terça-feira, 26 de janeiro de 2021

PRESIDÊNCIAS 2021 - Geografia Eleitoral do Concelho de Torres Vedras.

 

Sem surpresas, Marcelo venceu em todas as freguesias do Concelho. Em relação às eleições de 2016, o presidente foi reeleito, no concelho de Torres Vedras, com mais 2 612 votos que há cinco anos.
Obteve agora 21 604 votos e 62,88%.
Contudo, a votação em Rebelo de Sousa não foi igual em todas as freguesias.
No mapa seguinte mostramos as freguesias onde obteve maior percentagem de votos, com mais de 65%, a laranja, aquelas que ficaram numa situação intermédia, a amarelo torrado, entre os 65% e os 60, e aquela onde obteve uma votação inferior a 60%, em tom claro:


Não deixa de ser curioso que tenha sido na União de Freguesias Urbanas que tenha obtido a percentagem mais baixa, 58,74%.
Já o segundo lugar nas freguesias foi disputado entre dois candidatos, André Ventura (a preto)  e Ana Gomes ( a rosa escuro), tendo o primeiro ficado em segundo no total do concelho e em 10 das 13 freguesias:

Ana Gomes só conseguiu a segunda posição na zona urbana, na freguesia historicamente com mais características urbanas, o Turcifal,  e na freguesia onde o PCP dominou até às últimas autárquicas , a União de Freguesias da Carvoeira e Carmões. 
O terceiro lugar foi desses mesmos candidatos, invertendo a situação representada no mapa de cima.
O candidato da extrema-direita foi a surpresa destas eleições. Neste concelho obteve 4 282 votos, 12,46% dos votos expressos. No ano passado, nas eleições legislativas, o partido liderado por Ventura, o Chega, obteve neste concelho apenas 720 votos.
Embora sendo o segundo mais votado na maior parte das freguesias, a sua prestação não foi igual em todas elas, como se pode ver no mapa em baixo:
A preto estão representadas as freguesias onde Ventura obteve uma percentagem superior a 12,5%, a cinzento uma percentagem entre 12,5% e 11,5%, e  a branco aquela onde teve percentagens mais baixas, coincidindo estas com aquelas onde foi batido por Ana Gomes, juntando-se também a União de Freguesias de Dois Portos e Runa, onde ele foi segundo mas com uma percentagem mais baixa, sendo esta uma região com uma história de resistência anti-fascista e onde o PCP já teve grande influência.
Em baixo observamos também o comportamento diverso das várias freguesias em relação à candidatura de Ana Gomes. A roxo a freguesia onde a candidata obteve a melhor percentagem de votação, o conjunto de freguesias urbanas, 14,22%, a rosa as freguesias onde teve uma percentagem entre os 12 e os 10% e a rosa claro aquelas onde obteve menos percentagem de votos, menos de 10%.

Ana Gomes obteve no concelho  11,24% dos votos, 3 861 escrutínios, bem acima da candidata Maria de Belém em 2016, que não passou então dos 4,52% dos votos, com 1563 votos. Contudo havia então um outro candidato da área socialista, muito forte, Sampaio da Nóvoa, que, com 7 371 votos, ficou em segundo com 21,31% dos votos do concelho. Recorde-se que o Partido Socialista é dominante no concelho, desde 1976, e conseguiu 11 382 votos nas últimas autárquicas, tendo muitos destes ido agora engrossar a votação de Marcelo e eventualmente de outros candidatos.
O 4º lugar no concelho foi disputado nas várias freguesias por outros três candidatos, como se pode ver no mapa seguinte. A azul as freguesias onde Marisa Matias ocupou essa posição, a vermelho aquelas onde esse lugar foi ocupado por João Ferreira e, a amarelo aquelas onde esse lugar foi ocupado por Vitorino Silva.


O candidato João Ferreira conseguiu ocupar essa posição em mais freguesias, lugar que também ocupou no total concelhio, com 4,02% e 1381 votos. Comparativamente com o candidato do PCP de 2106, João Ferreira teve mais 138 votos, mas muito abaixo dos 2 450 votos conseguidos pela CDU nas últimas autárquicas.
Podemos ver, em baixo, a forma como João Ferreira se comportou nas várias freguesias:
A vermelho, as freguesias onde obteve mais de 5%, a rosa aquelas que ficaram entre os 3% e os 5% e, a branco, aquelas onde teve menos de 3%. 
O centro urbano e as freguesias do interior, algumas com tradição de influência comunista, foram aquelas onde obteve melhor resultado.
Quanto à outra candidata da esquerda, Marisa Matias, também podemos ver em baixo a geografia da sua votação:
Marisa Matias ficou em 5º lugar no concelho, com 1300 votos e 3,78% das intenções de voto. Foi uma das repetentes nas presidenciais, tais como Marcelo e Vitorino Silva e, comparativamente, teve uma enorme quebra, face às eleições de 2016. Então tinha sido a 3º candidata com mais votos no concelho, com 3 212 votos e 9,28%. Desta vez quedou-se pelos 1300 votos, muito menos de metade, a 5ª posição e 3,78%. 
O mapa de cima ilustra as freguesias onde teve uma percentagem acima dos 4%, e a azul claro entre os 3% e os 4%. A branco aquelas onde teve uma percentagem abaixo de 3%.
Não deixa de ser curioso que a candidata tenha obtido os seus melhores resultado nas freguesias do litoral, aquelas que disputam com o centro urbano uma maior densidade populacional, uma população mais jovem  e uma economia dinâmica.
Em baixo publicamos uma mapa com a identificação das fregusias onde cada um dos candidatos obteve os seus melhores resultados (amarelo para Vitorino e verde para Mayan).
Um aspecto curioso é o facto de André Ventura e Marisa Matias partilharem a mesma freguesia ,onde cada um deles obteve o melhor resultado


Por último, assinalamos no mapa seguinte as freguesias onde cada um daqueles candidatos teve o pior resultado percentual:

Não deixa também ser curioso que o pior resultado de Marcelo tenha sido no conjunto das freguesias urbanas, as mesmas que deram o melhor resultado a Ana Gomes, assim como a freguesia onde Ventura teve o pior resultado tenha sido a mesma onde João Ferreira obteve o melhor resultado, a União de Freguesias de Dois Portos e Runa.
Os resultados das várias freguesias podem ser consultadas no conjunto de posts publicados em baixo (clicando em MENSAGENS ANTIGAS).

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