Através de um documento inédito existente no Arquivo Municipal de Torres Vedras é possivel reconstruir a vida sócio-económica dessas propriedades em 1831[1] . Assim no lugar da Ordasqueira (sic) o "Capitão Môr José Lourenço Peres tem a Quinta de machea e mais fazenda e vinha à Madre da Fonte que produz 51 Pipas de vinho e 136 alqueires de pão meado e 18 cantaros de Azeite (...)", enquanto no lugar da macheia pagavam de Décima por "prédios rústicos": - Custodio Jose Rodrigues "que tem fazenda que produz 6 pipas de vinho" - "A viuva de thimotio Nunes tem fazenda que produz meio almude de vinho e 20 alqueires de pão meado" - Estevão Sardinha "tem fazenda 3ª à Quinta Nova" - Thomás Alves "tem Azenha da Boiaca foreira a hum homem de Lisboa em 28:8oo réis" - O Benificiado Carvalho "tem da Quinta da Machêa de baixo que produz 24 alqueires de pão meado e 16 pipas de vinho" - "João do Cazal dos Cucos tem o dito Cazal de renda ao Doutor Tavares em 60 alqueires de pão meado" e "mais fazenda foreira ao Convento da Graça em 7 alqueires de trigo" - António Vieira "tem cazal do trigozo foreiro à Quinta Nova em 60 alqueires de pão meado" e mais uma "fazenda foreira a Medeiros em 6 alqueires de pão meado". - Francisco de Lima "tem fazenda foreira a São Tiago e ao capitão Môr Jose Lourenço Peres em 3 alqueires de trigo". - Francisco "Forneiro desta villa tem fazenda foreira a Medeiros em 8000 reis". - Jose Antunes Cabaço "tem fazenda foreira a Medeiros em 19 alqueires de trigo" - Os Herdeiros de Jose de Lima Falcão "tem fazenda de sua Quinta e anexos que produz 26 pipas de vinho, 200 alqueires de pão meado, 8 cantaros de Azeite, frutos Hortaliças que podem produzir 6:000 reis". - Os Herdeiros de Francisco Xavier da Cruz "tem o Cazal de Fonte Nabóa foreira ao Barão de Quintella em 60 alqueires de trigo". Vemos por este documento, não só a importância produtiva do local, como uma certa dispersão de terras por vários proprietários. No registo do pagamento da décima referente às propriedades "urbanas" são registadas 22 propriedades entre as quais se destacam as seguintes: - A Quinta da Macheia, do Capitão Jose Lourenço Peres avaliada então em 30.000 reis (o edifício "urbano"). - Um Moinho de "vento orgeiro e alveiro" pertencente a Jose Antunes "moleiro". - Um segundo moinho pertencente a Sebastião Velozo de Matacães "que produz 20 alqueires de pão meado" e o segundo "Moinho de Vento que pode vender 3 alqueires de milho". - São ainda referidas entre aquelas propriedades urbanas, três azenhas: - "Jose maria Molleiro tras de renda a Azenha do cabaço do capitão Mor por 40 alqueires de pão meado". - "(...) Azenha da Boiaca de Thomas da Urjariça que pode vender 20 alqueires de pão meado". - "(...) Azenha do Carpinteiro arrendada a Jose Antunes Cabaço por 60 alqueires de pão meado".
[1] “Décima de 1831 – Vintena de Matacães”, Arquivo Municipal de Torres Vedras.
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