Como já vimos, a região torriense foi incluída no território do município de Olisipo (Lisboa), “participando da evolução sócio-económica e cultural desenvolvida a partir do grande centro portuário do estuário do Tejo.”
A influência de Olisipo é comprovada por vários testemunhos epigráficos. Estes comprovam “a presença de uma população numerosa, parte da qual habitava em villae, cujos proprietários se contavam, nalguns casos, entre a burguesia municipal de Olisipo” (MANTAS, 1998).
“As villae seriam, na maior parte dos casos, explorações agrárias : os cereais, a vinha, a oliveira, as árvores de fruto, as plantas hortícolas, os gados, constituiriam, consoante a aptidão das terras e a maior ou menor proximidade dos centros urbanos, o fundamento da riqueza dos proprietários” (ALARCÃO, 1988, p.119).
S.Gião de Entre Vinhas, junto à Fonte Grada, e o Penedo, perto de Runa, seriam duas das mais importantes villae desta região, como se comprova pela importância dos achados arqueológicos nesses locais.
Àquelas talvez se possam acrescentar outros povoados do mesmo tipo junto à Quinta da Pederneira (Runa), à Quinta da Portucheira (Matacães), à Quinta da Macheia (Cucos ), ao Casal de Amoeira (Maxial), às Ferrarias (Vila Facaia, Ramalhal), à Ermida da Sª da Cathedra (S. Pedro da Cadeira), entre outros sítios possíveis, situação que só poderá ser esclarecida com novas pesquisas arqueológicas nesses lugares.
A agricultura constituía a principal base económica da região torriense, nomeadamente através das culturas da vinha, da oliveira e dos cereais, beneficiando da “presença relativamente próxima de um grande mercado como era Olisipo, acessível por via marítima, através do Sizandro, assim como por estrada sobretudo através da comunicação com o Tejo” (MANTAS, 1998).
Como vimos em capítulo anterior, Jorge Alarcão coloca a hipótese de existir um vicus no sítio de Torres Vedras. Um vicus “designava um núcleo urbano menos importante, em termos jurídico-administrativos, que uma capital de civitas. Apesar disso, um vicus poderia ser mais extenso ou populoso, e mais activo, industrial ou comercialmente, que certas capitais” (ALARCÃO, 1988, p. 77).
Dentro dos actuais limites urbanos de Torres Vedras encontraram-se variados vestígios de ocupação romana .
No alto de S. João, além de uma lucerna em bronze e de um túmulo de incineração, foi descoberto um grande pedestal em calcário lioz, dedicada a um cidadão da tribo Galéria, cuja inscrição, pela qualidade e dimensões do suporte “obrigam imediatamente a relacionar este monumento com um ambiente social e económico elevado e plenamente romanizado” (Mantas, 1982, p.31).
Perto desse lugar, no lugar da antiga Quinta das Covas, junto à estação do caminho de ferro, foi encontrada uma moeda romana. Não muito longe, na Avenida Tenente Valadim e junto ao mercado Municipal, foram encontradas moedas, e neste último lugar uma lucerna em barro branco.
Mas é junto ao Castelo que se concentra a maior quantidade e variedade de vestígios romanos : várias inscrições funerárias, onde mais uma vez surge uma referência à tribo Galéria; duas cisternas; uma moeda; fragmentos de vidro e uma travessa de cinturão em bronze.
“Em Torres Vedras têm sido descobertos significativos vestígios da época romana, decerto relacionados com uma povoação que ocuparia, de forma não contínua, o Monte do Castelo, onde na vertente norte se situam as ruínas de duas cisternas talvez romanas, (...) e a zona antiga da cidade que se estende para oriente até ao Sizandro”(MANTAS, 1982, p.34).
Recentemente, a ideia da existência de um centro urbano romanizado, ocupando o monte do Castelo foi identificado por Vasco Gil Mantas, como sendo a cidade de Chretina : “Chretina é-nos dada a conhecer apenas por Ptolomeu, que lhe atribui coordenadas que a situam a 34 milhas de Olisipo e a 36 milhas de Scallabis, distâncias que correspondem, respectivamente, a 50 e a 53 quilómetros. Tais valores, considerando que Chretina se situava a norte do Tejo, só podem referir-se a Torres Vedras. Também a distância em linha recta entre Ierabriga, identificada com Arabriga, e Chretina, deduzida da mesma forma, corresponde perfeitamente aos 22 quilómetros que separam Paredes, junto a Alenquer, e Torres Vedras” (MANTAS, 1998).
Esta localização tem sido entretanto contestada e o próprio Gil Mantas já não a defende, em definitivo.
Sejam quais forem as conclusões desses debates e de futuras descobertas arqueológicas, não resta qualquer dúvida, com base na importância de vestígios até agora encontrados e na proximidade de Olisipo, que a região de Torres Vedras terá sido uma das mais romanizadas do actual território português.
A influência de Olisipo é comprovada por vários testemunhos epigráficos. Estes comprovam “a presença de uma população numerosa, parte da qual habitava em villae, cujos proprietários se contavam, nalguns casos, entre a burguesia municipal de Olisipo” (MANTAS, 1998).
“As villae seriam, na maior parte dos casos, explorações agrárias : os cereais, a vinha, a oliveira, as árvores de fruto, as plantas hortícolas, os gados, constituiriam, consoante a aptidão das terras e a maior ou menor proximidade dos centros urbanos, o fundamento da riqueza dos proprietários” (ALARCÃO, 1988, p.119).
S.Gião de Entre Vinhas, junto à Fonte Grada, e o Penedo, perto de Runa, seriam duas das mais importantes villae desta região, como se comprova pela importância dos achados arqueológicos nesses locais.
Àquelas talvez se possam acrescentar outros povoados do mesmo tipo junto à Quinta da Pederneira (Runa), à Quinta da Portucheira (Matacães), à Quinta da Macheia (Cucos ), ao Casal de Amoeira (Maxial), às Ferrarias (Vila Facaia, Ramalhal), à Ermida da Sª da Cathedra (S. Pedro da Cadeira), entre outros sítios possíveis, situação que só poderá ser esclarecida com novas pesquisas arqueológicas nesses lugares.
A agricultura constituía a principal base económica da região torriense, nomeadamente através das culturas da vinha, da oliveira e dos cereais, beneficiando da “presença relativamente próxima de um grande mercado como era Olisipo, acessível por via marítima, através do Sizandro, assim como por estrada sobretudo através da comunicação com o Tejo” (MANTAS, 1998).
Como vimos em capítulo anterior, Jorge Alarcão coloca a hipótese de existir um vicus no sítio de Torres Vedras. Um vicus “designava um núcleo urbano menos importante, em termos jurídico-administrativos, que uma capital de civitas. Apesar disso, um vicus poderia ser mais extenso ou populoso, e mais activo, industrial ou comercialmente, que certas capitais” (ALARCÃO, 1988, p. 77).
Dentro dos actuais limites urbanos de Torres Vedras encontraram-se variados vestígios de ocupação romana .
No alto de S. João, além de uma lucerna em bronze e de um túmulo de incineração, foi descoberto um grande pedestal em calcário lioz, dedicada a um cidadão da tribo Galéria, cuja inscrição, pela qualidade e dimensões do suporte “obrigam imediatamente a relacionar este monumento com um ambiente social e económico elevado e plenamente romanizado” (Mantas, 1982, p.31).
Perto desse lugar, no lugar da antiga Quinta das Covas, junto à estação do caminho de ferro, foi encontrada uma moeda romana. Não muito longe, na Avenida Tenente Valadim e junto ao mercado Municipal, foram encontradas moedas, e neste último lugar uma lucerna em barro branco.
Mas é junto ao Castelo que se concentra a maior quantidade e variedade de vestígios romanos : várias inscrições funerárias, onde mais uma vez surge uma referência à tribo Galéria; duas cisternas; uma moeda; fragmentos de vidro e uma travessa de cinturão em bronze.
“Em Torres Vedras têm sido descobertos significativos vestígios da época romana, decerto relacionados com uma povoação que ocuparia, de forma não contínua, o Monte do Castelo, onde na vertente norte se situam as ruínas de duas cisternas talvez romanas, (...) e a zona antiga da cidade que se estende para oriente até ao Sizandro”(MANTAS, 1982, p.34).
Recentemente, a ideia da existência de um centro urbano romanizado, ocupando o monte do Castelo foi identificado por Vasco Gil Mantas, como sendo a cidade de Chretina : “Chretina é-nos dada a conhecer apenas por Ptolomeu, que lhe atribui coordenadas que a situam a 34 milhas de Olisipo e a 36 milhas de Scallabis, distâncias que correspondem, respectivamente, a 50 e a 53 quilómetros. Tais valores, considerando que Chretina se situava a norte do Tejo, só podem referir-se a Torres Vedras. Também a distância em linha recta entre Ierabriga, identificada com Arabriga, e Chretina, deduzida da mesma forma, corresponde perfeitamente aos 22 quilómetros que separam Paredes, junto a Alenquer, e Torres Vedras” (MANTAS, 1998).
Esta localização tem sido entretanto contestada e o próprio Gil Mantas já não a defende, em definitivo.
Sejam quais forem as conclusões desses debates e de futuras descobertas arqueológicas, não resta qualquer dúvida, com base na importância de vestígios até agora encontrados e na proximidade de Olisipo, que a região de Torres Vedras terá sido uma das mais romanizadas do actual território português.
1 comentário:
Plenamente de acordo que a zona de Torres Vedras teve grande influência dos Romanos. É pena que se tenham perdido tantas estradas e pontes.Lugar de Fernandinho também passava um dessas estradas, a qual passava sobre um ponte de 2 arcos. bem perto dessa ponte ainda existe um chafariz alimentado por uma nascente onde provavelmente seria uma paragem para dar de beber aos cavalos .
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