipótese de a Fórnea poder ser “uma atalaia de defesa de uma boa via de comunicação (como é o vale do rio Sizandro) ou do limite fronteiriço de um teritório (...) ou o posto avançado para exploração de fontes de matéria-prima, de um território económico liderado por um lugar central” que podia ser o Zambujal. (GONÇALVES, 1995, p.139).
Datado de entre 2500 a 2200 aC.

c) – Póvoa do Penedo, Runa.
Descoberto por Ricardo Belo em 1933, tendo recolhido mais de 800 peças datadas do eneolítico.
“A construção pode ser considerada uma última variante das fortificações das colónias da Idade do Cobre, em território português, e apresenta uma superfície interior relativamente pequena” (RODRIGUES, 1999, p.70).
Datado de entre 2500 e 2200 aC.

d) – Pitagudo, A-Dos-Cunhados.

e) – Serra de Sarreira, Freiria.

f) – Castro do Zambujal.
Foi descoberto por Leonel Trindade em 1938, responsável pelas primeiras escavações em 1944, 1959 e 1960, acompanhando-o, nos dois últimos anos, o Dr. Aurélio Ricardo Belo. Foi então convidado o Instituto Arqueológico Alemão a continuar esse trabalho, o que aconteceu entre 1964 e 1973, período durante o qual se efectuaram sete campanhas de escavações orientadas por E. Sangmeister, H. Schubart e W. Huebener .
Nos anos seguintes foi estudado, por aquele Instituto, o espólio e o conjunto de informações obtidas naquelas escavações, distinguindo-se nesta fase o trabalho do arqueólogo Dr. Michael Kunst.
Foi declarado Monumento Nacional pelo Decreto 35817 de 20/8/1946.
(ver mais dados, em próximo texto)

g) – Castro do Cabêço do Jardo, junto ao Maxial.

h) – Castro do Monte de S. Mateus, junto à Lobagueira, Maxial.

i) – Castro do Outeiro da Cabeça.

j) – Castro do Casal da Passadeiras, Maxial.

k) – Varatojo, próximo do Convento.
Castro não fortificado, datado de 2500 aC.

l) - Quinta das Galhardas, a oeste da Ribaldeira.
Castro.

m) – Monte da Doutora, Sarreira, Freiria.
Castro.

n) – Castro da Boiaca.
Achado de superfície.

o) – Casal do Sobrigal, S. Domingos de Carmões.

p) - Castro da Portucheira (?), Matacães

4 – 2 – Necrópoles

a) – Borracheira, S. Pedro.
Achado de superfície.

b) – Lapas Grandes, Monte Redondo.
Duas grutas artificiais construídas entre 2700 e 2500 aC., talvez ainda no Neolítico final.
Uma das grutas foi novamente ocupada no Calcolítico Final (entre 2000 e 1500 aC.).
Ambas voltaram a Ter uma ocupação humana entre 1000 e 800 aC.(Bronze final ).

c) – Lapa da Rainha II, Maceira.

d) – Gruta do Sapateiro, vertente SO do “Cabeço do Castelo”, Maceira.

e) – Portucheira I, Matacães.

f) – Cova da Moura, S. Pedro.
Gruta natural, na margm esquerda do Sizandro, entre Torres Vedras e as termas dos Cucos, junto à linha de caminho de ferro, na Boiaca.
Nela foram encontrados 90 esqueletos.
Próximo dela existem várias grutas naturais, mas só numa delas, a chamada “Cucos II”, foi encontrado material arqueológico, um machado em pedra polida.
Datado de entre 2500 e 1400 aC.

g) – Monte da Pena, “Tholos” do Barro, S. Pedro.
Monumento Nacional desde 1940
Descoberto em 1909 pelo Pe Paul Bovier-Lapierre.
A maior parte do espólio aí encontrado está no Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia.
O espólio encontrado nas imediações daquele monumento por Leonel Trindade encontra-se no Museu de Torres Vedras e é datado, quer do calcólítico quer o Bronze final.
“É provável a existência de sepulturas do Bronze Final nas imediações do monumento do Barro. A hipótese de um povoado (...) não tem de ser necessariamente posta de parte: alguns elementos deixam ainda supor a existência de um horizonte de ocupação mais antigo no local, que não a tholos (...)” (MADEIRA e Cols, 1972).
Os objectos encontrados no monumento funerário são típicos da cultura do vaso campaniforme.
Datado de entre 2500 e 2200 aC.

h) – Casal Charrino, perto do castro do Varatojo, S. Pedro.
“Tholoi”. Completamente destruído.
Data de aproximadamente 2500 e 2200 aC.

i) – Bolores, S. Maria.

j) – Cabeço da Arruda, Freiria.
Conjunto de três sepulturas do calcolítico, duas colectivas e uma de tipo “tholos.
A mais antiga data de, aproximadamente, 2000 aC.

k) – Serra das Mutelas, perto da Quinta de Charniche, S. Mamede da Ventosa.
“Tholoi”. Completamente destruída.
Datava de entre 2500 e 2200 aC.

l) – Serra da Vila, Stª Maria.
Sepultura megalítica, tipo “tholos”.
Foi completamente destruida.

m) – Junto a Vila Seca, Maxial.
Monumento megalítico.

n) - Quinta de Entre Campos, Ermegeira, Maxial.
Gruta artificial
Entre os objectos aí encontrados, destaca-se um par de brincos em ouro e quatro pequenos tubos de folha enrolada do mesmo metal.
Data de aproximadamente 2500 a 2200 aC.

o) – Abrigo da Carrasca, perto da Macheia, Matacães.
Abrigo sob rocha de grandes dimensões, datado de entre 2500 e 2200 aC.

p) – Lapa do Paio Correia ou Lapa do Preto, junto à Vala do Pisão, Vila Facaia, Ramalhal.
Gruta artificial. Datação desconhecida, provavelmente de entre o IIIº e IIº milénio aC.

q) – Moinho da Lapa, Stª Maria.

4 – 3 – Achados isolados

a) – Vespeiro, S.Pedro
Achado de superfície.
b) – Barrigudo, Runa.
Achado de superfície.
c) – Cucos II, S. Pedro.
d) – Casal da Serra, S. Mamede da Ventosa
Achado se superfície.
e) – Fonte Grada, Stª Maria.
Achado de superfície.
f) – Sequeira, Silveira.
Achado de superfície.
g) - Forte do Canudo, Stª Maria.
Achado de superfície.
h) – Charnais, Serra da Vila.
Achado de superfície.
i) – Casal da Amoreira, S. Pedro da Cadeira.
Achado de superfície.

Calcolítico - Tholos do Barro





Roteiros torrienses -3 - Neolítico

3 – Neolítico (10000 aC.- 3000aC.)

3 – 1 – Povoados.

a) – Vertente NO do Cabeço do Castelo, margem direita do Alcabrichel, Maceira.

3 - 2 Castros.

a) – Castro de S. Mateus, Monte Redondo.
b) – Castro da Portucheia.
c) – Castro do Barrigudo.
d) - Castro do Pico Agudo, a Sul do Cabeço do Castelo, Maceira.
e) – Casal da Cidadoura.
f) – Monte do Crasto.
g) – Vespeiro, a sul do Zambujal.
h) - Varatojo.

3 – 3 – objectos dispersos em pedra polida.

a) – Torres Vedras.
b) – Maxial.
“Na área do Maxial há alguns pontos que deveriam ser objecto de uma prospecção. A SE do lugar, há uma sequência de elevações que seriam susceptíveis de fornecer bons abrigos: de Oeste para Leste, temos A-Do-Verde (140 metros de altitude), Outeiro do Vento (236), Cabeço do Jardo (150 metros de altitude) e Fogarosa (ponto em que está instalado um marco trignométrico)” (FREITAS, 1959, vol.1, p.240).
c) – S. Mamede da Ventosa.
d) – Figueiredo.
e) – Turcifal.
f) – Assenta.
g) – Cambelas.
h) – Vale da Mata.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Roteiros torrienses -2 - Paleolítico

2 – Paleolítico

2 – 1 – Paleolítico Inferior ( 3 milhões de anos – 300 000 aC).

2 – 1 – 0 – Acheulense (400 000 a 300 000 aC) – Bifaces - Atlantropo

2 – 1 – 1 – Pré - Acheulense

a) – Santa Cruz ( Corresponde a três sítios ao longo do litoral desse sítio .Ponta da Vigia, a norte, “a Mina”, a Este, perto do “Porto da Escada”, a Sul).
b) – Perto da fonte da Água do seixo, Santa Cruz.
Vestígios por identificar.
c) - Seixosa

2 – 1 – 2 – Acheulense Médio.
a) – Casal das Pedrosas, Silveira.
b) – Casal da Portela, Silveira.
c) – Torres Vedras, área do mercado municipal.
d) – Vale de Carros, Maxial
Biface com características “micoquenses”.

2 – 1 – 3 – Acheulense Superior.
a) – Seixo, Santa Cruz.

2 – 1 – 4 – Outros sítios com vestígios do Paleolítico Inferior.
a) – Ponte do Rol.
b) – Galegueira, Ponte do Rol.
c) – A-Dos-Cunhados.
d) – Carrascais, A-Dos-Cunhados.
e) – Sobreiro Curvo, A-Dos-Cunhados.
f) –Gruta de Lapa da Rainha, Maceira.

2 – 2 - Paleolítico Médio (300 000 a 35 000 aC, última glaciação (Wurm), Neanderthal).
a) – Penafirme, A -Dos- Cunhados.
b) – Casal do Soito, Ponte do Rol.
c) – Casal do Calvo, Ponto do Rol.

2 – 3 - Paleolítico Superior (35 000 aC – 10 000 aC) – Homo Sapiens Sapiens.

2 – 3 – 1 – Aurinhacense (28 000 aC – 26 000 aC) (Cro-Magnon)
Primeiras manifestações de arte figurativa: figuras des animais muito esquemática e signos gravados em blocos de calcário.
a) – Santa Cruz
Achado isolado, em lugar desconhecido

2 - 3 – 2 – Gravettense e Proto-Solutrense ( 26 000 aC – 21 000 aC)
Caracterizada pela indústria do buril de truncatura retocada.
Na arte caracteriza-se pelas estatuetas femininas em marfim (“Vénus”)
a) Cova da Moura, Cambelas, S. Pedro da Cadeira
Sítio ao ar livre localizado no Vale da Fonte ou Vale de Almoinha, a 500 metros da mina de água que lhe deu aquela designação.
Trabalhos de prospecção entre 1949 e 1952.
Maioria do espólio constituído por artefactos líticos.

2 – 3 – 3 - Solutrense (21 000 aC – 16 000 aC)
Grande perfeição na técnica de talhe. A “folha-de-loureiro” e a raspadeira são dois dos instrumentos típicos deste período.
a) - Vale Almoinha, Cambelas, S. Pedro da Cadeira.
A causa provável da escolha deste lugar como acampamento pré-históico pode dever-se à existência, a 100 metros do lugar de uma nascente de água doce, já existente na época.
A maioria do material lítico é constituido por peças em sílex (95% do total), algumas em quartzo, nomeadamente raspadeiras, “folhas de loureiro”, lascas, lamelas, lâminas, núcleos.
b) – Lapa da Rainha, Maceira.
Gruta de abrigo esporádico, tendo servido fundamentalmente de toca de carnívoros.
Para além de vestígios ósseos humanos fossilizados, foram encontrados ossos de animais já extintos na região, como o rinoceronte e a hiena.

2 – 3 – 4 – Magdalenense (16 000 aC – 10 000 aC)
Caracteriza-se pelo importante desenvolvimento da indústria óssea e pela qualidade das obras de arte mobiliária ou parietal. Transição entre Paleolítico e o Mesolítico.
a) – Baio ou Cerrado Novo ou W. do Casalinho, junto à foz do rio Sizandro, margem esquerda , Gentias do Meio, S. Pedro da Cadeira
Produção de lascas e lamelas.
Data provavelmente de entre cerca 11000 e cerca de 10500 aC.
Os seus vestígios prolongam-se pelo Neolítico.
b) – Vale da Mata, Gentias, S. Pedro da Cadeira
c) – Rossio do Cabo, Santa Cruz
No sítio onde se construiu o campo de tiro, 3 km. a NE. da praia de S.tª Cruz.
Parece “ ter sido um acampamento de superfície, de pequena extensão, ocupado por caçadores durante um período de tempo relativamente curto” (RODRIGUES, 1999, p.60).
Estação arqueológica descoberta por Leonel Trindade em 1950.
“A estação do Rossio do Cabo é um contributo importante para a arqueologia portuguesa: confirmando a influência europeia no ocidente da Península em pleno Paleolítico Superior, dá-nos elementos para verificarmos o estabelecimento no litoral estremenho de tribos aurinhacenses. Estas viveram, por certo em espaço de tempo reduzido, num acampamento ao ar livre, trbalhando com segurança material que iam buscar (...) a localidades distantes”, como Runa, Torres Vedras e, talvez, Rio Maior, Nazaré e Lisboa. (FREITAS, 1959, p.62).
d) – Pinhal da Fonte, Cambelas, S. Pedro da Cadeira.

2 – 3 – 5 – Outros lugares com vestígios do paleolítico superior.
a) – a SE de Casalinhos de Alfaiates
b) – Escaravelheira.
Vestígios líticos, do paleolítico superior final ou Epipaleolítico.
c) – Porto Escada, a sul de Santa Cruz.
d) – lugar da Mina Santa Cruz.
e) – Vale do Pizão, Santa Cruz.
f) – Vale do Cortiço, Santa Cruz.
g) - Ponta da Vigia, Santa Cruz.
h) – Póvoa de Penafirme.
i) – Varatojo.
j) – Fonte Grada.
k) – Ponte do Rol.
l) – Casal do Calvo, Ponte do Rol.
Achado de superfície
m) – Galegueira, Ponte do Rol.
n) – Casal da Portela, no vale do Sizandro.
o) - Vale do Covo, A-Dos-Cunhados.
p) – Cabeça Ruiva.
q) – Curral Velho, S. Pedro da Cadeira.
r) – Concheiro do Pinhal da Fonte, S. Pedro da Cadeira.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Roteiros torrienses - Paleografia


1 - Eras Paleontológicas



(Fotografia da laje onde são visíveis a posíveis pegadas de dinossauro dos "Cucos".
Recentemente, essa hipótese tem sido questionada por especialistas)

a) – Praia da Carva, Porto Novo.
Vestígios de um grande dinossauro sáuropode, um Apatosauro, herbívoro, que viveu há mais de 150 milhões de anos.

b) – Moçafaneira, S. Mamede da Ventosa.
Descobertos vestígios de um dinossauro em Dezembro de 1995, um Dessentruros, herbívoro de sangue quente, com seis metros de comprimento por três de largura, que viveu há cerca de 120 milhões de anos.

c) – Torres Vedras.
Fémur de um Camptossauros.

d) – Santa Cruz.
Vestígios de um Apatossauro Louisias.

e) – Maceira.
Pequenas peças de um Dessentruros.

f) – Praia Azul, Santa Cruz.
Fémur de um dinossauro com mais de um metro.

g) – Morro frente à Estância Balnear dos Cucos.
Trilho de pegadas de dinossauro, descoberta em 1996.

h) – Cadriceira, Turcifal.
Tronco fóssil de uma araucária.

i) – Alto da Vela, Santa Cruz.
Arriba fóssil.

j) – Cambelas, S. Pedro da Cadeira.
Achado não identificado.

k) – Serra da Vila.
Achado não identificado.

l) – Torres Vedras, serra do primeiro túnel do Caminho de Ferrro.
Vestígios fósseis de espécies marinhas.

m) – Bececarias, S. Pedro da Cadeira.
Ovos de dinossauro?

n) – Zibreira, Carvoeira.
Restos de esqueleto de um apatossauro, que teria cerca de 30 metros, descoberto quando da construção de umas estufas em 1998.

Vedrografias- Apresentação

Em 2006 iniciámos a publicação de um blog intitulado "Vedrografias".
Por várias razões, teve duração efémera.
Retomamos agora um novo blog, com o mesmo nome,com o objectivo de divulgar documentos e apontamentos sobre a história local, bem como alguns trabalhos de investigação que recolhemos e escrevemos ao longo dos anos, tendo por tema principal a História Local de Torres Vedras.
Vamos editar este blog à medida das nossas possibilidades, completando um outro blog da nossa autoria, mais generalista, Pedras Rolantes (http://venerandomatos.blogspot.com/).
A inclusão de documentos ou textos não obedece a um critério cronológico, procurando contribuir para a divulgação da história local, ou servindo de base para curiosos, estudantes, professores e investigadores que queiram aprofundar os dados e documentos divulgados.
Para além da História Torriense, contamos divulgar igualmente outras notícias e efemérides com interesse no campo da história.