Em meados dos século XIX Torres Vedras rompeu com os tradicionais limites urbanos medievais.
A chegada do caminho-de-ferro, no final de 1886, contribui para essa importante ruptura com o desenho urbano da então vila de Torres Vedras.
Uma portaria de 28 de Janeiro de 1887 aprovou "o projecto da avenida para serventia do caminho de ferro nesta villa"[1].
Em Março desse ano o periódico local “A Semana” informava que esse projecto custava 5 milhões e 645 mil réis, tendo a nova avenida uma extensão de 342, 76 metros.
Um diferendo entre a câmara municipal e o governo, sobre o pagamento das expropriações para construir aquela avenida entre a estação e o largo da Graça, cujo projecto camarário, elaborado em 15 de Setembro de 1886, previa um caminho em linha recta, mas exigindo maiores gastos por parte do Estado em expropriações, levou a que apenas em 1888 se tivesse dado inicio à construção dessa via.
A Câmara apenas se comprometeu a contribuir para as expropriações a efectuar até ao chamado muro da cerca, daí a razão pela qual essa avenida acabou por não ser feita em linha recta, fazendo um cotovelo exactamente junto, à rua da Cerca[2].
Em Abril de 1888 o jornal "A Semana" anunciava que iam "ser remettidos para a administração do concelho os autos das novas expropriações feitas para o alargamento da Avenida do caminho de ferro d'esta villa, alargamento que acaba de ser approvado pelo ministro, como a camara requereu, por iniciativa do deputado do círculo, que em vez de 8 pediu 16 metros de largura para aquella via publica.
"Parece, pois, que os trabalhos deverão começar agora, que o tempo está permittindo"[3].
Poucos meses depois, em Agosto desse ano, já se podia ler na imprensa local que avançavam "os trabalhos da Avenida do Caminho de Ferro, que alonga o seu prosseguimento até á extrema lateral do largo da Graça, ficando uma obra mais completa (...)"[4] .
Finalmente, em Setembro de 1888, anunciava-se o fim das "obras da nova Avenida do Caminho de Ferro, espaçosa, bonita, e um dos melhores trabalhos que se tem feito em Torres, com relação a belleza e utilidade(...)" [5].
Em sessão camarária, realizada em 14 Março de 1889, baptizou-se a Avenida do Caminho de Ferro com o nome de Avenida Ignacio Casal Ribeiro, uma homenagem ao deputado do círculo eleitoral de Torres Vedras, decisão comunicada ao mesmo quando este visitou a vila em 17 de Março desse ano "como premio dos esforços que s. ex.ª desenvolveu para a construcção d'ella, e como signal do respeito e do amor de todos"[6].
Com o advento da República, logo na primeira sessão do primeiro executivo republicano, realizada em 8 de Outubro de 1910, se decidiu alterar o nome dessa avenida para a sua designação actual, Avenida 5 de Outubro.
Praticamente até à segunda metade do século XX, essa outrora verdejante avenida era a zona nobre e chique da vila.
Nos postais que hoje divulgamos é possível acompanhar as mudanças que nela se registaram ao longo dos seus primeiros cinquenta anos de existência.
A chegada do caminho-de-ferro, no final de 1886, contribui para essa importante ruptura com o desenho urbano da então vila de Torres Vedras.
Uma portaria de 28 de Janeiro de 1887 aprovou "o projecto da avenida para serventia do caminho de ferro nesta villa"[1].
Em Março desse ano o periódico local “A Semana” informava que esse projecto custava 5 milhões e 645 mil réis, tendo a nova avenida uma extensão de 342, 76 metros.
Um diferendo entre a câmara municipal e o governo, sobre o pagamento das expropriações para construir aquela avenida entre a estação e o largo da Graça, cujo projecto camarário, elaborado em 15 de Setembro de 1886, previa um caminho em linha recta, mas exigindo maiores gastos por parte do Estado em expropriações, levou a que apenas em 1888 se tivesse dado inicio à construção dessa via.
A Câmara apenas se comprometeu a contribuir para as expropriações a efectuar até ao chamado muro da cerca, daí a razão pela qual essa avenida acabou por não ser feita em linha recta, fazendo um cotovelo exactamente junto, à rua da Cerca[2].
Em Abril de 1888 o jornal "A Semana" anunciava que iam "ser remettidos para a administração do concelho os autos das novas expropriações feitas para o alargamento da Avenida do caminho de ferro d'esta villa, alargamento que acaba de ser approvado pelo ministro, como a camara requereu, por iniciativa do deputado do círculo, que em vez de 8 pediu 16 metros de largura para aquella via publica.
"Parece, pois, que os trabalhos deverão começar agora, que o tempo está permittindo"[3].
Poucos meses depois, em Agosto desse ano, já se podia ler na imprensa local que avançavam "os trabalhos da Avenida do Caminho de Ferro, que alonga o seu prosseguimento até á extrema lateral do largo da Graça, ficando uma obra mais completa (...)"[4] .
Finalmente, em Setembro de 1888, anunciava-se o fim das "obras da nova Avenida do Caminho de Ferro, espaçosa, bonita, e um dos melhores trabalhos que se tem feito em Torres, com relação a belleza e utilidade(...)" [5].
Em sessão camarária, realizada em 14 Março de 1889, baptizou-se a Avenida do Caminho de Ferro com o nome de Avenida Ignacio Casal Ribeiro, uma homenagem ao deputado do círculo eleitoral de Torres Vedras, decisão comunicada ao mesmo quando este visitou a vila em 17 de Março desse ano "como premio dos esforços que s. ex.ª desenvolveu para a construcção d'ella, e como signal do respeito e do amor de todos"[6].
Com o advento da República, logo na primeira sessão do primeiro executivo republicano, realizada em 8 de Outubro de 1910, se decidiu alterar o nome dessa avenida para a sua designação actual, Avenida 5 de Outubro.
Praticamente até à segunda metade do século XX, essa outrora verdejante avenida era a zona nobre e chique da vila.
Nos postais que hoje divulgamos é possível acompanhar as mudanças que nela se registaram ao longo dos seus primeiros cinquenta anos de existência.
[1] citado em sessão camarária de 16 de Junho de 1887, Livro nº33, ff. 198 verso a 199
[2] Sobre este assunto, deve ler-se o artigo "A avenida do caminho de ferro", publicado n' A Semana de 30 de Junho de 1887.
[3] A Semana, 5 de Abril de 1888.
[4] A Semana, de 16 de Agosto de 1888.
[5] A Semana, de 27 de Setembro de 1888.
[6] Voz de Torres Vedras, 23 de Março de 1889.
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